MikoKira

Iwaizumi era o centro, ainda que seu centro não fosse ele mesmo, Oikawa era seu peito, seu oxigênio e sua mente. Era triste saber que não tinha a si mesmo, que não tinha uma alma própria, amor próprio — que não tinha nada.

O amor era um experimento que doía nos ossos de Bokuto, fazendo-o engolir a vontade absurda de dizer que todo aquele sentimento o machucava inteiramente, porém é o amor, certo? É o que ele causa: uma sensação momentânea de gentileza até o desespero chegar.

Tu me comparou ao amarelo usado por Van Gogh e, mesmo que não tivesse nada de novo nesse tom, pude me sentir renovado. Me senti girassol no teu jardim verde-musgo, brilhando pro sol meio vermelho.

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Uma meio-youkai que se recusa a matar humanos. Um mercenário que mata qualquer um que estiver em seu caminho. Um odeia tudo o que o outro representa, e buscarão provar que estão certos a qualquer custo... Unicamente porque estão certos, jamais com outras intenções.

Todos dizem que passa, pintam de palavras bonitas e eu acredito, mas os meus pés ainda se prendem ao chão quando eu tento erguê-los, o meu coração se aperta, eu sinto falta de ar, e nada está bem.

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Tóquio expandia-se a todo momento, os céus sendo arranhados por seus prédios em crescimento, sufocando o ar de todos que viviam no chão, incapazes de subir em direção ao azul; não poderiam tocar as nuvens em momento algum. Bokuto sabia para onde todos eles iriam e Kuroo, dono da loja de vinis, igualmente minúsculo em comparação aos arranha-céus, entendia para onde eles queriam ir; entendia, também, quem eles nunca querem deixar ir.

Corpo dourado era o nome de uma das últimas obras vivas de Oikawa, que engoliu o seu próprio talento em busca do fim de sua dor agoniante. A arte dói, e para ele, aquela dor era insuportável.