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No final, ela se perguntou se dois vasos quebrados poderiam mesmo formar um vaso novo, a resposta que teve estava a sua frente o tempo todo, ela só não viu ou não queria ver.

"Você até pode querer salvá-lo, Charlotte – ela diz calma e lentamente agora. –, mas quem é que te salva?"

Naquela época Olivia estava determinada a encontrar o seu pai. A vida, ela lhe deu exatamente o que Olivia queria, mas ela deveria saber que estava fácil demais, deveria ter percebido que as coisas não caem do céu, que tudo que é dado de “mãos beijadas” tem algo a se fazer em troca. Ela deveria saber que ele, o garoto de cabelos longos e calças coladas estaria no seu caminho, que viria para cima dela como um grande tornado, destruindo tudo a sua volta e a dela, eliminando todo e qualquer obstáculo que se metesse entre ele e seus próprios objetivos. Ela deveria saber que era um desses obstáculos e que ele faria tudo para elimina-la, ela simplesmente deveria ter sabido antes de fazer tudo o que fez.

Ela era uma inglesa que tinha ganhado uma bolsa em uma das melhores universidades de Sydney na Austrália.
Ele tinha uma banda com os amigos e não ligava muito para a faculdade de direito, escolhida pelo pai.
Ela tinha medo de morar sozinha, e sua colega de apartamento havia voltado para a Inglaterra.
Ele não conseguia mais pagar o apartamento sozinho e precisava de um colega para dividir o aluguel.
Um anúncio no jornal dos alunos de jornalismo. Uma ligação. Um acordo. Em uma semana a vida dos dois vai mudar quase que completamente.

“Ás vezes fico pensando se eu não tivesse colocado aquele anúncio no jornal, se eu teria você hoje.”
“O universo daria um jeito de nos unir, eu sei.”