Wrestlery

Submersa num mundo de mentiras e maldades, Sakura tem sua vida tornada de cabeça para baixo após uma simples noite onde a falta de atenção fora seu maior inimigo. Após aquele deslize, a garota não via outro caminho a não ser abandonar sua vida no crime e arranjar algum emprego licito, fazendo com que se reencontrasse com o mesmo sujeito que mudara tudo ao seu entorno. Seria o destino? Ou talvez apenas justiça? Seus caminhos estavam, de alguma forma, entrelaçados, e a cada momento que aqueles olhos âmbar e hipnotizantes a fitavam, faziam seu interior derreter-se em chamas.

Sempre escusa de qualquer expoente de violência em sua vida, Sakura Haruno, a nova estudante de Medicina da Stanford, não percebe que isso está prestes a se transformar assim que ela põe os pés no modesto apartamento alugado e, numa tentativa de fazer seu vizinho da frente abaixar o som, acaba encontrando um cadáver.
Dentro de uma semana, há um novo inquilino que desperta um certo interesse na garota, tanto por sua beleza quanto pelo jeito sombrio e audaz de se comportar. Quando os assassinatos dentro do campus avançam, o homem dos olhos negros como a meia noite se torna o maior suspeito. Por sua vez, apavorada, Sakura se apoia ao até então namorado, Sasori, como se ele lhe representasse um pilar.
Mas, afinal, nada poderia ser tão abominável que não tivesse jeito de piorar.

Na casa do meu avô, havia uma máquina datilográfica. Lembro-me até hoje de quando meu maior passatempo foi ouvi-lo me ensinar como apertar as teclas duras ou o que fazer quando algo travasse.
Passei tardes inteiras na frente daquele aparelho velho, mas que significava muito para mim.
E, hoje, as teclas do computador me parecem as da máquina, e quando eu leio meus textos, lembro do vovô sorrindo para mim.

Isso é um fardo. Um peso em meus ombros que não sou capaz de carregar. E, por isso, escrevo-lhe estas palavras de intenções vazias, porque sei que não lerás. Cansei de me esconder da culpa e de te amar assim.

Sasori no Akasuna. Este era o nome do homem que mudou a vida daquela garota, que enterrou-a nos mais profundos e impuros pesadelos, para depois torná-los realidade. Mas Sakura, de alguma inexplicável forma, se sentia em chamas perto dele; seu interior parecia derreter. Talvez fosse o seu jeito marrento e cheio de si ou por ser tão estupidamente lindo. A rosada queria odiá-lo, porém, simplesmente não era capaz. O ruivo maldito entrentara em sua vida da forma mais pecaminosa possível, com seu jogo macabro e aquela risada terrívelmente sedutora. Tal risada que ecoava em sua mente a cada vez que fechava os olhos.
E o pior erro de Sakura Haruno foi ter descido do carro em meio àquela devastadora chuva para ajudá-lo.