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História My Little Princess - One Step Closer


Escrita por: Marlenetommo

Notas do Autor


Oioi, meus amores. Tudo bom convosco? Sei que demorei e peço imensa desculpa por isso.

Confesso ter gostado bastante deste capítulo. Porquê eu não sei, mas realmente ficou como eu queria.

Agradeço imenso a todos os que lêm e que comentam. Obrigada por não desistirem de mim.

Agradeço à Lali (@souhamucek) por me ter ajudado com este capítulo. Para quem não conhece essa mulher maravilhosa, leiam Amputado da sua autoria. Link nas notas finais.

Bom, eu revisei o capítulo. Mas se houver algum erro reportem-me e perdoem-me por tal.

Espero que gostem e boa leitura.

Capítulo 6 - One Step Closer


As palavras fugiram-me da mente e qualquer tentativa de elaboração de uma frase coerente é absurdamente inútil. Os meus lábios movem-se ritmicamente como se eu fosse vomitar um bando de palavras, mas nenhum som escorrega pela minha garganta. Os meus olhos mantêm-se presos na princesa ao meu lado, que observa a paisagem que nos ilumina. A sua expressão facial é indecifrável para mim e temo o que pode estar por vir. Pergunto-me se o antigo Niall, sendo um monstro, conseguiria ter formulado uma frase que fosse para lhe responder.

Torna-se complicado para mim acreditar que Barbara não ama o Harry. Vi com os meus próprios olhos o sofrimento dela quando o viu ensanguentado naquele coche. Eles têm um filho. Barbara nunca sofreria por quem não ama e muito menos se envolveria com alguém que não amasse. Para mim, não faz sentido e duvido que alguma vez faça.

— Não me precisas de negar os teus sentimentos, sabes disso. — finalmente, formulo — Eu vi o teu sofrimento. Vejo-o todos os dias.

Barbara suapira e nega com a cabeça. Vagarosamente, a morena gira o seu corpo até ficar de frente para mim. Os nossos olhares cruzam-se. Azul no castanho. Castanho no azul.

— Harry foi o meu suporte quando me destruíste, é verdade. Desenvolvi um carinho por ele, é verdade. Mas nunca chegou a ser amor. Nunca fui capaz de o amar como te amei. Nunca serei capaz de amar alguém como te amei. Sou incapaz de sentir novamente aquele sentimento tão profundo que me consumiu e me levou a querer permanecer todos os dias ao lado de alguém a cuidar.

Engulo em seco. Ouvi-la dizer o quão profundo era o seu amor por mim fere-me de uma forma inimaginável e faz-me odiar-me ainda mais. Fere-me saber que fui capaz de desperdiçar o amor que mais anseio agora. Poderia ser eu no lugar de Harry no dia do casamento. Poderia ser eu o pai de Joseph. Poderia ser eu o tudo para ela. Mas preferi desperdiçar tudo e segurar fortemente o sofrimento. Realmente, mereço todo este sofrimento, mas sempre existe aquela parte de mim que quer que tudo cesse. Os meus sentimentos estão desorganizados, confusos, misturados, uma bagunça interminável num vazio tão pertubador quanto o silêncio que nos abraça.

Barbara franze as sobrancelhas como se mantê-se os seus sentimentos ocultos para mim. Somente fita a imensidão azul dos meus olhos, pronta para continuar o discuros anteriormente iniciado. Sei que o bombardeamento ainda não terminou e não quero usar armadura para me proteger. Quero sentir as consequências dos meus atos contra a minha pele, a abrir feridas profundas que demorem para cicatrizar. Quero pagar pelos meus erros do passado para me resimir no futuro.

— Deixaste um vazio tão grande que ninguém será capaz de preenchê-lo. Destruíste-me de todas as formas possíveis. Deixaste-me completamente exposta a qualquer perigo, sem suporte, com o meu coração despedaçado nas minhas mãos, com as correntes que me prendiam a ti quebradas, mas sem rumo para voltar. Por mais que eu quisesse, não conseguia voltar em segurança para casa. Deixaste-me para trás sem proteção, ferida, sem forças para me erguer. Foste embora sem remorsos, como se nada tivesse acontecido, como se eu não fosse nada para ti. Foste tudo e agora és nada, Niall. Nem amigo tu és mais.

Desvio o meu olhar do dela. Os meus olhos ardem e sinto um incomodo na minha garganta. Choro. Pisco inúmeras vezes os olhos com o intuito de não permitir que as lágrimas se acumulem, mas, desobedientes e alegres por serem libertas, as gotas salgadas acumulam-se incessantemente até as primeiras deslizarem num grito silencioso de felicidade por se verem livres da confusão da minha mente e coração.

Ouço a Hemmings proferir um curto som que logo é cortado pela rainha escocesa a anunciar que a herdeira necessita de visitar Joseph aos aposentos, visto que nenhuma das aias se vê capaz de o conseguir acalmar. Preocupada, a princesa afastasse após informar seriamente que, mais tarde, conversaríamos, que, mais tarde, voltaria a ser bombardeado dolorosamente até que eu não me possa erguer como fizera eu com ela.

Apoio as minhas mãos na estrutura de pedra que nos impede de cair e inspiro e expiro lentamente na tentativa de impedir que mais lágrimas deslizem. No entanto, as minhas tentativas falham todas frustrantemente. Grunho alto ao mesme tempo que, contrariadamente, deixo as lágrimas divertirem-se naquela viagem se retorno. O meu peito contrai e dilata violentamente conforme o ar dos meus pulmões entra e sai. Queria ser forte, por mim, por ela, por tudo. Mas a dor que me acompanha tortuosamente é o maior impedimento existente.

— Percebo que a Barbara está a ser demasiado dura contigo.

A monarca, que eu desconhecia que ainda permanecia ali, disse. Podia perceber o carinho na sua voz, na voz de quem desconhece o mal que fiz à sua filha. Para ela, Barbara está errada em tratar-me como um obstáculo para a sua felicidade.

A sua mão delicada permanece no meu ombro a acariciá-lo, a transferir o carinho que a minha mãe transferir-me-ia se estivesse comigo. Isso faz-me sentir ainda mais a falta da minha mãe, da minha família, do meu palácio.

— Não, eu mereço. Fui um monstro com ela no passado e, agora, tenho que sofrer a dor das consequências dos meus atos.

— De qualquer forma, todos merecem uma segunda oportunidade. Só precisas de usar as palavras corretas e permanecer ao lado dela. Por mais que a Barbara tente esconder, eu vi a felicidade dela quando te viu aqui. A minha filha precisa de ti mais do que podes imaginar, Niall. Não a abandones agora.

Sem me deixar agradecer pelo conselho, a rainha regressa aos seus afazeres, deixando-me envolto pelo meu choro libertador e sofrido. É tudo o que preciso agora: libertar a minha dor.

Uma mãe conhece a filha melhor do que ninguém, isso é indubitável. Ouvir a esposa do monarca afirmar que Barbara necessita de mim não é o mesmo que ouvir Luke dizê-lo. Faz-me ter mais esperança. Faz-me querer não desistir da minha princesa. Com certeza, não desistirei dela, nem do seu amor. Ficarei inteiramente ao seu lado, serei tudo o que ela precisa. Amá-la-ei como ela merece.

Com Joseph adormecido, vi Barbara sair com a sua mãe e Luke com o seu tio, permanecendo eu naquele enorme palácio sozinho, embalado pelo silêncio calmo. Sentia a paz organizar os meus sentimentos e pensamentos. Assemelhando-se a borboletas exaustas de voar sem um mínimo descanso, tudo em mim repousou para um longo e merecido descanso.

No momento em que o pequeno despertou, corri a incumbir-me de cuidar dele. Seguindo todas as instruções fornecidas pelas aias, alimentei-o e limpei-o cuidadosamente com o receio de poder magoar a pequena e frágil criança. A verdade era que nunca fizera tal coisa na minha vida, visto que Greg nunca aparecera no palácio enquanto Theo era recém nascido.

— Vossa alteza está a sair-se maravilhosamente bem. — elogia uma das aias que me auxilia .

Após oferecer-lhe um sorriso respondo:

— Muito obrigado. O que devo fazer agora?

— Sua alteza costuma passear com a criança pelo jardim, mas, como faz muito frio, não aconselho tal ação. Poderia ir para o salão de festas. A lareira local foi ligada hoje mais cedo.

Agradeço a ajuda e, após as aias abandonarem o cómodo, sigo o meu caminho até ao salão de festas. Com o auxilio do pé, arrasto uma cadeira e sento-me com Joseph aconchegado nos meus braços. Os seus pequenos olhos abrem e fecham repetidamente e os pequenos e perfeitos círculos verdes escondem-se e aparecem consoante este movimento. Sorrindo para ele, levo a minha mão até à sua acabada de surgir por debaixo do manto que o envolve. Logo ele agarra o meu dedo fortemente. Encantado, sorrio largamente. É inacreditável como Joseph pode já confiar em mim. Talvez sinta a proteção que eu quero transmitir.

Embalado pelo calor do fogo, Joseph remexe-se nos meus braços e fecha os seus olhos, entregando-se assim a mais um sono delicado. Vergo-me lentamente e deposito um suave beijo na suave testa da criança. Os seus pequenos lábios rosados erguem-se num delicado sorriso enquanto permanecem entreabertos. Tão belo!

O meu olhar permanece preso na criança adormecida no meu colo enquanto os meus dedos livres acariciam a pele clara da sua mão. Tento imaginar como seria um filho meu com a Barbara. Realmente, é um sonho que espero realizar com ela. 

Sinto um movimento ao meu lado e viro rosto. Barbara sorri para mim enquanto coloca uma cadeira ao meu lado e, involuntariamente, sorrio também. Posteriormente, senta-se e desvia o olhar para o seu filho, acariciando a bochecha clara. Um sorriro carinhoso ilumina-lhe o rosto, fazendo-me sorrir. Ver Barbara sorrir é uma das melhores visões que me podiam ter oferecido. Ela fica tão linda com um sorriso no rosto.

Durante um longo tempo, a Hemmings permanece a fornecer carinho ao seu herdeiro, distraída, não se importando com a minha presença. Já eu, por minha vez, somente admirava-a silenciosamente. Admirava a sua beleza, a sua ternura, a mulher maravilhosa em que ela se tinha tornado. Realmente, tenho sorte por ter conhecido alguém tão maravilhoso como é Barbara. Deus foi verdadeiramente generoso por tê-la colocada no meu caminho. No entanto, fui um monstro por ter "desperdiçado" uma pessoa divina. Como disse a mãe de Barbara: todos merecem uma segunda oportunidade. Será que sou merecedor de uma segunda oportunidade? Será que Deus estará disposto a dar-me uma segunda oportunidade para ser feliz com ela?

— Não sabia que gostavas de crianças. — afirma Barbara após desviar a atenção dela para mim.

Encolho os ombros e olho para Joseph tranquilo nos meus braços.

— É impossível não gostar. Eles são pequenos anjos enviados por Deus para tornar a vida dos pais mais perfeita.

— Devo concordar contigo. Joseph tornou a minha vida mais perfeita. Nunca pensei que pudesse haver amor tão forte.

Os seus olhos brilham ao proferir tais palavras. Percebo que Joseph é a melhor coisa que ela tem na sua vida. Percebo que apesar da tristeza, Joseph lhe dá a felicidade que ela necessita. Com certeza, Joseph é o anjo enviado por Deus para esconder o estrago que eu fiz.

— És uma mãe maravilhosa, Barbara. — confidencio, fazendo-a sorrir.

— Obrigada.

A morena remexe-se na cadeira e volta a falar:

— Porque quiseste cuidar do Joseph? Digo, quando cheguei e não o encontrei no seu berço, disseram-me que estavas com ele e falaram-me sobre a tua vontade de cuidar do meu filho.

— Realmente, não sei. Somente senti a responsabilidade de cuidar dele enquanto estavas fora. Tentei ser uma figura paterna para ele por meros minutos. Todas as crianças merecem um pai, não é verdade? Joseph não tem o dele e precisa de alguém que finja sê-lo por alguns momentos.

Enquanto discurso, Barbara encara-me fixamente. O brilho dos seus olhos permanece intacto, assim como o seu sorriso. Não sei o que ela pensa, mas se está feliz, eu prefiro não querer saber para não estragar a sua felicidade. Quer infinitamente ver o sorriso dela do que as suas lágrimas que dilaceram o meu coração.

Sem me responder, Barbara deita a cabeça no meu ombro. Imediatamente, guio o seu braço até aos seus ombros e envolvo-os para lhe fornecer mais conforto e segurança. Vejo-a bocejar e aconchegar-se mais em mim.

— Estás cansada?

— Um pouco. As visitas ao povo deixam-me desgastada.

— Devias ir para os teus aposentos e descansar um pouco antes do jantar. Eu cuido do Joseph. — proponho.

— Prefiro ficar aqui convosco. — afirma lentamente, fechando os olhos logo de seguida.

— Tudo bem. Eu cuido de vocês dois. Descansa bem, Barbie. — sussurro e deposito um beijo delicado na sua testa.

Vejo-a abrir um sorriso pequeno e agradecer inaudivelmente. A paz desenhada no seu rosto traz-me paz também e deixa-a ai da mais bela. Sinto-a mais perto de mim, como se tivesse conquistado alguma parte do seu coração. De certa forma, isso motiva-me a continuar ao seu lado. Pouco a pouco, conseguirei conquistar a totalidade do seu coração e consertar os erros do passado.

Quase inaudivelmente e quase envolvida pelo sono, Barbara profere:

— És magnífico, Ni, extremamente magnífico. Obrigada.


Notas Finais


Amputado: https://spiritfanfics.com/historia/amputado-7215366

História também publicada no wattpad.

Espero que tenham gostado. Vemo-nos no próximo.

Conversem comigo:
Ask: https://ask.fm/GrupoDOW
Twitter: @MarleneTommo

Fiquem bem
Com muito amor,
Lene


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