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" - Alguns psicólogos dizem que um em cada cem pessoas é um psicopata. Você provavelmente passou por um na rua hoje e não tem como você dizer quem são baseando-se em pistas verbais ou não verbais.

Psicopatia: Comportamentos violentos e manipulatórios, falta de remorso e de empatia. Desde que viva no mundo das idéias não há relevância no mundo material, mas quando se converte em atos concretos temos um grande criminoso a solta."




-Créditos da capa: Andréia Brenner - @c4rtermason

Inspirou presunçosamente e olhou para cada um dos rostos com certo desdém. Sabia o impacto que causava nos lugares, e não era só por causa do longo cabelo negro ou da pesada maquiagem nos olhos. A algema e o revólver em sua cintura ajudava muito no pacote.

Estar no comando na cozinha sempre foi algo da qual eu dominava com maestria. Era como uma dança, onde eu era responsável pelos acordes, pela batida, pela coreografia e principalmente, pelo ritmo.
Entregar o controle nas mãos de qualquer pessoa que fosse, nunca cruzou minha mente, apenas pelo simples fato de que não havia alguém melhor do que eu. Afinal, a dança era minha, a cozinha era minha. A única coisa que eu não contava, era com o fato de que o ritmo da música muda. E rápido.

Demi ergueu uma das sobrancelhas e cruzou os braços em modo de defesa, nunca sabia quando a bomba iria explodir, muito menos como iria explodir. O que lhe restava era esperar o tamanho do estrago.

Have you ever had a dream.. As respirações ofegantes. Become reality? As esmeraldas fixos nos castanhos. Have you ever seen the impossible.. O contato corporal brusco. Become possible? As línguas se enroscando com ardor. But now.. - Sem ar.. i know the truth.

"Eu sou um átomo em um mar de nada à procura de um outro para combinar. Talvez nós poderíamos ser o começo de algo. Estarmos juntos no início do tempo."

As bocas se encontraram docemente, sem pressa, sem dominância. As línguas passeavam através dos lábios se encostando em uma caricia gostosa. A temperatura do ambiente subia gradativamente, os corpos se colando cada vez mais. Selena correu as mãos pela cintura fina do corpo sobre o seu e alcançou a barra da camisa a levantando lentamente revelando toda a pele alva.

Abri os olhos com surpresa encarando a porta do meu quarto. Escutei o trinco da janela sinalizando que o invasor já se encontrava dentro do pequeno aposento, o vento frio já não chegava mais ao meu corpo. Um som mais alto soou e de acordo com o enredo o individuo tinha esbarrado na mesinha do computador. - Merda! - Sussurrou com a voz rouca me fazendo querer rir, mas não o fiz.

Meu peito implora por sua aproximação, implora por seus toques, por seus carinhos. Sinto os cabelos de minha nuca se arrepiar com o desejo de correr as pontas dos dedos pelo rosto perfeito, sentir a respiração doce em minha boca, o contato do corpo quente no meu. Só quero ter um dia para amá-la e demonstrar o quanto sou dela.

Os passos baixos se aproximando fez com que todo o ar pesado a sua volta se dissipasse. O arrepio pelo corpo e o perfume fresco lhe invadindo as narinas anunciou a chegada do único fio de esperança que a mantinha sã. Suspirou aliviada, a pressão no peito se transformando em um palpitar forte e marcado. Estava a salvo.