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Uma relato tão misterioso quanto a própria Ariana. Enevoado e cheio de questões não respondidas como a memória de Taemin naquela banheira.

Nammie hyung está vindo. Aquilo na mão dele é um sorvete? Nammie hyung tem um sorvete! Ah, eu queria um sorvete também. Não tenho dinheiro para comprar sorvete. Só os adultos tem. E o Nammie hyung.

“Metáforas nunca acabam, elas só dão pausas, de tempos em tempos, para se reencontrarem.”

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Vinte e cinco anos, Yoongi. E lá se foram as botas de cowboy.

O mundo está necessitado de seres humanos. Eu sei, eu sei. Tem mais de sete bilhões de Homo sapiens sapiens por aí andando, comendo, dormindo e soltando pum. Eu disse seres humanos, não Homo sapiens sapiens.

Depois de todos terem terminado de cantar, a velinha foi soprada pelo pequeno, mas o desejo de Jimin seria realizado por ele mesmo, dali poucos minutos, numa mesa a alguns metros de onde estavam todos — ou quase todos.

Discretamente, cutucou a professora, chamando por ela. Sussurrou em seu ouvido a pergunta que tanto queria fazer.

— Professora, posso escolher para quem dar o primeiro pedaço? — disse fazendo um pequeno bico, esperando uma resposta.

— Meu pai sempre me diz que, para fazer um barquinho, temos que seguir dezesseis passos. — disse Jimin, observando a dobradura flutuar.

Contudo, Yoongi e Jimin não sabiam que para se fazer um grande amigo havia seis passos — e todos eles eram tremendamente desengonçados. Por sorte, eles teriam um ao outro para se equilibrar.

— Eomma, eu posso comer outro tteok?
— Você já comeu muitos, Namjoon.
— Mas é dia das crianças! Como você pode dizer que me ama se não me alimenta?!

Yoongi não sabia de onde vinham as fadas, nem para quê exatamente elas serviam. Mas não foi por isso que, em mais um tristonho e pacato dia no seu quarto de hospital, ele recebeu uma visita pequenina, cor-de-rosa e cintilante, com asinhas azuis, e que lhe cabia na palma da mão. Sua fadinha vinha para lhe mostrar o melhor do que poderiam ser seus últimos dias.

Por mais doloroso que pudesse ser ver a capa, os nomes, e lembrar-se de tudo que aconteceu ao lado do mais velho, Jimin sabia que aquele era um dos efeitos colaterais do amor e das separações. Coisas que ao lado de alguém pareciam significativas, parecem morrer e acinzentar pouco a pouco quando nos vemos sozinhos outra vez.

E talvez por isso ele tenha ganho o título de pequeno príncipe. Por saber disso e, mesmo assim, ter continuado suas constelações, suas noites de cartografia amadora, dando nomes florais às estrelas e aos desenhos que fazia.