Sonia_Dell

Londres sempre fora uma cidade de historias atribuladas e repleta de diversidades, tanto de povos como de tragédias, com suas classes sociais contrastantes.

Em meados de 1870 em plena era Vitoriana Londres estava em seu apogeu econômico e crescimento industrial acelerado onde o importante era o dinheiro, posses e poder.

Não importava como, o importante era enriquecer e ser aos olhos da alta aristocracia um cidadão de classe abastada, para isso industriários com sua corja de sócios burgueses recorriam aos orfanatos abarrotados de rebentos, alguns abandonados a própria sorte outras simplesmente órfãs muito cedo, não importava, ambos eram entregues aos imediatistas que pagavam mixarias por vidas inocentes para trabalharem em suas fabricas para suprirem sua sede por luxo e riqueza.

Grimmjow ainda jovem tornara-se uma delas e seu futuro era inserto como o de tantas outras crianças, pulando de instituição em instituição por seu jeito rebelde até pelas minas de carvão passou e foi lá que viu o horror de sempre estar a um passo da morte, aprendeu a não confiar em ninguém e assim construiu a muralha em torno de si que julgava ser intransponível...

Até o dia que seus olhos encontraram com os daquela garota que mesmo tendo passado por tantos percalços pode continuar com a bondade ainda presente em si...

O emaranhado de fios começará a ser desatado e a roca iniciará seu fiar, nem mesmo as almas inocentes que estavam destinadas a se encontrar em uma época turbulenta saberiam onde e quando iriam terminar.

O destino de duas almas somente começava a ser escrito...

Ainda criança gostava de frequentar os estábulos, fazia isso sempre às escondidas, meu pai possuía uma égua que era uma das prediletas de seu haras, ela estava prenhe e ao dar a cria não resistiu morrendo, deixando um belo potro de pelagem negra a mercê da própria sorte, ele se recusava a aceitar os amparos do cuidador que ficou responsável por ele, vendo isso meu pai resolveu mandar sacrificar o pequenino, mas como não queria isso entrevi e me responsabilizei por ele, não sei explicar, mas acho que o destino naquele momento nos mostrou que éramos pra ser muito mais do que se via, ele aceitou meus cuidados e dali em diante uma bela historia surgiu e só cresceu desde então eu e Argo nos tornamos grandes amigos...
Minha família... pelas poucas palavras descritas acima dá pra perceber que ela era o oposto de mim, só pensavam na vida luxuosa que gostavam de exibir, eram proeminente em seus negócios, que por ventura não me interessava nem um pouco, como algo enfadonho e entediante como lidar com importação de chá e especiaria poderia interessar a uma garota de 19 anos, que para os padrões da época era inaceitável ainda estar solteira.
Não gostava do jeito que tentavam conduzir a minha vida ou melhor eu não queria isso, todos os pretendentes que meus pais me arrumavam nunca me agradavam, eles só queriam uma coisa, herdar os negócios de meu pai, e eu queria ser livre não atada a um almofadinha ganancioso, tinha meus truques para fazer-lhes desistirem de mim logo na primeira semana, eles queriam uma dondoquinha e isso eu não sou.
Até que um dia tomei a decisão que mudaria a minha vida, virar as costas para aquela vida de opulência desmedida, e juntamente com Argo seguir meu coração.
Durante a madrugada sem alarmar ninguém, somente uma carta foi o que deixei para trás, esclarecendo que meu coração seria meu guia daquele dia em diante.

☆☆☆

"Interativa"

Por mais que queiramos disfarçar tem momentos que gostaríamos de uma resposta para algumas dúvidas corriqueiras ou até mesmo aquelas que mesmo aparentemente evidentes ainda estão por dirfarsar-se entre as brumas.
E aí, você tem alguma pergunta ao qual a dúvida ainda está a lhe perseguir...
Pois bem...
Faça sua pergunta, seja objetivo com a mesma, amor, trabalho, saúde...
E aí ... o quê lhe aflige consulente?

Gostava de viver assim, afastada do vilarejo e das pessoas que lá residiam, que com seus olhos malfazejos, sempre especulavam a vida alheia, sempre que me viam arrumavam um jeito de chamar-me a atenção, ora falando do meus cabelos ruivos e longos que quase sempre ficava solto, ou sobre meu vestido que sempre deixava meus joelhos a mostra, "odiava isso", a vila se localizava a uns 2 kilometros de minha casa.
Ah! Minha casa meu refugio, é simples uma choupana se assim posso descrevê-la, pequena, mas aconchegante, feita em madeira rústica com pouca alvenaria, localizada ao sopé de uma montanha, próximo da porta de entrada á um pequeno Jardim, que cultivo algumas ervas medicinais e temperos, "me orgulho de minhas plantinhas", sempre que posso colho flores sazonais que crescem ao redor de minha casa, colocando-as em um pequeno vaso de alabastro que herdei de minha avó, que jazia encima da minha mesa na cozinha.
Ao lado de minha "choupana" corre um riacho que nasce da montanha próxima, de águas calmas e límpidas, com algumas árvores altas ao seu longo, que me dão uma boa sombra nos dias de verão, a planície que se forma após o riacho é curta, dando vista e uma floresta de mata densa com árvores de copas altas e frondosas, que de quem ao longe as olha passa a impressão de ser sombria, algo que não me amedrontava, até aquele dia ....