Entrophya_

"Ele abriu um sorriso deliciosamente malicioso. Colocou os braços um de cada lado do corpo dela, segurando na grade, colou seu corpo ao da garota e aproximou o rosto o suficiente para que ela sentisse seu hálito quente. Ela ficou estática, imaginava que ele fazia dessas coisas por ai, mas não imaginava que ele faria com ela.

— Porque, eu descobri que gosto mais de ser livre. — Aproximou os lábios do ouvido dela. — Não seria uma pena se um gato maravilhoso como eu ficasse preso dentro de casa?

Por um momento seu coração bateu mais rápido, seu corpo esquentou e ela tinha certeza de que seu rosto atingiu um tom escarlate. Levou as mãos ao peito musculoso dele e tentou empurrá-lo, mas seus braços não tiveram força suficiente ou era do que ela tentava se convencer. O felino aproximou mais o rosto do dela e então ela fechou os olhos esperando o beijo."

Durante o verão californiano, Katsuki e Eijirō planejaram renovar os votos de casamento em Malibu. Somente os dois, e a vastidão do Oceano Pacífico como testemunha.

Eijirou e Katsuki não eram apenas ótimos amigos, eram melhores amigos. Mas a verdade é que a situação já havia se tornado insustentável, afinal, Bakugou sabia o que significava quando seus olhos não desgrudavam dos lábios que viviam com um sorriso idiota, quando se perdiam nas orbes vermelhas tão parecidas com as suas e o motivo de ser até mesmo... carinhoso de vez em quando.
E, para o seu terror e azar, Kirishima não só havia percebido tudo isso, como também tinha decidido tomar uma atitude.

Onde Katsuki é um garoto mau que com toda certeza não iria para o paraíso. Não que isso fosse um problema para Eijirou, já que Katsuki sempre levava o paraíso até ele; seja sobre o palco daquela boate toda em tons vermelhos, seja trancado no apartamento dos dois.

Porque a gente nunca gosta do que presta, do que nos faz bem de verdade. Nunca escolhe salada ou suco ao invés de qualquer coisa gordurosa que nos encha de prazer fugaz e momentâneo, mas que cobre seu preço depois. O problema é que, para Eijirou, Katsuki conseguia ser tanto a selvageria que o machucava quanto a brandura que o consolava depois.

Bakugou, sendo um jovem de 16 anos, tinha algumas poucas responsabilidades. Cumprir as tarefas da casa, estudar de manhã e trabalhar meio período no café, eram coisas fáceis de fazer. Difícil mesmo era trabalhar — todos os sábados enquanto Midoriya tocava e cantava aquelas musiquinhas sem graça — fingindo que os olhos esmeralda não mexiam nem um pouquinho consigo.

Bakugou não era um péssimo aluno, e sim, um delinquente juvenil e um adolescente difícil de lidar, seu passatempo sendo provocar professores e outros estudantes. Então não era surpresa a nota baixa em física ou que o diretor da escola o tivesse obrigado a ter aulas particulares com um dos maiores nerds do colégio. O problema eram os olhos esmeralda que ficavam atrás daquele óculos de armação redonda, o rosto sardento, ou mesmo os revoltosos cabelos tingidos naquele ridículo tom de verde-escuro, não saíam de sua mente.

Que Katsuki Bakugou, no auge de seus 25 anos, mais parecia um velho ranzinza a um jovem adulto, todos sabiam. Mas naquela noite, seus namorados não estavam dispostos a deixar que ele dormisse cedo, afinal, sexta era dia de filme com pipoca e refrigerante.
Ou
Quando Eijirou e Shoto estavam dispostos a qualquer coisa para que Katsuki não perdesse mais uma noite de diversão na companhia dos dois.