"O homem voador mata! Não senhoras e senhores, o jornalista que vos fala não está bêbado! Aquele ser estranho que possuía o poder voar assassina alguém! As imagens são fortes, por isso peço que tire as crianças da sala. Será que estamos numa nova era...?"
Escuto atentamente o jornalista falar sobre o cara que voava. Meu queixo caído de incredibilidade diante das imagens em minha frente. Não consigo ouvir o resto da reportagem por causa da minha mãe, ao meu lado no sofá, falando:
-Essas fake "nius" estão cada vez piores, né? -Ela não consegue falar "news".- Não sei como acreditam. Você mesma, com essa cara de assustada. Não me diga que também acredita?
Eu nem respondo. Não preciso responder, eu acredito. Eu sou como ele. Uma dos 7 que tem poderes. Há alguns anos os ganhamos e estamos nos escondendo. Ninguém sabia de nós. Até agora. Um de nós finalmente agiu. Agora, como o mundo agirá?S
[DESCONTINUADA]... (mais ou menos, já que tô refazendo em outra história. Procurem por "Despertados")
-Senhorita Glinda, por que existimos?- pergunta a pequena garota loira.
-Como assim? - A outra jovem, dessa vez ruiva, levanta os olhos de seu livro e olha a garota com curiosidade. - Qual o sentido da pergunta?
-Bem, nós não somos queridas nessa cidade, todos os homens nos odeiam, e no final, não somos felizes. Nem precisamos viver aqui, e caso morramos, ninguém sentirá nossa falta, então, porque existimos?
"Interessante", foi o que Glinda pensou. "Como que uma garota de apenas 12 anos poderia pensar de tal forma? Realmente, a guerra cobre seu preço em todos os tipos de seres".
-Também não entendo, garota. Eu tenho apenas 4 anos a mais que você, e também faço a mesma pergunta todos os dias,mas, essa não é a única pergunta que eu faço a mim mesma. - Glinda fechou seu livro, se aproximou da garota e disse baixinho, quase que num sussurro, quase como se fosse um segredo. -Quer saber o que mais eu penso?
-Sim!- Ela disse numa alegria tamanha.
-Eu penso em como posso fazer um café da manhã melhor, e em quando aparecerá meu príncipe encantado!
A garota a olhou de uma forma estranha. Ela estaria brincando? Como alguém poderia pensar naquilo quando estavam sendo caçadas? Quando nesse mesmo momento seus familiares estavam sendo massacrados? Glinda entendeu o olhar da garota e disse:
-Não garota, eu não esqueço nunca que estamos em guerra. Eu não esqueço nunca que os idiotas dos humanos estão atrás de nós por motivos simples: medo. Eu não esqueço nunca que por causa de apenas uma mulher idiota essa caça a nossa raça começou... -Ela suspirou, colocou o livro na cama na qual estavam sentadas e disse por fim. - Mas eu também não me esqueço nunca do que minha mãe disse antes de ser queimada na fogueira após de nomeada "bruxa": "Mesmo que tudo esteja ruim, mesmo que o mundo vire de cabeça para baixo, nunca deixe de viver, pois, caso continue vivendo, coisas boas aconteceram com você".
A garota loira deu um sorriso de felicidade e tristeza ao mesmo tempo. Ela gostara da lição da ruiva, mas ao mesmo tempo pode ver a pequena lágrima saindo de Glinda. Ela usara muito de si mesma para falar da mãe, e ainda sim não cair no choro. A loira abraçou sua amiga ali mesmo dormiram.
Glinda apagou a vela que estava usando para ler e foi dormir pensando no que poderia fazer na manhã para levantar o ânimo da outra garota, pena que algo assim nunca aconteceria, afinal, nesse mundo de humanos ignorantes, as bruxas são queimadas e enforcadas, sem perdão e nem misericórdia.
Bem vindos a minha fic, espero que gostem e aproveitem. Ela é cheio de loucuras e fantasias, podem ficar confusos alguma hora, mas peço que tentem entender. Não se arrependerão, podem ter certeza.
(Tô parecendo aqueles vendedores de móveis usados, "pode até dar um probleminha aqui ou ali, mas vocês vão aproveitar bem, tem a minha palavra!")
Eu ainda me lembro em detalhes do meu primeiro dia aqui. Era uma simples manhã de sábado. Não tinha dever de casa ou algo do tipo, o dia estava livre pra jogar, ler, ou até mesmo dormir. Meus pais estavam trabalhando. Eu não saio muito, nem mesmo vejo televisão ou algo do gênero, então não notei o quanto o mundo tinha mudado da noite pro dia. Estávamos presos em outra realidade. Uma realidade na qual não existem mais continentes, países ou estados, apenas um lugar: Republic Bug. Uma realidade na qual todos os dias somos testados e atacados, por monstros que vão além da imaginação humana, doenças a tempos erradicadas e esquecidas, e desastres "naturais". Mas não pense que a humanidade está erradicada ou algo assim pois afinal, temos poderes.
O ano pode ser desconhecido, o lugar também, mas sempre teremos certeza de pelo menos 2 coisas nessa vida. Uma delas é que vai ter um show do Roberto Carlos no fim do ano, e a outra, é que vamos todos morrer. A morte é algo certo, algo que todos os seres vivos temem e aceitam. Mas, será? Eu sou a prova de que isso não é verdade. Meu nome? Daniel Jones, e eu não pertenço a este mundo, pelo menos não mais.
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