Jaehyun sabe que se engana todas as vezes em que beija Doyoung. Sabe que seus toques são condicionados e que as palavras que saem da boca dele são mentiras bonitas demais para ele não acreditar. Sabe que elas são despretensiosas, porque ele não sente o que diz. Invés disso, apropria-se de um sentimento irreal como se tirasse aquilo do âmago da sua alma e recitasse-o como se falasse o próprio nome.
Mas Jaehyun esquece disso às vezes. Esqueçe também que não existe espaço entre eles para o que sente, tampouco para o peso que é carregar aquilo sozinho.
Existia uma infinidade de motivos para Seokmin passar o maior perrengue da vida tentando entrar no time de futsal da escola: sua carência de aulas práticas em Educação Física, o sonho da sua mãe de que ele se tornasse um grande jogador um dia, seu condicionamento físico beirando a morte e uma desculpa para conseguir faltar aulas sem ter suas notas prejudicadas.
Essas razões, obviamente, não tinham absolutamente nada a ver com o fato de que Hong Jisoo, o capitão do time, tinha um sorriso de matar e um beijo que, por enquanto, Seokmin ainda não sabia se era tão bom quantos seus dribles.
Seungcheol era todo festas de faculdade com bebidas ilícitas que acabavam ao amanhecer, garotas mais velhas e um emprego regular com salário fixo todo fim do mês.
E Chan estava tentando chegar até o final do ano letivo vivo, perdendo cabelos para passar no vestibular e pesquisando vez ou outra na internet como conseguir uma identidade falsa para camuflar seus quase - quase - dezenove anos.
De quebra, para fechar tudo com chave de ouro, por que não um crush aparentemente impossível no melhor amigo do seu irmão?
Ele tinha tudo o que minha família repudiava: tatuagens espalhadas pelo corpo bem feito, mais piercings do que podia contar, o cheiro característico de cigarro com o aroma de menta da pasta de dente na boca, notas vermelhas no boletim escolar, nenhuma aprovação em faculdades, um humor sátiro e, claro, nenhum posto socialmente aceito pelas ricas famílias de Mokpo.
E, ainda assim, eu não consegui evitar de me perder por inteiro nos beijos viciantes de Im Jaebeom.
Chenle possuía complexos de inferioridade pouco apurados que o deixavam preso em uma dicotomia eterna, anéis demais nos dedos e uma irrupta devoção suspeita por artes cênicas. Jisung fazia teatro, mas isso era a única coisa que sabia sobre ele.
A tensão entre Mark e Donghyuck era tão palpável quanto o cigarro de maconha que o mais novo sempre tinha entre os dedos. Mas os dois sabiam qual das duas drogas eles queriam mais.
Ou aquela em que Donghyuck sabe que pode e Mark sabe que não consegue resistir.
Quando Mark Lee avistou a silhueta coberta por luzes neon, se movimentando conforme as batidas fortes do baixo que ressoavam naquele lugar, ele sentiu um arrepio correr toda a sua espinha direto para a lateral dos seus quadris e seus olhos estacionarem por vários segundos no garoto a alguns metros de si.
Ele se mexia graciosamente. Os lábios pareciam brilhar por conta da luminosidade contra o gloss que tinha na boca, mas Mark não sabia se garotos usavam gloss. Não naquela cidade pequena, pacata e cheia de olhares tortos direcionados a quem não andasse na linha. Era quase mágico - quase sobrenatural -, mesmo que Mark não acreditasse em magia. Em um intervalo de tempo de menos de dez segundos, ele tinha se questionado sobre uma série de coisas que acreditava, incluindo esta, desde que pôs os olhos naquele garoto desconhecido.
Esta configuração será usada apenas neste navegador
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse de acordo com a nossa Política de Privacidade, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.