punkhemmo

"Você não quer morrer hoje à noite. Tome mais um fôlego para limpar sua mente, cada momento é relevante, agridoce e delicado. Pense, amanhã pode não voltar."

Há todo um grande mistério quando se trata de descobrir em que momento depois de um grande acontecimento nossa consciência evolui; amadurece. O eu de ontem não é mais o mesmo de hoje, pois somos todos lindas borboletas que passam por uma metamorfose incansável; constante. Então, quando se trata de saber se você é ou não um indivíduo maduro, como se pode ter certeza?
É o mesmo que se imaginar nos pés de Jesus Cristo e pensar se você realmente se arrepende do fundo do coração por ter feito “aquela coisa” – essa mesma em que você está pensando. É esse o tipo de pensamento que se passa na mente de Calum Hood, em suas conversas com Trey sobre como as mudanças mais significativas são as menos notadas. E em como você pode acreditar se mudou de verdade, principalmente quando conhece alguém que ganhou seu coração tão facilmente quanto um ser humano morre ao ser atingido por uma bala no meio da testa: de maneira rápida e perigosamente irreversível.

São as tuas mãos soalheiras e deliciosas quem me mantêm quente. São as tuas mãos sábias e fogosas que me acendem a mente. São as tuas mãos garbosas e harmoniosas que me fazem subir ao céu. São as tuas mãos autoritárias e decididas que me arrancam o véu. São essas mãos que me fazem ferver, que cobiçam o meu corpo a tremer. São elas que me fazem morrer com as delicias deste culpado prazer.

Ashton era vermelho e gostou de Calum porque ele era azul.
Eles se tocaram e de repente eram um céu lilás.
Então Ashton decidiu que roxo apenas não era para ele.

As lembranças vem da ideia de que você pode preservar as pessoas intactas dentro delas, mas não pode. Ser alguém incapaz de esquecê-las é ser parte do passado sem o potencial de ser outra coisa além de parte do passado. Então, depois de algum tempo, você se retira do espaço. É como se você estivesse dentro de uma fotografia, respirando, enquanto tudo está desbotando.

Como pensei que algum momento isso não aconteceria? Ele possuía o tipo de beleza que faria qualquer um olhá-lo duas vezes ao adentrar um local, mesmo se não possuísse os cabelos expressivos que combinavam tão bem com sua personalidade forte. A confiança dele, a malícia e audácia, o humor negro, a forma como andava, a voz e inteligência...
E o fato de Michael estar completamente fora de cogitação para mim.

A vida é feita de memórias que se acumulam com o tempo. Elas nos trazem um aconchego no peito, um sentimento de conforto, saudade. Seríamos vazios sem elas. Sem sentimentos. Mas as vezes a vida segue um rumo diferente, as vezes nos é reservado o pior. Foi assim com Hope Bennett, lhe arrancaram as lembranças, deixando apenas um oco onde antes batia um coração pulsante de amor.
Por muito tempo Michael ficou preso em lembranças, em papéis e canetas que riscavam habilmente sentimentos e saudades para uma pessoa que nunca as receberiam. Mas o que ele não sabe é que milagres acontecem e que o amor nunca desaparece quando é verdadeiro.

Morfeu, o deus dos sonhos na mitologia grega, era representado por um anjo com asas negras que visitava os quartos durante a noite, trazendo consigo as mais diversas utopias. Foi dele que derivara o nome morfina, a droga conhecida pela indução do sono e da anestesia dos sentidos. Era exatamente assim que eu me sentia sobre o seu olhar. Luke Hemmings era a minha morfina.