FlowerFeel: Muito Tempo
Fell estava ajoelhado na terra. Com um anel prateado na mão. O anel que já foi sua felicidade e a sua ruína. Agora, não passava de lembranças.
-Já faz muito tempo, Sweetheart.
Plock, plock. A chuva começava a cair, grossas gotas de água desciam do céu e caiam e deslizavam sobre a nuca do esqueleto, encharcando suas costas e formando poças ao seu redor.
Mas Fell estava determinado a homenagear a humana amada.
Flashback ON
5 anos atrás
Frisk se arrumava para o baile. A pobre humana era apaixonada por um esqueleto fazia séculos. Mas tinha medo de que fosse rejeitada pelo monstro.
Vestindo seu vestido vermelho com listras pretas rodado, calçando suas sapatilhas de tiras pratas, Frisk pensava em tudo que poderia acontecer naquele baile.
Com seus cabelos cor de chocolate rebeldes soltos, olhos dourados semicerrados e Flores Douradas tomando o seu olho esquerdo, deixando a garota cega de um olho, por conta do Canteiro Dourado, Frisk estava pronta. Pronta para o baile.
Descendo as escadas para o saguão de entrada sombrio, a humana chamava muita atenção. Por ser humana ou por ser simplesmente bela.
Enquanto isso, Fell estava nervoso. Esperava ansiosamente a humana havia meia hora. Quando a viu, o esqueleto ficou abobado. E, sabendo que teria de esperar pelo menos duas músicas para, pelo menos, dançar com Frisk, o esqueleto observou com ciúmes e em silêncio a amada dançar com Monster Kid.
Depois das suas danças, Frisk começou a varrer com os olhos o salão a procura do esqueleto no qual ela era apaixonada. Achando-o, e Fell a notando também, os dois se aproximavam fingindo tranquilidade, quando na realidade estavam bem longe disso. Fell a cumprimentou:
-Hey, kid! Tudo bem?
-Ah!- Exclamou Frisk, com os olhos brilhando de empolgação- Oi, Fell! Tudo, é claro.
-Uh…- Fell estava hipnotizado, ela estava tão bela com a pele brilhando a luz fantasmagórica que vinha da Lua, e ele estava tão… Comum- Quer dançar?
Segurando-se para conter a empolgação, a garota respondeu:
-Claro.
O esqueleto se aproximou dela, passou uma mão pela cintura da humana e a outra segurando a mão da mesma. Enquanto ela passava uma mão pelo pescoço de Fell.
Assim, os dois começaram a rodopiar graciosamente pelo salão forrado com tecidos vermelho, prata, e dourado. O coração de ambos pulsando mais rapidamente com o toque. E eram um lindo par, a se eram, a humana e o monstro.
Quando a música acabou, Fell a puxou para longe de todos, na varanda do local. Recebendo, assim, o olhar torto de alguns monstros jovens.
-Ufa!- Comemorou Frisk- Estava abafado lá dentro.
-É…- Era agora ou nunca- K-kid…
-Eu?
-É… -Quantos “é” ele estava usando?- E-eu meio q-que me... Apaixonei por você. E eu sei que é errado se apaixonar por uma humana.
E ele tinha medo, muito, mas muito medo. Medo de ser rejeitado, medo de seu irmão e os outros monstros não aprovarem essa relação, medo de revelar por todo os seus sentimentos…
Enquanto isso, Frisk o encarava nas orbes. Fell, que era um esqueleto violento, indiferente e sadomasoquista era apaixonado por ela como ela por ele? Ou era somente uma brincadeira?
-K-kid… O que eu quero perguntar mesmo é- Ele tomou folego, juntou toda a sua determinação e perguntou- V-você que-quer namorar c-comigo?
-Fell, você é um cabeça de vento.
Fell a encarou, decepcionado, tentou se desculpar.
-Eu sabia, nem deveria ter perguntado, me descul- Mas foi cortado por um beijo, um beijo que começou doce e tranquilo e que foi se aprofundando. Esse foi o primeiro beijo de Frisk. Quando se separaram, por falta de ar, a humana respondeu:
-Mas é claro! Nunca achei que fosse perguntar!
Se ajoelhando o esqueleto puxou do bolso uma caixa de veludo cor de sangue e a abriu, revelando um anel prateado, com um coração no centro, metade laranja, metade vermelho, as cores em um degrade, se fundindo harmoniosamente, e a colocou no dedo da amada. Que admirava a cena, torcendo para não ser somente um sonho.
Esse foi o dia mais feliz da vida de ambos.
Um mês atrás
Ela estava tão fraca…
Frisk havia pego uma doença, provocada pela magia maligna que impregnou a atmosfera do Underground, mas que só pegava em humanos. Uma doença incurável.
E Fell, que a segurava enquanto caminhavam, e segurava as lágrimas, sentou-se com ela no colo.
E, surpreendentemente, Frisk falou, quase não enxergando mais, já que as Flores estavam tomando o seu olho direito:
-Sorria… Por mim?
Sem conter as lágrimas, o esqueleto a encarou nos olhos, com as grossas lágrimas escorrendo do rosto dele para o dela.
E, sim, ele estava surpreso. Eram as últimas forças dela, o reset havia sido quebrado, por alguém desconhecido, e ela usava as forças para falar com ele. Suas últimas forças.
-Kid… Eu-
-Por… Favor?
Tirando a grossa jaqueta vermelha e colocando nela, Fell jurou:
-Tudo por você, Sweetheart
-Ah… E, por favor… Fale com Papyrus e os outros sobre o que aconteceu comigo…
Frisk tirou o anel e entregou ao esqueleto.
E, assim, ela foi em paz.
Flashback OFF
-Faz muito tempo, Sweetheart- Disse Fell tirando o anel do dedo.
Ele enterrou o anel no túmulo dela e sorriu.
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