menderish

Ela não chegou lentamente, não, ela me atingiu como uma bala, acertando a minha ferida e me fazendo sangrar de diversas maneiras. Eu sangrei de ódio, de raiva, de amor e, por fim, de dor.
Ela era radioativa, explosiva e única, excêntrica até, sua beleza não era anormal, era comum e as vezes eu me surpreendia por ela não saber lidar com elogios simples, elogios como "seus olhos brilham" ou "seu sorriso é lindo". No inicio eu fazia isso apenas para provocá-la, mas depois acabei percebendo que, na verdade, eu elogiava ela porque gostava de vê-la sem jeito, de ver as suas bochechas ficarem vermelhas e de vê-la esconder o rosto entre os fios de cabelo.
Eu estava preso em uma escuridão antes dela, eu não sabia mais o que era felicidade e, inicialmente, o contrato parecia uma prisão em forma de namoro. Mas ela me mostrou que a felicidade não está em coisas grandes, ela me mostrou que mesmo com toda a escuridão, a lua e as estrelas são capazes de iluminar.
E por fim eu soube, ela era a estrela que iria iluminar a minha escuridão.
Ela era aquela que iria me salvar.

"O espaço era uma de minhas paixões.
Era tão inacreditavelmente inalcançável, lembrava-me Michael. Distante demais para alguém como eu.
Imenso demais para ser compreendido.
Demasiado quieto para ser perturbado.
Porém, curioso ao extremo para não ser estudado."

"Urano, o primeiro planeta a ser descoberto pelo telescópio. Um dos planetas mais frios do universo. Fica por anos sem ver a luz solar, em extrema escuridão, e quando ela o atinge, causa tempestades monstruosas."
A única explicação possível para Aléxia Grace sobre a difícil personalidade de Michael Clifford era simples, Michael era como Urano.

Ashton levava uma das vidas mais plácida de uma das cidades mais movimentada da Austrália. Agora, além de ter que lidar com o adoecimento de sua mãe, um desaparecimento impacta a cidade.

Um garoto desconhecido, desapareceu sem deixar encalço, fazendo a cidade viver um período de alerta, onde ninguém sentia-se protegido. A polícia já não parecia mais exercer o controle da situação.

Ashton se vê incidido no caso ao relacionar-se com a pessoa errada e acaba encontrando-se instigado à correr atrás de respostas.

Ele será capaz de descobrir o paradeiro do rapaz?

"Luke sempre fora o azul. Michael sempre fora o vermelho. Mas juntos, eles eram roxo."

Eu estava encrencada, eu sabia. Cruzar com Luke nos corredores ou encara-lo sobre meu livro de matemática avançada na classe eram quase sempre o ponto alto do meu dia, perdendo apenas para... controlei minha respiração, para isso. Eu assistia Ashton sentar-se atrás de sua bateria em sua garagem, que dava de frente para a janela do meu quarto e começar a tocar.

Eram paixões platônicas isoladas e que nunca seriam correspondidas, porém eu já tinha ido longe demais para parar de me iludir agora. Eu gostaria que um dos dois apenas me notasse. Mas se tinha algo que os dois garotos que obviamente se odiavam compartilhavam, era a ignorância da minha existência.

Ele é um maldito. Eu odeio tudo nele. Tudo. Não tem um dia em que nós não acabamos brigando. É desse jeito desde o começo do ensino médio. Tudo nele me irrita, o jeito como ele anda. Como mexe naquele maldito cabelo. Até a risada dele me deixa irritada. Cameron Dallas. Ele é o ser humano mais repugnante que eu já conheci. Todos as minhas células entram em erupção quando ele está perto. Às vezes é assustador.
De qualquer forma, vou citar vinte coisas que eu odeio nele. E tenho certeza que ele também tem mais vinte coisas que odeia em mim. Eu até posso prolongar a lista dele, mas não vou me dar ao trabalho.
“Ela sempre foi a força dele... E ele, sempre foi a maior fraqueza dela.”