Sungguk

(Em memória ao Blue Boy, que lutava contra si mesmo todos os dias, para poder dar-se uma nova chance de viver.)


“A vida é essas lágrimas que escorrem por teu rosto numa madrugada fria

E eu te salvaria do mundo, se não tivesse medo dele”

E Park Jimin, o que eu mais sentia era medo do mundo;

Medo dele me engolir como havia feito contigo. E igual à todos, eu fugi.


Indiretamente ao meu garoto dos cabelos azuis, deixo aqui um fragmento de sua existência, para que ela jamais caia em esquecimento como uma vez ele temia.

O garoto da lua foi uma estrela que se perdeu na terra e que, dentre milhões, tive a sorte de encontrar.


"As vezes gosto de pensar que você virou poeira cósmica e que agora compõe a mais bela das nebulosas; que se tornou de fato uma estrela rara, sendo a mais encantadora de todas; ou então um enorme e fascinante cometa, vagando pela imensidão do universo"

Naquela tarde eu percebi que era extremamente fácil ser amável com um garoto cítrico como ele.


E eu prometo que a nossa história será lembrada, igual o seu cheiro único de raspas de limão era.

Mesmo estando em 1990, a mente de Park Jimin vivia em 1970.

Quem não sabia seu nome o chamava de garoto dos anos 70.

Onde Park Jimin recebia flores; de um estranho.



Era a quinta-feira mais gélida do mês quando o garoto do quarto 212 começou a receber flores de um anônimo diariamente, sempre às 15:30.