_wagner

Há todo um grande mistério quando se trata de descobrir em que momento depois de um grande acontecimento nossa consciência evolui; amadurece. O eu de ontem não é mais o mesmo de hoje, pois somos todos lindas borboletas que passam por uma metamorfose incansável; constante. Então, quando se trata de saber se você é ou não um indivíduo maduro, como se pode ter certeza?
É o mesmo que se imaginar nos pés de Jesus Cristo e pensar se você realmente se arrepende do fundo do coração por ter feito “aquela coisa” – essa mesma em que você está pensando. É esse o tipo de pensamento que se passa na mente de Calum Hood, em suas conversas com Trey sobre como as mudanças mais significativas são as menos notadas. E em como você pode acreditar se mudou de verdade, principalmente quando conhece alguém que ganhou seu coração tão facilmente quanto um ser humano morre ao ser atingido por uma bala no meio da testa: de maneira rápida e perigosamente irreversível.

Nos fechamos para o mundo quando toda a esperança parece perdida, ocultando quem realmente somos. As decisões não se concentram mais em fazer o que é certo, mas esconder que erramos, que não somos perfeitos.
Aaron é humano. Ele é uma falha: uma obra de arte que possui rachaduras em suas extremidades. Ele peca, ele chora e sente tudo ao seu redor. E não sabe o que fazer quanto a isso, porque quando descobrirem o que ele fez, exílio não será o suficiente para redimi-lo.
Charlie é uma garota condenada, fadada a aguardar seu destino - já traçado - num ciclo vicioso de solidão, sem qualquer tipo de experiência com alguém de sua idade desde seus onze anos de idade.
É numa fuga desesperada, sentindo mais uma de suas crises existenciais, que ela encontra a praia. Lá é o seu refúgio, um lugar onde ela nem desconfiava que iria não apenas conhecer, mas ter contato, com um garoto. Charlie é uma alma condenada, e Aaron, o pecador que necessitava urgentemente de redenção.
Seria possível dois desconhecidos trocarem experiências, sem revelar explicitamente o que planejam para o próprio futuro?

Não dá para explicar como é a dor de perder alguém, pois dizer que é como se uma parte do corpo fosse arrancada da base não é o suficiente. O sentimento que fica depois desgasta, corrói o peito e destrói a mente como o barulho ressoante de uma bala.
Angela se vê quieta e recatada na biblioteca da escola em busca de conseguir expressar tudo o que sente numa carta para seu melhor amigo, na frágil tentativa de cumprir a atividade que sua professora de inglês passou.
Mas escrever para Aaron e justamente sobre ele, contar como se sentiu quando o viu desmoronar, é como parar de respirar porque já não existe mais oxigênio dentro dos pulmões. Como contar que ela se sente igual a um fantasma, zanzando nos corredores da escola, desamparada e perdida, esperando ele entrar pela porta do lugar quando na verdade sabe que isso jamais vai acontecer novamente?

Ele se encontrava completamente estarrecido. A chuva cataclísmica e a terra negra de cemitério dissolvendo em lama não foram suficientes para fazê-lo gerar um mísero pingo de empatia pelo cadáver dentro daquele caixão enorme. Muito pelo contrário, ele estava feliz com a morte do pai, fora uma justiça poética o que lhe aconteceu. Agora, ele se pergunta: por que diabos demonstrar emotividade num enterro quando se sabe o tipo de monstro que o defunto fora em vida? Achava que até mesmo a mãe seria capaz de manter uma postura mais fria, mas a quem estava enganando? Aconteceu a mesma coisa com a irmã! Todos sabiam o tipo de homem que Álvaro era... E ainda assim compadeceram-se em lágrimas em frente ao padre.
Mas ele sabia que tipo de demônio dormiria dentro daquele túmulo a partir daquele dia. Ah... e como sabia.

Will sabe que estrelas explodem da mesma maneira que seres humanos morrem todos os dias. Algumas pessoas partem sem nem mesmo ter tido a chance de viver realmente. Mas o que a doçura do verbo viver significa, na realidade?
Ele sabe que a palavra "solidão" possui um peso, uma carga muito grande para ser mantida no peito por muito tempo sem que tire o direito do homem de viver. A saudade que os planetas têm de enfrentar para aguentar tantos anos luz longe uns dos outros nem se fala...
Mas e quando se é rejeitado, pela própria natureza da qual se foi criado? E como isso impacta e afeta o emocional humano?
Will costuma viajar frequentemente. Ele é um astronauta, e precisa de você para trazê-lo de volta.

~Larry Stylinson Fanfiction~

Quando se ama alguém você o liberta, certo? Então, por que parece tão errado abandonar a última esperança de que se tem notícia? O coração de Louis badala no mesmo ritmo que o sino da igreja, o qual indica o início de uma cerimônia.
Por pequenos vislumbres de tempo, ele observa as expectativas escapando de seu peito, dando-lhe adeus. Seu esforço fora em vão, assim como o quanto ele é capaz de amar. Agora, aonde mais ele poderia ir para se livrar da cena que estilhaçará sua sanidade para o resto da vida?
Todos se levantam dos bancos e os músicos tocam a faixa nupcial, mas tudo o que Louis consegue ver é o desespero.