SabrinaWalker

Pertença: qualquer coisa que, por disposição de lei ou destinação natural, encontra-se ligada a algo, e era exatamente assim que eu me sentia em relação à ela. No fim, o que eu e Sakura tínhamos era um relacionamento forjado com bases em interesses familiares. Eu não a amava e, enquanto aquelas orbes claríssimas se dirigiam a mim, pude apenas confirmar meus sentimentos: eu não amava Haruno Sakura e jamais poderia fazê-lo, porque eu sempre pertenci à Hyuuga Hinata.

Encontros casuais. Era isso que definia o que eles tinham. A relação deles não passava de um caso. Eram amantes, tinham algo que os unia, algo luxurioso e proibido.
Hyuuga Hinata amava o seu amante, porém o sentimento não era recíproco. Este, denominado Uzumaki Naruto, amava somente a sua noiva, Haruno Sakura, que, por sua vez, se casaria com ele apenas com o intuito de restabelecer os negócios da sua família.
Contudo, as coisas se complicam ainda mais com a aparição de um certo moreno de olhos ônix, Uchiha Sasuke, que volta à vida de Hinata e, digamos que, não volta desacompanhado. Ele traz consigo um segredo a respeito do que houve entre eles há um ano.

Hyuuga Hinata era boa, na verdade, perfeita. Todos a enxergavam assim. Sempre prestativa, sempre amorosa e carinhosa com todos. Sakura e Tenten a idolatravam, Ino e Temari a invejavam, Naruto estava perdidamente apaixonado por ela. E ela?!
Ela fingia se importar com os sentimentos do loiro, mas ele, Uchiha Sasuke, sabia: Uzumaki Naruto jamais seria suficiente para uma mulher manipuladora como Hinata, porque alguém facilmente manipulável não tinha graça. E como ele sabia disso?! Bom, era como diziam: os iguais se reconhecem, não é mesmo?!

Dizem que não se escolhe por quem se apaixonar… Eu discordo. Desde o começo, eu sabia que Uchiha Sasuke era um canalha. Podia ter me afastado, deixado de frequentar os mesmos lugares, mas não o fiz, porque queria vê-lo, observá-lo, mesmo que de longe.

Hinata parecia ser alguém sem defeitos. Era incrível como ela não cometia erros — mal sabia ela que eu seria o seu primeiro. Admito que essa “personalidade perfeita” chegou a me incomodar no início, já que éramos opostos, entretanto, depois de conhecê-la melhor, esse incômodo tornou-se a mais pura admiração… Talvez não tão pura assim.

Olavo Bilac, em seu poema, Via Láctea, disse: "Amai para entendê-las! Pois só quem ama pode ter ouvido capaz de ouvir e de entender as estrelas.". Sempre achei que ele se referia às mulheres e, depois que a amei, constatei que ele estava certo.

“___ (...) Cada segundo conta porque
Não há segunda chance
Então viva, porque você nunca viverá duas vezes.”
(Nickelback - If Today Was Your Last Day)

Segundo Edgar Allan Poe, os olhos são as janelas da alma e, depois de conhecê-la, fui obrigado a concordar com ele. Quando me atentei aos seus fascinantes olhos de cor, até então, única — já que, mais tarde, pude ver outra integrante de sua família, a qual possuía os mesmos olhos — tive a certeza de que sua alma era tão pura quanto o seu inocente olhar dirigido a mim, um bem diferente do meu quando a vi, diga-se de passagem.