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História Here's To Never Growing Up - Chapter XIV - Merak; Lis.


Escrita por: YourEmpress e BrookeYoongi

Notas do Autor


Desculpem pela demora, mas enfim, aqui estamos nós. ^^
Quem fez o p.o.v do Merak foi a @Cr4zySn0w e eu fiz o da Lis :u
Fiquem com esse cap narrado pelo Merak e pela Lis 💕
Boa leitura.

Capítulo 15 - Chapter XIV - Merak; Lis.


Merak.

Olhei-me no espelho grande que tinha em meu quarto. Kimberly tinha razão — eu e Lis nos parecíamos, mesmo que com algumas notáveis diferenças.

— Você ouviu o que eu disse? — Theo me pergunta.

Olho-o pelo o espelho e respondo:

— Sim, eu não sou tão distraído assim — brinco, mas sai um pouco sério demais. Limpo a garganta. — História da Magia é a minha matéria favorita. E acho uma tragédia que em Hogwarts coloquem um fantasma para lecionar.

— Que bom que você entende.

— Claro que eu entendo — falei como se fosse óbvio. E era. — Em Durmstrang, o corpo docente era maravilhoso. Espero que eu possa dizer que o de Hogwarts é pelo menos aceitável.

— É, sim — Theodore confirma, para meu alívio. — Os diretores das casas são excepcionalmente bons. Ah, é claro que você sabe disso.

— Ele comprou "Hogwarts: Uma história" quando soube que mudaria de escola — Uma voz cantarola, e nem preciso que ela apareça na porta para saber que é minha mãe.

Olho para minha mãe. Apesar de ter mais de trinta anos, continua bela. Seus olhos claros, assim como os meus, brilham de entusiasmo. Sendo a mais amimada — talvez a única — da casa, sempre faz questão de deixar todos bem. Se comparássemos minha mãe com algum elemento astronômico, ela seria o sol, com certeza.

— Preparação, oras — dou de ombros.

— Como o pai — ela murmura, e eu balanço a cabeça negativamente, não contendo um sorriso. — O jantar está pronto!

Theo olhou para mim meio confuso, e eu apenas dei uma risada. Ela era também espontânea e aleatória.

Caminhamos à sala de refeições conversando sobre Quadribol. Como eu, ele torce para os Falmouth Falcons, um time britânico. Diz que gosta do esporte, mas jamais se tornaria jogador. É, o tradicionalismo entre as famílias sangue puro é ainda contemporâneo e sufocante.

Chegando ao nosso destino, vejo minhas duas amigas — espero que elas sejam isso mesmo — ajudando minha mãe. Incrivelmente, Kim tem um sorriso sincero no rosto. De longe, a Nott mais intrigante, uma rebelde com causa que segue e luta pelos os valores que não vêm dos seus pais. Talvez ela necessite instruir isso ao seu irmão, certamente desprovido da personalidade forte que ela possui.

Enquanto isso, Lis é um pouco diferente da amiga. Tem a sensibilidade de Lyra, mas algo nos seus olhos azuis acinzentados me diz que essa garota pode fazer estrago. Espero que sim, odiaria que eu fosse amigo de duas perdedoras.

Meu pai entra um pouco atrasado, pedindo mil desculpas. Como sempre, sempre educado. Se não fosse por seu trabalho no nível de Cooperação Internacional, o qual ele era chefe, chegaria pontualmente. Deve ter acabado com uns empregados, já que ele odeia incompetência. Assim como eu.

Ele se contém para não dar um beijo rápido em minha mãe — sabe que tem hora para tudo e que gestos como aquele eram para outra hora. Regulus e Lyra, um casal amado no mundo bruxo. Ricos e bonitos, dois Black que não deixaram as consequências da Primeira Guerra Bruxa nem os atingir nem os marcar. Eram inteligentes e ardilosos demais para isso. Não duvido, porém, que minha mãe tenha sido o maior estímulo para meu pai. Apesar de ele controlar a maior parte de tudo, sabe que não seria quem é sem Lyra.

Observo meus amigos estudarem meus pais. É claro que eles os admiram. Aposto até que Kim, uma garota que luta contra ser feminina, iria querer ser como minha mãe.

O jantar seguiu tranquilo. Consegui fazer com que minha boca articulasse uma quantidade razoável de palavras, não deixando transparecer que eu preferia que eu estivesse a sós com minha família. Mas como eu ouvia sempre da minha mãe ‘’Faça amigos. Eles podem te ajudar na longa caminhada que é a vida. ‘’ E era estranho pensar neles como amigos. O sentimento é novo, portanto estranho. Talvez Hogwarts tenha sido uma boa escolha.

Sou chamado, no meio de uma leitura, por Theodore. Kim e Lis se encontravam na biblioteca da Mansão, ao redor de uma grande mesa com um tabuleiro de xadrez bruxo. Examinei bem a situação delas. É claro que não competiriam entre si, queriam competir contra nós.

Pouso o meu livro na mesa, encarando as duas que desviaram o olhar. Elas acharam que eu lerei a mente delas, mas sempre fui melhor em Oclumência. Era melhor esconder sua mente de outros do que ler desses, afinal, a habilidade de perceber as coisas era natural a mim.

— Quer jogar uma partidinha conosco? — brinca Kim, com um sorriso inocente no rosto.

— É, Merak — Lis sorri, porém mais inocentemente.

Olho para Theo.

— Você é bom nisso? — sussurro a Theo.

— Razoável — ele responde e eu dou um suspiro.

Mesmo com sua resposta, não pude conter um comentário arrogante:

— Prontas para perder, meninas?

Partida vai, partida vem, e o empate é a única coisa que acontece, no final das contas. Olho furiosamente para Theo. Por que ele não poderia ter ganho da Lis e ter nos dado a vitória?

— É, querido Black, seria muito triste se vocês perdessem — diz Kimberly, fazendo Lis rir.

— Vou falar com meu parceiro — cerro meus olhos. — E, então, continuamos.

— O que foi? — ele sussurra, quando estávamos um pouco longe das duas.

— Acho que elas vão ganhar de nós — viro-me contra elas, para que não consigam nem ler meus lábios. — Mas tenho um plano.

— Para ganhar?

— Não dá para ganhar sempre, mas podemos fazer com que o empate se prolongue — sorrio de lado. — E teríamos outra oportunidade.

— Gostei de você, Merak — ele estende uma mão, e eu a aperto, sem hesitação.

— No três.

— Um

— Dois

— Três — saímos correndo.

Elas tomam um susto. Claramente não esperavam que isso aconteceria. E nem que eu roubaria o tabuleiro e Theo roubaria a maior parte das peças.

Damos uma gargalhada alta, o barulho de nossos calçados sendo diminuído por conta do chão e tapete encantado. Nunca tinha sentido a adrenalina que senti naquele momento, exceto, talvez, nas vezes em que joguei Quadribol.

Olhei para trás e as duas corriam atrás de nós, rindo. Kimberly liderava, os olhos brilhando de vingança. É claro que elas não deixariam barato.

Guio Theodore por escadas que a confundam, mas que nos guiem de volta à biblioteca. Eu conhecia melhor a casa que até meus próprios pais, portanto não tínhamos o que temer.

Dei uma risada estridente ao parar em frente a biblioteca muitos segundos antes delas — eu não pude me conter. Não sei como existiam pessoas que duvidam de Merak Regulus Black. Tento controlar minha respiração, assim como meu amigo faz. Não perco tempo, levanto as mãos que estão pousadas nos joelhos, e dou um passo para dentro da biblioteca.

— Oi, Merak e Theo — Lyra sorri, brincando com um bispo preto entre os dedos indicador e médio.

Meus olhos se arregalam.

— Bater em retirada! — eu anuncio ao exército constituído por um homem só.

— Não até que eu ordene — escuto a voz do meu pai e falo um palavrão. — Merak, sem palavras como essa na nossa casa.

— Pai! — eu exclamo, sentindo meu rosto ficar vermelho.

— Filho — ele brinca, abrindo um sorriso.

— Aí vocês estão! — Duas vozes falam ao mesmo tempo.

Lis e Kim.

— Soldado, o que fazemos?

— Acho que estou mais para general — Theo brinca também, e eu reviro os olhos.

— General substituto, isso sim.

— Venham aqui, crianças — Lyra chama. O tom que usa é de uma mãe, mas também de uma pessoa que aprendeu a arte da persuasão.

Cruzo os braços.

— Não sou criança.

— Está bom então, adulto — Mesmo sabendo que meu pai desaprova um pouco minha rebeldia, isso o lembra de Lyra e ele não pode não sorrir. Seu sorriso morre ao olhar os outros. — Vocês podem aprender uma coisa com esses dois adultos.

— E o que é? — Lis pergunta, ávida.

— Que é errado fazer coisas assim com uma dama? — pergunta Theo, supostamente prevendo o óbvio.

Lyra me encara. Eu sabia o que viria a seguir, portanto continuei apoiado na parede, jogando uma peça que eu rapidamente roubei para o alto e observando sua trajetória.

— Quem trapaceia nunca ganha.

Dou uma risada interna com as palavras da minha mãe. Nem todas as vezes é correta, mas sei que ela acredita, por isso apenas concordo com a cabeça.

Lis.

No dia seguinte ao qual havíamos corrido por grande parte da Mansão Black após uma partida de xadrez de bruxo, decidi que iria fazer alguma coisa diferente naquele dia, em um dos momentos em que me encontrava no mais imenso tédio.

Por tal motivo, coloquei um shorts jeans com uma meia-calça preta, um tênis cinza com minha camiseta preta com bolinhas brancas. Isso, junto com um chapéu preto, que combinou totalmente com a roupa, adicionando uma maquiagem que parecesse natural. Então saí do quarto, indo até o de Kim. Obviamente, bati na porta do mesmo e assim que ela disse “entre”, abri a porta e encontrei a mesma deitada na cama, lendo um livro.

— O que foi, Lis? Está entediada? – me perguntou a mesma, não desviando seu olhar do livro nem por um segundo. Pelo visto, a leitura de ‘Crime e Castigo’ estava boa.

— Acertou em cheio, Gwendolyn. 10 pontos para a Sonserina. – falei, me sentando ao lado dela.

— Você pareceu o Snape, ou o Dumbledore com a Grifinória, só que invertido. – fala Gwendolyn com um leve sorriso, parando sua leitura por alguns segundos para me encarar. — E eu presumo que você tenha pensado em alguma coisa para fazermos. Estou certa?

— Sim, está... Pensei em sairmos um pouco da Mansão, e fazer alguma atividade trouxa, sabe? – Kim concordou com a cabeça, não me interrompendo. — Então pensei um pouco em coisas interessantes que poderíamos fazer, e acabei me lembrando de uma das melhores atividades trouxas, a qual eu não faço já tem um bom tempo.... No caso, ir para um fliperama.

— Fliperama, tipo, aquelas máquinas de jogos que jogamos da última vez que conseguimos nos encontrar nas férias de Hogwarts? – perguntou a mesma, com um leve brilho no olhar. Ela havia amado os clássicos do fliperama que eu lhe mostrei da última vez que fomos em um.

— Exatamente! Sinto saudades dos clássicos... E dessa vez, podemos ir com Theo, Merak, Lyra e talvez até mesmo com Regulus. Então a competição poderia ser melhor ainda! – falei, um pouco mais animada do que planejei. Então, logo me recompus, ficando séria novamente, fazendo Kim abrir um pequeno sorriso. — Então... Vim aqui saber se você topa a ideia. E depois, iria ver com os outros...

— Eu aceito. Também estava entediada, mas acho que essa belezinha aqui pode esperar mais um pouco para ser lida. – fala a mesma, colocando o livro com cuidado em cima da cômoda. — Vou me arrumar. Prefere esperar aqui, ou já quer indo ver com os outros se eles vão ou não?

— Vou ver com os outros se eles também aceitam, para agilizar um pouco as coisas aqui. Encontro você com os outros na sala, se tudo der certo. – falei sorrindo, e fui até a porta, mas antes de ir até o quarto de Theo e Merak, virei-me para Kim. — Te vejo lá!

E, assim, fui ao quarto de cada um dos meninos. Obviamente Theodore fora o mais fácil de convencer, afinal, ele também encontrava-se entediado e assim que lhe contei a ideia, ele topou de imediato. Contudo, Merak fora um pouco mais complicado...

— Hey, Merak! – falei adentrando o quarto após pedir licença, já que ele estava aberto. — Eu, Kim e Theo vamos sair para fazer uma atividade típica dos trouxas, e queremos saber se você quer ir conosco...

— Uh, receio que não posso ir agora... Tenho que terminar de arrumar minhas malas, já que vamos para Hogwarts daqui há uma semana. Não gosto de deixar para fazer as coisas de última hora. – falou o mesmo, e ele realmente estava arrumando suas coisas. Era possível ver cada uma das coisas necessárias em sua mala, com exceção de alguns livros e materiais.

— Você pode deixar isso para depois, Merak! Se quiser, eu o ajudo a organizar suas coisas quando voltarmos. Não vamos demorar tanto tempo assim! – fala Theo, me ajudando a convencer o Black a nos acompanhar.

— E nós vamos em um fliperama próximo daqui. Fliperamas são lugares que reúnem máquinas de jogos, e eles são divertidos. Podemos competir, sabe? E desempatar a partida de ontem. – falei olhando para ele, que pareceu repensar no momento. — E irei ver com Lyra e Regulus, se eles também querem ou podem ir conosco. Seria legal competir com seus pais, não?

— É... Bem... Acho que vou aceitar a proposta dessa vez. E aceito sua ajuda quando voltarmos, Theo. – falou Merak o olhando, e Theo sorriu para o amigo. — Vamos ir quando?

— Assim que vocês dois estiverem prontos para sairmos, oras! – fala Kimberly, que apareceu na porta, pronta. — Já conversei com Lyra e Regulus, e os dois aceitaram a ideia. Eles estão nos esperando lá embaixo.

— Andem logo então! – falei os deixando sozinhos no quarto, e descendo até a sala juntamente a Kim, enquanto pensávamos no início de nosso ano anterior, no qual Malfoy recebeu um belo soco de Kim.

×××

Após uma eternidade – que fora o que pareceu para que os garotos terminassem de se arrumar -, todos nós saímos da Mansão dos Black e fomos até o fliperama, com base nos meus conhecimentos e nos de Lyra, que já fora no mesmo local comigo em outros momentos.

— Ali! – falei, correndo na direção do fliperama que há tempos eu não ia. Entrando ali dentro, o cheiro costumeiro de um fliperama invadiu minhas narinas de imediato, me trazendo uma boa sensação. Fechei meus olhos, aproveitando totalmente aquela sensação.

— Lis, já pode abrir os olhos. Temos que ir logo até aquele jogo da nave espacial, sério. Ou naquele da bolinha amarela que come as coisas. – fala Kim, olhando para cada uma das máquinas.

— Você quis dizer Space Invaders e Pac-Man, Gwendolyn. – falei, dando um pequeno sorriso. — Acho que podemos competir primeiro no do Space Invaders, já que ele tem uma dificuldade maior do que o Pac-Man.

— Parem de planejar tanto as coisas, e vamos logo jogar algum dos jogos! – falou Theo, que ao ler Space Invaders em uma das máquinas, saiu correndo na direção da mesma.

Sem perder tempo, todos o seguimos, mas Regulus e Merak com certa relutância, talvez por não conhecerem ainda a maravilha que era tal jogo. Sério, como alguém podia não gostar daqueles dois jogos?!

— Okay, as duplas serão eu e Kim, Merak e Theo, e Lyra e Regulus. Vence a dupla que fizer mais pontos no jogo, ou zerar ele. – falei animada, sorrindo. — Primeiro começaremos eu e Kim, para que vocês vejam como se joga. Certo?

Todos concordaram imediatamente, e eu e Kim fizemos o par ou ímpar para ver quem começaria primeiro. Eu fiquei com o par, e ela com o ímpar. O resultado fora cinco. Então, ela começou jogando pela primeira vez, e conseguiu um total de 4.959 pontos antes que sua nave fosse destruída pelas outras.

— Você foi bem. – falei, dando um pequeno sorriso.

— Eu podia ter feito melhor, mas, é, nada mal. – falou a Nott, dando de ombros. — Agora é sua vez, Lis.

Estralei meus dez dedos das mãos, antes de pegar os controles da máquina. Soltei um suspiro, e, então, dei início no jogo, me concentrando totalmente em derrotar as naves alienígenas do jogo. Consegui exatos 6.353 pontos antes da minha nave ser destruída, o que rendeu 11.312 pontos para mim e Kim no total.

— Yes! – falei, dando um pequeno pulo, alegre pelos pontos conseguidos. — Acho que esse foi meu recorde aqui! Bem... Theo e Merak... A vez agora é de vocês.

Merak fora o primeiro de sua dupla, e conseguiu arrecadar 5.678 pontos no jogo, que jogou com uma calma assustadora para sua primeira vez.

— Tem certeza de que nunca jogou isso antes, Black? – perguntou Theodore, arqueando uma sobrancelha ao encarar o recorde do amigo no jogo.

— Tenho, sim. Eu só aprendo rápido, assim como meus pais. – falou o mesmo, dando de ombros. Estava sendo sincero. — Agora, é sua vez, Nott.

E assim foi. Theo, que estava incrivelmente nervoso com o jogo por ser sua primeira vez ali, conseguiu ter 5.633 pontos no jogo. Assim, tendo no total de sua dupla, 11.311. Um ponto a menos do que eu e Gwendolyn conseguimos juntas.

— Ainda estamos na frente, pelo menos. - falou-me Kim em voz baixa, e eu apenas concordei. Aquilo era realmente sorte.

O Black mais novo apenas soltou um suspiro junto de Theo, sabendo que estavam logo depois de mim e Kimberly. Ainda éramos as primeiras, afinal.

Agora, Lyra fora jogar. Como nunca fora realmente viciada em tal jogo, conseguiu 4.102 pontos, o que ainda era muito se comparado as outras vezes que o jogou. Já Regulus, conseguiu 4.089 pontos, sendo o que conseguira a pontuação mais baixa até o momento. Aquela dupla conseguiu 8.191 pontos, sendo a última colocada.

— Iih... Mais sorte na próxima vez, Regulus. – falou Kim, com suavidade em sua voz. Então virou-se para mim, pegou minhas mãos e começamos a pular, comemorando nossa querida vitória.

— Não preciso de mais sorte, Kimberly. Esses jogos são baseados em experiência ao invés de sorte, ou simplesmente conhecimento e concentração. E eu acabei me distraindo, o que me causou uma média mais baixa. – fala Regulus, com um tom de voz incrivelmente calmo. Eu o conhecia para saber que aquilo significava raiva contida, e Merak e Lyra também.

— Então mais concentração na próxima vez. - respondeu-lhe Kim, arqueando uma sobrancelha para o mais velho. Pelo visto, ela não entendeu o motivo para a raiva do mais velho.

— Com toda certeza, eu irei ter. Isso, você pode garantir. – fala o Black mais velho, antes que Lyra o encarasse com seus brilhantes olhos verdes e pegasse sua mão, em um claro sinal para que ele se acalmasse.

— Bem... Vamos jogar Pac-Man agora. – falo para os Nott e Merak, tentando descontrair um pouco aquele clima. Então, fomos para o jogo do mesmo, fazendo um grupo para jogá-lo um por um.

×××

Um tempo mais tarde, havíamos decidido ir embora, após jogarmos todos os jogos daquele fliperama. Ao estarmos retornando para a Mansão, eu e Kim não conseguimos nos conter, e comemoramos nossa vitória.

— Sinceramente, nós somos as melhores! – fala Kim, dando um sorriso para mim.

— Curvem-se diante de nós, meros mortais desconhecedores das artes do fliperama! – complementei, rindo em seguida junto a Kim.

— Vocês talvez sejam melhores na próxima vez, rapazes. Mas nunca irão nos superar em Space Invaders. – fala Kim andando de costas os olhando, antes de voltar a virar-se para a frente.

— Talvez em Pac-Man, mas nunca em Space Invaders. Somos muito bem treinadas nesse jogo! – falo, não conseguindo parar de rir. Kim sorria, feliz com nossa vitória.

— Quando chegarmos em Hogwarts, precisamos combinar um dia para jogarmos contra os gêmeos irritantes. Eles com certeza vão perder. – fala Kim, feliz com a possibilidade de esfregar nos gêmeos mais uma vez que era melhor do que eles em algo.

— Certo, chega. – fala Regulus antes que eu pudesse responder Gwendolyn. — Vocês apenas venceram em um jogo. Deveriam parar de se gabar disso tanto assim. Vocês nem ao menos são as melhores do mundo nisso, somente venceram pessoas que não tem o hábito de jogar tais jogos trouxas. Não é como se fosse uma vitória realmente digna.

— Nós só estamos felizes com isso, oras. – fala Kim o olhando. — Não podemos estar felizes com isso?

— Não, vocês podem, somente não é algo digno de real felicidade, afinal, é algo imensamente sem importância. – falou o Black, com uma pitada de irritação aparente na voz. Se as coisas continuassem assim, ele ia realmente se estressar.

— Elas já entenderam, pai. Agora, podemos ir logo para casa, ou continuaremos sendo a peça deste público? – perguntou Merak, olhando para todas as pessoas que estavam nos encarando, sem entender o motivo da “briga”, mas interessados.

E assim, todos fomos para a Mansão em silêncio durante o resto do caminho, com uma dúvida martelando em minha cabeça. Afinal de contas, por qual razão Regulus se irritou tão facilmente?

...

Chegando na Mansão, Kim e eu nos dirigimos até meu quarto, deixando Lyra e Regulus sozinhos, já que Theo e Merak foram para o quarto do Black, terminar de arrumar suas malas para Hogwarts.

— O que há com ele, afinal? – pergunta Kim sobre Regulus assim que fechei a porta do cômodo.

— Stress acumulado pelo trabalho, acho. E talvez pela fuga definitiva de Sirius... Até onde eu sei, ele não tem a melhor relação do mundo com o irmão. – falei, fazendo uma careta. — Mas como você deve estar pensando, isso não justifica o que ele fez conosco.

— Exatamente... Mas não acho que seja por alguma dessas coisas. Ele é muito tranquilo com o trabalho pelo que meu pai diz, e se fosse por causa de Sirius, ele teria demonstrado isso nos dias anteriores. – fala Kim, pensativa. Então, solta um suspiro. — Ele é mais confuso do que Dumbledore.

Duas batidas foram ouvidas na porta, e uma voz suave fora ouvida, perguntando se poderia entrar. Nada respondi, apenas abri a porta para que Lyra entrasse. Assim, a mesma o fez, fechando a porta ao entrar.

— Desculpem-me pelo comportamento de Regulus... Ele só está estressado com algumas coisas, e descontou onde não deveria. – fala Lyra, dando um pequeno sorriso. — Ele não é uma pessoa ruim, longe disso. Só que algumas vezes, sua paciência se esgota por motivos...

— Bestas? Idiotas? – perguntou Kim, e Lyra concordou levemente.

— Qual foi o motivo para ele ter se estressado dessa vez? – perguntei, me sentando na cama ao lado de Gwendolyn. Lyra abaixou-se na minha frente, ficando na minha altura.

— Sabe, Lis... Acho que você já sabe que a relação dos irmãos Black não é das melhores. – fala a mesma, e eu apenas concordo. Ela me encarava com seus olhos verdes brilhantes. — E as coisas são assim desde que ambos eram pequenos, até o momento. E como sabem, Sirius... Conseguiu escapar de Azkaban.

— Sim... Ele até chegou a ir para nossa escola algumas vezes no ano passado. Foi complicado. – fala Kim, dando de ombros.

— E quando vocês duas estavam comemorando e durante muito tempo, ele lembrou-se de Sirius na idade de vocês... Afinal, Kimberly possui a personalidade parecida com a dele, e você, Lis... A aparência é semelhante. – fala a mesma, com um leve sorriso. Ela pronunciava o nome do Black de uma maneira afetiva. — E isso fez com que ele perdesse a paciência, já que não é próximo do irmão... Mas ele já se arrependeu, e por isso, vim pedir desculpas por ele.

— Certo... Obrigada, Lyra. – falei, dando um pequeno sorriso. Ela levantou-se, acariciou meus cabelos e saiu do quarto. — Você notou o afeto na voz dela, quando ela falou de Sirius?

— Notei... Bem, isso definitivamente significa algo. E eu acho que estou começando a entender um pouco melhor as coisas. – fala Kim, com um ar de detetive, semelhante ao de Sherlock Holmes.


Notas Finais


Para entenderem a relação de Lyra, Regulus e Sirius e terem mais sucesso em suas teorias, sugiro que leiam a história que explica as relações deles, feita pela @cr4zysn0w, Blood Moon, que se passa na época dos marotos, tendo sua grande maioria dos capítulos narrados por Lyra:

https://spiritfanfics.com/historia/blood-moon-marauders-era-7146435


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