História My dear roommate - JungKook - Capitulo 1

  Eu posso ser considerada com um imã para o azar quando trata de se apaixonar. Como eu sei disso? Pelo fato de eu estar sentada nesse banco em frente a uma praça, onde alguns casais passeiam felizes, segurando um copo de café que comprei com o pouco dinheiro que me resta enquanto enxugo as lágrimas que teimam em cair pelo meu rosto. Vocês devem estar curiosos para saber o motivo para eu estar assim, pois bem, irei contar como fui a pessoa mais idiota da face dessa terra.

  Há alguns meses conheci uma cara numa festa de uma amiga minha, nós saímos algumas vezes e a cada dia ele ficava mais romântico por isso eu acabei ficando perdidamente apaixonada por ele, em um dia que estávamos juntos eu me declarei para ele e depois disso soube que ele teve que ir embora. Juro que pude sentir meu coração se quebrar em milhares de pedaços, mas foi aí que me lembrei que ele morava em Busan, a partir disso fiz a pior coisa da minha vida, fui atrás dele. Eu deixei tudo que tinha para trás, amigos, trabalho e família, arrumei minhas coisas e vim para cá e quando consigo acha-lo, descubro que ele está noivo.

  Nem preciso falar como eu estou me sentindo, certo?

  Suspirei alto e me levantei, preciso arrumar um emprego logo se não esse banco se tornará minha futura casa, coloquei minha mochila sobre meus ombros e segui o fluxo de pessoas pela calçada. Parei na esquina esperando o sinal abrir para os pedestres, que não eram poucos, tentei controlar os fios do meu cabelo que se agitavam pela força do vento e acabei me distraindo, quando me toquei todas as pessoas já estavam do outro lado da rua. Fiquei aliviada por ver a faixa de pedestres vazia, e pouco depois de ter dado alguns passos apressados notei que o sinal para pedestres estava vermelho, parei instantaneamente pelo susto e virei minha cabeça para o lado, vendo um carro avançar em minha direção.

  Escuto um grito agudo, mas meus olhos não conseguem desviar do carro. Sinto meu corpo cair no chão frio e minha cabeça doer fortemente na parte de trás, um homem entrou em meu campo de visão e me olhou com uma expressão preocupada. Ele dizia alguma coisa, mas eu não conseguia entender, forcei meu corpo para me levantar, mas estava tonta e confusa demais para isso. Coloquei a mão na parte de trás da minha cabeça e senti um líquido entre meus dedos, os olhei e os vi vermelhos de sangue.

  -Aí meu Deus, me desculpe! -O garoto gritou ao meu lado. -Eu vou te levar ao hospital.

  Ele me pegou no colo e me levou até seu carro, depois de afivelar meu cinto correu para o banco do motorista e dirigiu rápido. Nem deu tempo de processar tudo o que estava acontecendo, pois quando dei por mim já estava sendo levada para dentro do enorme prédio. Após ele me deixar sentada no banco de espera, uma enfermeira trouxe um ficha que precisava ser preenchida, depois de passar todos os meus dados ele levou a folha para a recepcionista e quando voltou trouxe um pedaço grande de gaze e pressionou onde estava cortado.

  -Eu... eu... me desculpe. -Ela olhava para o chão envergonhado. -Você me assustou quando parou do nada, não tive tempo para frear o carro.

  -Tudo bem, eu não deveria ter feito isso. -Soltei uma risada soprada.

  -Nem falei meu nome. -Coçou a nuca sem jeito. -Eu me chamo JungKook, Jeon JungKook.

  -Ah, muito obrigada mesmo.

  -Não tem problema. -Fomos interrompidos pelo médico que chamou meu nome. -Vamos?

  Assenti e JungKook me ajudou a levantar, ele colocou seu braço pela minha cintura e assim fomos andando até a sala.

    ***

  -Por pouco você não levou ponto. -Ele falou enquanto andávamos pelo estacionamento até chegar no seu carro.

  -Sim, o corte foi só superficial graças a Deus.

  -Um alívio muito grande. -Ele sorriu. -Bem, eu preciso ir agora quer uma carona?

  -Não! -Sem querer eu acabei elevando meu tom de voz o que fez ele dar um pulo de susto. -Quer dizer, não precisa, está perto da minha casa.

  Olha a mentira, nem casa eu tenho, mas ele não precisa saber disso.

  -Tudo bem, até outro dia quem sabe.

  -Até! -Acenei sorrindo e assim que ele foi embora meu sorriso murchou, droga eu preciso arrumar algum lugar para dormir.

  A lua já estava no céu trazendo consigo os ventos frios que castigavam a minha pele sem dó nem piedade. Já faz umas duas horas e meia que estou andando tentando achar algum lugar para ficar, mas não encontrei nada, minhas pernas estavam doendo e meu corpo estava muito cansado. Avistei um pequeno bar onde várias pessoas bebiam e dançavam como se não houvesse o amanhã e por instinto fui para lá.

  -Oi doçura quer alguma coisa? -Uma senhora me perguntou assim que eu me sentei numa mesa.

  -Não obrigada.

  -Ok, se mudar de opinião me chame, meu nome é Rosie. -Assenti e ela foi atender outros clientes. Uma mulher que estava dançando veio até mim e sentou na cadeira à minha frente estendendo o copo de bebida alcoólica para mim.

  -Quer? -Apenas neguei com a cabeça e ela suspirou. -Sabe, o meu dia foi uma droga, hoje quando cheguei em casa peguei meu namorado, que agora é ex, me traindo e para piorar foi com a minha própria irmã.

  -Nossa, eu sinto muito... -Realmente isso não é algo fácil de digerir.

  -Eu confiava muito nele, mas no fundo sabia que ele não valia nada. -Ela deu de ombros e voltou a beber. -Bem vou voltar para pista, quer vir também?

  -Não eu estou bem aqui. -Sorri e ela voltou para lá.

  O tempo estava passando muito rápido e minhas pálpebras começaram a se fechar contra a minha vontade, coloquei meus braços em cima da mesa e apoiei minha cabeça neles me entregando ao sono.

  -Ei, menina acorda!

  -Hã? -Levantei minha cabeça e vi aquela senhora, Rosie.

  -As pessoas já foram, acho melhor você ir também.

  -Não moça, me deixe dormir aqui, por favor. -Ela me olhava com pena e com certo receio.

  -Olha... eu vou deixar, mas só por hoje.

  -Ah, muito obrigada! -Levantei e a abracei. -A senhora não sabe o quanto me ajudou.

  -Tudo bem menina. Lá dentro tem um sofá, onde fica a área de descanso, vou pegar uma manta para você. -Assenti e entrei no local. O sofá era pequeno, mas é bem mais confortável do que a mesa. -Aqui está, tenha uma boa noite.

  Peguei a manta e ela fechou a grande porta me deixando sozinha naquele lugar, peguei a minha mochila e a fiz de travesseiro, depois passei a manta pelo meu corpo e suspirei cansada. Por hoje isso serve.

  ***

  -Muito obrigada mesmo Rosie, se a senhora não tivesse deixado só Deus sabe onde eu teria dormido. -Eu estava sentada na frente do enorme balcão enquanto comia, Rosie teve a boa vontade de trazer para mim já que eu não comi nada dês de quando fui atropelada.

  -Eu queria poder fazer mais, mas não posso.

  -Não tem problema, a senhora já me ajudou muito! -A abracei mais uma vez e coloquei a mochila sobre os meus ombros. -Até outro dia.

  -Até menina, boa sorte!

  -Obrigada. -Comecei a andar pelas ruas procurando, novamente, algum tipo de pensão até que vi um anúncio colado em um poste. Era tudo o que eu precisava!

  "Procura - se colega de quarto, com divisão de despesas gerais. Ótima localização no centro de Busan."

  Acho que a sorte está ao meu favor agora, por sorte eu não estava tão longe do centro então foi fácil localizar o local. Se tratava de uma casa, não muito grande com um lindo jardim na frente, era simples, mas bem aconchegante.

  Fiquei em frente a porta e bati três vezes na mesma, demorei alguns minutos ali, mas logo ela se abriu.

  -JungKook? -Eu poderia imaginar diversas pessoas, mas encontrar ele foi realmente surpreendente.

  -Olá, está tudo bem com você? Aconteceu alguma coisa? Como me achou?

  -Sim, esta tudo bem. Eu vim aqui por causa do anúncio que vi na rua, você ainda precisa de um colega de quarto?

  -Sim.

  -Pois você acabou de achar uma. -Ele sorriu e eu fiz a mesma coisa.

  -Fique a vontade. -Ele deu espaço e eu entrei. -Não é grande, mas é boa de se morar.

  -É perfeita! -Me sentei no sofá e ele ficou me olhando. -O que foi?

  -É que eu realmente achava que nunca mais iria te ver, mas aqui está você. -Ele riu e foi para a cozinha voltando minutos depois com um copo de água e me entregou.

  -Obrigada.

  -O seu quarto fica ali. -Apontou para um corredor. -Terceira porta, agora eu vou tomar um banho, trabalhei muito hoje.

  -Certo. -Assim que ele entrou, no que parecia ser o quarto dele, eu fui andar pela casa. A cozinha era o maior cômodo da casa depois vinha a sala, realmente o lugar não era tão grande, mas estava muito bom.

  Fui até o meu quarto e encarei aquela cama que só de olhar dava vontade de me jogar e, claro, que não pensei duas vezes para fazer isso. Como eu pensei, macia e cheirosa.

 Levantei - me e fui para o banheiro que tinha no quarto onde eu irei ficar, o que eu mais preciso no momento é um banho decente, coisa que eu não tenho desde que cheguei em Busan. Assim que terminei me enrolei numa toalha e vesti uma roupa qualquer que estava na minha mochila, penteei meus cabelos e fui para a sala. Chegando lá me deparo com uma cena de tirar o fôlego, JungKook estava sentado no sofá com os pés apoiados na mesa de centro, com os madeixas molhadas e bagunçadas, sem camisa enquanto assistia um jogo na televisão. Aí meu Deus como esse garoto consegue ter esse corpo lindo? Alguém me responde, por favor!

  -Está tudo bem? -Acordo dos meus devaneios e balanço a cabeça fazendo que sim. -Estava pensando em pedir uma pizza, o que acha?

  -Adoro pizza, principalmente de calabresa! -Digo animada e ele sorri.

  -Então vou pedir duas dela. -Ele pega o celular e liga para a pizzaria, depois disso ficamos conversando um pouco sobre o que cada um gosta. Eu e ele somos bastante parecidos quando se trata de comida, como ser apaixonados por café e bolos de morango, mas somos bastante diferentes quando se trata de músicas, uma hora ele me pergunta o motivo para eu ter vindo para cá, hesito um pouco, mas conto mesmo assim, vai ser difícil esquecer essa parte da minha vida, mas eu tenho que tentar.

  A campainha toca e somos obrigados a parar de conversar para atender a porta, assim que pagamos as pizzas começamos a comer desesperados o que arrancou risadas de nós dois.

  -Há quanto tempo não como tanto assim! -Me encostei no sofá.

  -Não quero comer pizza por um bom tempo! -Ele se levantou e levou as caixas vazias para o lixo.

  -Nem eu! -Olhei para o relógio e me assustei, já era quase uma da madrugada. -Meu Deus, eu tenho que ir dormir.

  Me levantei do sofá e corri para o corredor, mas como eu sou uma pessoa muito distraída acabei tropeçando no tapete, fechei meus olhos aguardando a queda mais feia da minha vida, mas tudo o que eu senti foram dois braços firmes agarrarem a minha cintura.

  -Cuidado por onde anda princesa. -JungKook me puxou deixando nossos corpos colados, seu rosto foi se aproximando cada vez mais e aos poucos fui fechando meus olhos, mas ao contrário do que eu pensei ele levou o polegar até a minha bochecha e limpou. -Estava sujo.

  Ele me soltou e foi para o seu quarto. Me encostei na parede e tentei raciocinar o que acabou de acontecer. Mas que merda foi essa?