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Estava novamente fingindo sorrisos, caminhando na minha própria estrada de solidão.
Lembro-me de quanto lhe vi, debaixo das árvores de cerejeira. Nossos olhos se encontraram pela primeira vez, mas senti como se já tivéssemos nos visto antes.
A única coisa que pude dizer, no entanto, era que estava encantado em conhece-la.
Você pode não se lembrar, mas todas as nossas lembranças ainda estão guardadas em mim. Sei que possa parecer impossível, mas nunca irei desistir de estar ao seu lado, pois foi numa noite de inverno, que prometi a mesmo que iria lhe conquistar novamente.

Dizem que as primeiras coisas são inesquecíveis. Pois é, eu ainda me lembro da primeira vez que eu me cortei. Depois dela, eu nunca mais parei. Só aumentei os tamanhos, as profundidades e os lugares. Hoje cada pedaço do meu corpo carrega uma marca diferente, cada cicatriz me faz lembrar de cada batalha que perdi. Mas que em conjunto, gritam por socorro.
Lembro de uma vez terem me perguntando:
- O que é isso nos seus pulsos?
- São marcas de batalha
- Batalha? Mas contra quem você estava lutando?
- Contra mim mesma
E elas sempre estão aqui para me relembrar do passado que temo tanto.
Aquela menina que um dia tinha tantos sonhos, hoje não deseja nem mais levantar da cama. A realidade insistia sufocar qualquer sinal de esperança de que um dia, os problemas passem, o passado para de me atormentar e eu possa recomeçar com uma nova vida, uma nova história.

Daqui a 50 anos eu ainda vou saber seu nome e vou me lembrar de todas as vezes que você me fez sorrir.
Na minha memória, tão congestionada - e no meu coração - tão cheio de marcas e dores - você ocupa um dos lugares mais bonitos.
Eu tento te esquecer, mas tudo o que penso, tudo que escrevo é sobre você.
Seu cheiro está por toda a parte.
Sua voz ecoa em minha cabeça como um sussurro.
E então prometo a mim mesmo, que um dia ainda irei lhe encontrar.
Em uma outra vida, em uma outra oportunidade de lhe fazer feliz.