nasubicchi_

Dizem que almas gêmeas estão destinadas a ficarem juntas.
Talvez circunstâncias impeçam as mesmas de concretizarem esse destino em uma vida, então é dada uma nova oportunidade.
Se não nessa vida, em outra vida eles ficarão juntos.

Era um rapaz de cabelos pretos e olhos puxados, ele sempre aparecia nos sonhos de Aslan. O loiro não sabia quem era, mas sentia que já o conhecia. De onde?
Sentia também que precisava encontra-lo. Era como se fosse o seu destino ali, sua missão, encontrar aquele japonês de seus sonhos.

Querido Ash,

Sei que caminho em sua companhia, que com sua voz me acendem os dias,
Ainda que sua porta hoje esteja mais distante, eu posso te escutar.

[...]
Era o bilhete com as regras que minha mãe havia feito, que estava no canto superior do mural:
"Acordar cedo. Estudar. Aproveitar o dia!"

Embaixo eu mesmo havia escrito "Não pensar em Kuina".

Ri. O quão rídiculo aquilo era? Eu conseguia mentir pra mim mesmo?

Eu deveria seguir aquela regra, mas não conseguia. Não a cumpri em nenhum dia e aquilo estava ali há mais de um ano.


Peguei um lápis de cima da escrivaninha e risquei.

"Que mal tem pensar em seu melhor amigo?" - Me perguntei em pensamentos.

Mal nenhum, desde que realmente seja seu melhor amigo.

Mas Kuina não é um melhor amigo pra mim... Ele é o cara por quem sou apaixonado desde sempre.

Agora pra ele sim, sou seu melhor amigo dele. Seu melhor amigo de infância, seu melhor amigo pra vida toda.

A regra principal ali deveria ser.

"Não se apaixone pelo seu melhor amigo."

Estou tentando, Kuina. Tentando não te amar.

[...]


" Tentar não te amar, só é possível até certo ponto.
Tentar não precisar de você, está acabando comigo.
Não é possível ver o lado bom, daqui do chão...
E eu continuo tentando, mas eu não sei para quê,
Porque tentar não te amar apenas me faz te amar mais "

Assim que o loiro desviou o olhar para dentro do local, ele sentiu como se estivesse hipnotizado.
Seu corpo travou, o coração acelerou e sentiu como se as mãos suassem.
Seus olhos se prenderam em uma pessoa.
Era um rapaz de média estatura, esbelto, possuía alguns piercings e tinha cabelos roxos que mesmo desalinhados, iam até o queixo.
Ele pensou em Hell Claim, o seu tão amado ídolo. Talvez fosse, talvez não fosse, lembrava tanto que Subaru não conseguia deixar de admira-lo.

[...]

- O que você pediu para a estrela cadente?
- Se eu disser, não realiza.
- Se você pediu com o coração, irá realizar você me contando ou não.
- Eu quero vê-lo de novo. Aquele rapaz, Hell Claim.
- Aquele rapaz ou o Hell Claim? Talvez não sejam a mesma pessoa.
- Não sei, mas quero vê-lo de novo.

[...]

Sabe aquela sensação que faz seu corpo gelar por dentro, você chega a tremer e parece que está em transe, mas ainda assim é uma sensação gostosa? Era o que Subaru estava sentindo no momento.
- Olha Subaru, parece que a estrela cadente atendeu ao seu pedido.

“O pôr-do-sol simboliza o fim.”

Ele não gostava de finais. Ele não queria dizer adeus. Ele nunca disse.

E talvez nunca diria.

Por que tinha que ter um fim? Foi apenas um ano... Um ano que poderia ser descrito como uma vida toda.

“Minha vida começou quando eu o conheci e acabou quando ele me deixou.”

Me diz que eu posso te tocar, me diz que eu posso te abraçar e te beijar... Me diz que eu posso te ver.


Me diz que sim. Me diz que sim.

Eu não vou me conformar em te inventar, sempre tem sido assim...

Nós não temos nada a perder, e temos demais a viver.

Talvez realmente houvesse algo que nos ligasse.

Algo que nos prendesse um ao outro.

E, nesse momento, eu estava desejando que esse 'algo' fosse um fio vermelho.

- Kuina... Você o ama, não é?

O rapaz encarou o amigo assustado, não esperava por aquela pergunta e tão repentina.

- Não. – Respondeu seco – Eu o odeio.


~


- Subaru... O que você sente por ele, afinal? Achei que você o odiasse!

- E odeio... Jamais disse o contrário.

Kazuki suspirou.

- E nem precisa.

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