berkind

''Dêmonios não passam de anjos que ousaram um dia cogitar a ideia de serem melhores do que Deus.'' - Immanuel Kant.

A realidade pode ser tão cruel quanto qualquer assassino. Somente ela pode corromper indivíduos do modo que corrompe. Somente ela pode reduzir sonhos a pó. Somente ela pode apagar qualquer resquício de amor do mais puro dos corações. A realidade pode destruir a todos. Sendo eles mortais ou não.
A realidade pode ser tão dura, que pode vir a tirar a virtude de um anjo e transformá-lo num demônio. Entre anjos e demônios, entre sonhos e realidades, entre tristeza e desespero, há o amor. Somente ele pode manter corações puros ou, até mesmo, devolver a inocência a corações impuros. Somente ele pode tornar sonhos, realidade. E somente o amor pode fazer com que um demônio torne-se um anjo novamente.
Entretanto, quem ousaria amar um demônio?

Quando nos encontramos dispostos a amar alguém, nós lutamos até o fim para vê-la feliz. O problema é que fazemos esforços árduos para no fim descobrirmos o quão patético foi. Que o amor é viver sacrifícios sem ter a chance de palpitar contra nós mesmos. Seria mais triste se auto contradizer que um dia o amor seria algo infinito e totalmente puro, que por diversos ou mínimos esforços daria tudo certo no final das contas, mas o mundo real é uma completa decepção. Tudo que passamos pelo amor não passa de uma diversão limitada, corações quando partidos ou rejeitados, são amassados e jogados fora. O amor se esgota.

Louis não sabia patinar, então Harry finge ser um instrutor apenas para se aproximar do garoto de olhos azuis e suéter de renas coloridas.