História A Belieber - III. Seattle - Canadá

Seattle — 10/03/2016  03:47 AM.

— O que as pessoas vão pensar? — pergunto desesperada me levantando.

— Que somos amigos, oras. Você é minha fã, está me acompanhando nessa turnê, quero te mostrar como eu vivo, como eu sou de verdade. — ele me convence.

— Tudo bem. — ele sorri um sorriso de vitória me fazendo revirar os olhos.

— Uma das páginas do fã clube foi hackeada sem chance de recuperação, você se incomoda se eu passar algumas informações sobre a turnê, fotos pessoais e etc?

— Você poderia me consultar antes de o fazer? — pergunta um pouco nervoso.

— Com certeza, não quero te expor de maneira nenhuma.

— Então tudo bem.

Pego minhas coisas para começar a desenhar e o meu portfólio com as jóias já terminadas. Abro-o colocando na frente de Justin que devora todos os quinzes modelos femininos.

— Você é incrivelmente talentosa. — elogia e eu sorrio.

— Bom, gosto de fazer isso, mas meu sonho é atuar. — ele sorri e eu fico surpresa.

— Senhorita Chermont, será um deleite para meus olhos vê-la nas telas. — gargalho e ele me acompanha.

— Dei uma pausa nos testes por conta da turnê, mas estou esperando resposta de cinco testes, tirando um filme musical para a Disney. — ele sorri.

— Você seria uma linda princesa Disney, mas já estou farto de garotas Disney. — não consigo não rir e ele me olha feio revirando os olhos.

— Escolhemos nosso caminho, Senhor Bieber. — brinco de volta.

— Talvez, sim. — parece pensativo em sua resposta.

— Bom, vamos começar a trabalhar aqui. — pego o papel grosso e meu lápis começando a assinar a folha.

— Bela assinatura. — agradeço com um sorriso.

Ele pode ser um homem muito galante e isso me assusta. Será que Madison poderia estar certa?

— O que você tem em mente? — Justin pergunta.

— Você tem que ter em mente, a coleção é sua, Justin.

— Mas o que acha de um relógio de ouro vinte e quatro quilates, muito bem projetado, e um outro ouro cravejado de diamantes, devemos levar o seu poder as peças, quero você refletido nessa coleção. — ele sorri e eu o incentivo.

CONSEGUIMOS PRODUZIR, agora temos vinte incríveis jóias e um pouco mais de álcool no sangue, a garrafa de whisky está pela metade, não me lembro de gostar tanto, prefiro vinho.

— Amei trabalhar com você, senhorita Chermont. — beija minha mão me fazendo rir.

Acho que o álcool me deixa mais animada.
                Justin se despede saindo pela porta que deixou aperta entre os nossos quartos, mas sua cara caí imediatamente.

— O que houve? — pergunto assustada e me livrando um pouco do álcool.

— Alguém invadiu o meu quarto. — fala confuso.

— Será que Maggy não esteve aqui? — ele nega ligando imediatamente para alguém.

— Mike, alguém esteve aqui, você pode checar as câmeras do hotel. — fico assustada.

Ele sacode a cabeça de acordo com as informações, acho.

— Ela não era uma camareira, Mike. Ela revirou o quarto e o meu laptop, se não ouviu uma conversa confidencial com a Kate sobre a nova coleção de jóias que estou produzindo. — fico branca com a ideia de ter que produzir 20 peças novamente, nunca é a mesma coisa.

Ele me olha me tranquilizando, mas não adianta.
Vou em busca do meu celular e abro o site que consegue informações nossas de forma bizarra e já tem fotos nossas trabalhando na mesa, informações, mas o filho da puta não tem nenhuma foto do nosso trabalho.
Caminho na direção de Justin e lhe entrego o meu celular, enquanto ele ainda fala com Mike.

— Eu estava certo, Mike, ela tem todas as informações, eu quero esse site fora do ar e esse filho da puta na cadeia. — grita irritado me assustando.

— Desculpa. — ele pede e eu o tranquilizo com um sorriso.

— As jóias não foram expostas, pelo menos. — ele assente.

— Em pensar que eu sempre fugi da fama dos meus pais, e agora estou embarcando na sua. — ele gargalha e eu sorrio. Pelo menos eu o divirto.

— Não se preocupe, tudo vai ficar bem. — ele tenta tocar meu rosto, mas eu comprimo os lábios e ele se afasta.

— No seu tempo... — ele ergue as mãos e eu agradeço com um sorriso tímido.

— Bom, vou dormir, já está tarde e amanhã eu pego um jatinho para conhecer a família de um certo astro. — ele sorri e eu saio de seu quarto fechando a porta atrás de mim.

ACORDO ASSUSTADA, meu celular está tocando no criado-mudo, me estico vendo uma chamada de Benjamin, não quero falar com ele, mas atendo.

— Você me acordou! — falo de mau humor.

— Me desculpe, são nove horas de diferença, aqui são duas da tarde. — sussurra e eu me sinto arrependida.

— Não tem problema. — olho o relógio apontando cinco da manhã

— Como você está? — pergunta suavemente e eu já sei a razão da ligação.

— Estou bem e você? — finjo não saber de nada.

— Estou bem também. Conheci uma garota. — eu fico gelada imediatamente por ele ser tão direto.

— Bom... Obrigada por ir direto ao ponto. — gaguejo.

— Kate, eu nã...

— É o que você quer Benji? — pergunto superior.

— Eu não sei o que quero, estamos juntos a cinco anos, eu sinto a sua falta todos os dias, gostaria que estivesse aqui, mas ela vem me encantando, ela me lembra você em muitas coisas. — riu ironicamente.

— Eu estou em Seattle, não Munique, eu sou a Katherine, e você é o Benjamin, venho sendo fiel a você por um ano depois da sua decisão de se mudar para estudar sem a minha opinião, nem em suas férias você se dignou a me visitar, então não venha me dizer que está em um casinho porque ela se parece comigo e você sente a minha falta. Não minta! — sou dura e ele suspira.

— Nós não tivemos nada ainda... — não consigo não rir.

— Você vai mentir para mim dessa maneira? — pergunto.

— Desculpe, eu fui fraco.

— Sim, você foi. Eu sou uma mulher inteligente, Benjamin. Você não entra em contato comigo a um mês, você chegou a imaginar que iria me enganar dessa maneira? Só porque Sophia o viu com outra e me avisou, você achou que deveria me ligar. Eu tenho amigos por toda a Europa, não tente me enganar. — escondi isso de todos por vergonha esperando que fosse apenas uma amiga, doce ilusão.

— Desculpe! — suas palavras não são sinceras.

— Você escolheu seu caminho, espero que valha a pena. — encerro a chamada e ignoro todas às vezes que ele tenta me ligar novamente.

Me levanto decidida a correr, peguei as primeiras roupas¹ que encontrei na mala que ainda estava aberta, e saí do meu quarto apressadamente, eu sentia que ia sufocar.
Justin estava saindo do elevador com seus óculos escuros, ele saiu ontem ainda, quem diria.
Não disse absolutamente nada, ele saiu do elevador e eu tomei o seu lugar dentro indo para o térreo.
Estava chovendo muito forte do lado de fora, o céu estava escuro e os pingos eram doloridos, mas não me inibi.
Quando me dei conta estava chorando de soluçar enquanto corria pelo parque, estava absolutamente vazio, deveria ter medo, mas eu não conseguia parar de correr, minhas pernas doíam, meu pulmão queimava, mas eu não parei até que o choro foi embora.
Eu não prestava nem atenção na música que estourava meus tímpanos.

Como ele pôde fazer uma coisa dessas comigo? Cinco anos de fidelidade, compromisso, amor, me sinto uma idiota, mas no fundo sei que estou melhor sem ele, nunca tivemos os mesmos objetivos de vida, ele nunca torceu por mim, me sinto um pouco melhor por isso, mas não pela traição, mas todos estavam certos.
 Como eu pude ficar um ano sem sexo?

Paro em frente a um lago no parque me sentindo exausta, nessas duas horas de corrida penso só ter respirado agora, como se fosse possível.
Sinto-me raivosa, homens são realmente de outro planeta como mamãe me dizia.
Meu celular desperta, deveria estar acordando agora.
Filho da puta egoísta, poderia ter ligado mais tarde pelo menos, mas penso na exposição no jato e foi melhor dessa maneira, pelo menos não sinto mais tanta raiva.
Corro em direção ao hotel e estou exausta e encharcada, preciso de um banho quente ou vou me resfriar.

Entro no lobby do hotel tirando os óculos escuros, como se precisasse deles nessa chuva, e sinto meus tênis rangerem pela agua enquanto ensopo o piso. Me sinto culpada por quem irá limpar a minha sujeira.
No elevador tiro o boné e me olho no espelho, olhos inchados, cara cansada e feições extremamente irritadas.
Vamos ter que resolver isso, Katherine. Ninguém tem nada a ver com os seus problemas e você é uma mulher forte.

QUANDO DESÇO PARA O CAFÉ encontro os olhos curiosos de Justin sob mim, ele quer dizer algo, mas fica distante.

— Bom dia. — sorrio sem mostrar os dentes.

— Bom dia! — exclamam em couro me fazendo sorrir verdadeiramente, meu coração se aquece um pouco.

Sirvo-me rapidamente e me sento afastada, mas logo Justin toma uma cadeira ao meu lado.

— Está chateada por ter me encontrado no elevador. — não consigo não sorrir por sua ingenuidade.

— Claro que não, Justin. — volto a comer.

— Kate, hoje começam as filmagens da web série semanal da tour com você. — concordo e ninguém mais tenta puxar assunto comigo, graças a Deus.

Meu humor está escuro como o dia em Seattle, depois de recolherem minhas malas, eu desço para a recepção onde Maggy acerta todas as contas e fico ao lado dela.

— Você está bem, querida? — pergunta e assinto por trás dos óculos escuros.

— Foi Justin, não foi?! — sorrio negando.

— Ele é um bom garoto, temos nos dado muito bem. — admito e ela sorri.

— Fico feliz em saber disso. — ele pega em meu queixo como uma mãe e sacode me fazendo sorrir.

— Olha minhas garotas aí! — Justin coloca os braços nos nossos ombros nos guiando para os elevadores para pegarmos o carro no subsolo.

DORMI O VOO TODO, Justin fez questão de ir sentado ao meu lado e me sacudiu muito rindo quando aterrissamos e eu não consegui não rir em resposta.

— Se me acordar assim de novo vai tomar um bofetão. — falo rindo e ele me acompanha.

— Você está bem? — pergunta gentilmente.

— Só estou de mau humor. — sorrio e ele gargalha caindo facilmente.

Se me conhecesse saberia que só tenho mau humor na TPM, sou geniosa, mas muito tranquila.
Não contei, porque se o fizesse, seria como se fosse real e ainda não estou preparada para deixa-lo ir. Mesmo que queira estar com Justin.

Esses pensamentos me dão um frio intenso na barriga e eu sorrio sozinha.

Continua...