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Quando Park Jimin mudou seu comportamento, já se imaginava que havia alguma coisa ligada ao maknae do grupo. Entretanto, o que ninguém imaginava eram os pormenores da situação. Como a cura de uma doença, por exemplo.

Afinal, há uma linha tênue entre amar e depender emocionalmente de alguém.



DUOSHOT | Jikook

“O que há de errado com aquele garoto?” a pergunta praticamente saltou de sua boca.

A princípio, Jin pareceu não estar prestando atenção em seu inquietante interesse. A sala dos professores estava praticamente morta, afora a mulher baixinha de sorriso fácil que ele concebeu se tratar de Biologia — e que, no entanto, conversava animadamente ao celular. Park não gostou nadinha da displicência do amigo em relação a sua pergunta. Não era como se cruzar os braços e encarar com um vinco na testa fosse adiantar, entretanto.

Decidiu tentar outra vez. “O que há com Jeon Jungkook, Seokjin?”

Desta vez, o castanho concebeu-lhe um olhar tanto severo quanto misericordioso. “Não quero que mude seu ponto de vista em relação à Jeon Jungkook, Jimin. Ele é um bom menino.”

Jimin abriu a boca para se defender, no entanto, o mais velho deu a entender que não tinha terminado.

“Ele é, como mamãe costumava dizer... Uma das pessoinhas especiais de Deus” declarou, como se fosse algo sólido, de imediata compreensão. Ah, mas era com Park Jimin que estava conversando. Obviamente, o menor não compreendeu.

“O que quer dizer, Seokjin?” indagou impaciente, recebendo um olhar significativo do pedagogo. Como já era de se esperar, este se frustrou ao perceber sua confusão.

“Você se lembra do meu trabalho de conclusão de curso?” Jimin não respondeu; estava ocupado demais tentando resgatar uma memória remota, encarando o piso. “Eu fiz sobre os alunos com TEA. Você se lembra?”

Jimin se viu ainda mais confuso. “O que é TEA?”

Ele suspirou, porém havia um quê de compaixão em sua voz.

“Transtorno do Espectro Autista.”

E então, foi a vez de Jimin olhar para as mãos e se sentir um imbecil. O que ele havia feito?