História Patience - Expectativas

Justin piscou milhões de vezes naquele segundo olhando nos meus olhos. Em absoluto estado de choque.
Como eu estou vivendo um amor a cinco anos com alguém que eu não faço ideia de quem seja.
Alguém que me fere, grita comigo e o pior de tudo... Me segura pelos braços. Puxei o mesmo com força acariciando onde ele apertou demais e sai dali batendo meus cabelos em seu rosto.

— Você só fala merda, Barbara! — gritou enfurecido do closet e eu senti medo dele naquele momento.

Então eu simplesmente corri como uma criancinha assustada, mas ele foi mais rápido, me derrubando no corredor dos quartos e sentando em cima da minha barriga.

— Me solta! — gritei socando ele onde podia, mas prendeu minhas mãos sobre a cabeça.

— Quem te disse que eu estou tendo um caso com a Selena? — perguntou me olhando nos olhos.

— Ah... Agora é um caso? — ri debochada e bati minha perna em seu membro o fazendo me soltar pela dor.

— Filha da puta! — falou irritado segurando seu membro e eu ri.

Eu simplesmente ri.
Não sei se de exaustão, de indignação ou felicidade por conseguir atingir ele com alguma coisa nesses últimos tempos, mas a única coisa com a qual eu consegui atingi-lo foi com o nome Selena Gomez.

— Você é patético! — admito me levantando e saindo do corredor.

Quando ia entrar em um quarto e fechar a porta ele a empurrou com força.

— Você vai conversar comigo, eu quero saber quem foi que inventou essa asneira de que eu tenho um caso com a Selena — ele estava vermelho de raiva e ainda apertava seu membro.

— Eu não tenho nada para conversar com você, saia já do meu quarto! — ordenei e ele riu cruzando os braços.

Como ele pode ser tão irritante?

— Justin, por favor, só vamos passar por esses seis meses com o mínimo de danos possíveis, depois pegamos nossos dinheiros, vendemos o apartamento de Nova York e vamos viver nossas vida. Agora se me der licença... — apontei a porta e ele continuo com a mesma pose me olhando nos olhos.

— Eu estou exausta, enjoada e com muito sono, por favor — implorei e ele riu levemente.

Ignorei ele completamente e sai do quarto voltando para o nosso e me deitando em baixo da grossa coberta.
Senti Justin deitando ao meu lado, mas não me movi.
Eu me sinto exausta!
Essa história da Selena é tão dolorida. Ele pode me trair com qualquer uma, menos com ela. Essa disputa nunca foi justa, ele sempre a amou demais.
Eu só cobria os espaços que ela deixava. Fiz isso bem por cinco anos, mas com o meu deslize eu o aproximei dela de novo.
Imaginar que daqui seis meses eu não vou tê-lo mais. Não vou sentir seu cheiro pela casa, olhar para os seus lindos olhos, ele não vai mais me fazer rir e eu nunca vou poder ter um filho dele, me deixa destruída.
Não sei em que momento, mas as lagrimas me atingiram como um míssil, me deixando completamente vulnerável e destruída.
Ele nunca me amou, ele só esteve comigo porque eu o fiz esquecer dela.
Eu fui o step mais longo da história.

— Barbie, você está chorando? — Justin perguntou e eu funguei limpando o rosto.

— Oh baby, eu não tenho nada com a Selena, essa pessoa está tentando colocar coisas na sua cabeça, não chore, por favor! — senti sua mão em minha cintura em baixo das cobertas e chorei mais.

Virei lentamente para ele e mesmo no escuro eu sabia que ele tinha olhos amorosos, gentis, como só o meu Justin sabe ser.
Ele está vacilando a mim muitas vezes.
Mas será que ele não tem nada com a cobra mesmo?

— Não tem? — fiquei olhando para ele, mas não via nada.

Senti seu corpo se mover um pouco na cama e a luz do abajur ser acesa.
Eu não queria que ele me visse chorar, mas eu precisava ver os olhos dele quando ele me dissesse isso.

— Eu não amo a Selena, eu não tenho nada com ela e não a vejo a muito tempo — segurou meu rosto me olhando nos olhos.

— Você promete?! — implorei ele sorriu.

— Óbvio que eu prometo, Barbie. Não existe nada na Selena que eu queira — observei seus olhos e ele parecia ser tão sincero.

Mas ele também pareceu no Grammy.
Como julgar essa situação baseada em suas últimas atitudes, dignas de um canalha.
Ele ainda tinha suas mãos em mim e seus olhos nos meus, eu queria beijá-lo, mas ele me rejeitaria.

— Você estava linda hoje! — sussurrou e eu sorri.

— Obrigado pelo apoio — assenti e ele beijou minha testa.

Logo o abajur já estava apagado e ele estava de costas para mim tentando dormir.
Diferente das outras noites, eu não dormi de alegria, de excitação. Não de tristeza e choro como sempre.
Era um tortura não poder tocar nele, beijar sua pele macia e branquinha. Terminar minha noite nua em volta dos seus braços, mas já é um grande avanço que ele tenha sido gentil.
Ele é como o veneno mais doce para mim, eu não me canso de beber e morrer de amores por ele.

Justin’s P.O.V

Barbara vomitava incansavelmente a três dias.
Cancelamos a sessão de terapia ontem e consegui trazê-la para o hospital apenas hoje.
Ela estava extremamente abatida atrás dos óculos e do boné, deitada em meu ombro esperando que o médico a atendesse.

— Se ele não me chamar logo eu juro que vou vomitar na cara dele — resmungou me fazendo rir.

— Calma! — sussurrei beijando sua testa.

Eu não podia ser um filho da puta com a mulher que eu amo estando doente, por enquanto serei o Justin de sempre.
Essa história de ser mal já está me cansando, eu vejo o quanto ela sofre e isso está acabando comigo.
Eu sei o quanto ela me ama e parece já ter aprendido a lição, mas o meu gênio forte não me permite ceder ainda, mas a que custo?

Seu nome e sua senha brilharam no painel.
Me levantei com ela segurando sua bolsa e celular.

— Você está lindo com essa bolsa da Chanel pendurada no braço. — riu levemente tirando o boné e óculos entrando na sala.

Barbie se sentou de frente para o médico e fiquei atrás dela na cadeira em pé segurando seus ombros.

— Boa tarde, senhora Bieber — o médico cumprimentou olhando sua ficha e eu não consegui não sorrir.

— Boa tarde! — falou simpática.

— O que a traz aqui hoje? — perguntou olhando para ela.

— Eu estou me sentindo muito enjoada, nada para em meu estomago, estou me sentindo muito cansada, com sono, meus seios doem muito e estão muito maiores que o normal — eu não sabia de todas aquelas coisas, fiquei ainda mais preocupado.

— Hum, e a menstruação da senhora está a quantos dias atrasada? — senti o choque se instalar em mim.

— Bom... — Barbara ficou calada por um longo tempo.

— Talvez um mês, ou um pouco menos, mas eu sempre fui assim, não sou muito regulada — conta e ele assente sem olhá-la digitando coisas em seu computador.

Eu estava frio, como se pudesse desmaiar a qualquer segundo.
Minhas mãos apertavam os ombros de Barbara e ela levou uma de suas mãos a minha mão a apertando. Sua mão estava gelada como o Alasca, ela está tão nervosa quanto eu.
Nós dois sabemos que não é hora de ter um filho.
Eu tenho uma turnê para terminar, não vou poder acompanhar sua gravidez como gostaria.
Ela tem uma marca de roupas para lançar.
Nós temos um casamento para recuperar.
Como isso foi acontecer? Meu Deus!

Pergunta idiota... Como isso foi acontecer... Com sexo!

— Senhora Bieber, nós faremos alguns exames para comprovar a gravidez ou a ausência dela, com a resposta poderemos tomar as devidas providencias.

Barbara’s P.O.V

Justin estava estático. Se eu não estivesse tão nervosa teria rido da situação.
O que nós faremos com um bebê?
Estamos em crise no casamento.
Com a mídia matando em cima de nós.
Como eu pude me descuidar desse jeito?
Eu não precisava nem de um exame de sangue ou teste de farmácia, eu sabia a resposta. E eu temia ainda mais a reação de Justin sobre isso.
Ele sempre quis ser pai, mas no momento certo, não do nada.
Como se uma cegonha estivesse batido em nossa porta e deixado um bebê.
Não sem antes conversar sobre o assunto, sobre começar a tentar. Simplesmente acontecer é um susto grande demais.
Eu sei que quando temos relacionamentos sexuais ativos estamos à mercê de sermos mães, principalmente quando esquecemos qualquer método preventivo como fiz no dia que nos reconciliamos no banheiro do apartamento em NY. Nosso primeiro sexo no nosso banheiro, no apartamento que compramos juntos. Ele deu o fruto de uma coisinha pequena e que vou amar incondicionalmente, para sempre, como o seu pai.
Minhas mãos tremiam enquanto a enfermeira tirava o meu sangue.
Justin segurava meu rosto contra a sua barriga pelo meu medo de agulha, mas minha cabeça estava tão longe que eu nem me importei com essa bosta.
Dinheiro nós temos para cuidarmos de uma criança.
Mas ele tem amor para ficar comigo? Para criar uma criança comigo?
E se ele não tiver? O que eu vou fazer?

— Senhora Bieber, o resultado saí em no máximo duas horas, se quiserem dar uma volta, comer algo e voltarem depois, vocês tem tempo — assenti e nós saímos da pequena sala.

Justin segurava a minha mão com força andando pelo corredor, completamente distraído, eu gostaria de ler mentes, mas não todas as mentes, eu queria poder ler só a dele, e só nesses momentos tensos.
Gostaria de poder saber se ele me ama, se ele me machuca com intensão ou se é a mágoa que faz com que ele aja tão friamente.
Queria poder saber quando devo beijá-lo, abraça-lo, como nunca magoá-lo, ele só merece o melhor de mim e queria que ele pudesse me dar apenas o melhor dele como antes.

Tinha um restaurante aconchegante perto ao hospital, então fomos andando até lá de mãos dadas, apenas aproveitando a companhia e o toque do outro.
Será que com a gravidez ele me tratará melhor?
Eu não posso ser uma grávida sempre chorando, vai fazer mal para o meu bebê.
Eu preciso estar de bem com a vida.

Nos acomodamos de frente um para o outro e logo o garçom veio nos atender.

— Eu vou querer duas taças do seu melhor vinho branco — Justin anunciou e eu me encolhi.

— Na verdade eu vou querer uma água com gás e limão espremido, por favor. E uma taça de vinho — o garçom assentiu e se retirou nos deixando os cardápios.

— Desculpe, eu me esqueci, é meio novo ainda — ri levemente.

— Não se preocupe, é só por precaução mesmo, não queremos um bebê bêbado, se ele existir — Justin riu me fazendo acompanha-lo.

— Nós sabemos a resposta, Barbie, não tem muito o que fazer a não ser cuidar dele e amá-lo muito — sorri por sua resposta.

— Não crie muitas expectativas senhor Bieber, podemos estar enganados — assentiu.

Revirei o cardápio atrás de uma opção vegana e acabei com uma salada, sem molho, sem nada. Mas meu estomago estava ruim demais para comer alguma coisa além de alface.

— Em casa faço algo melhor para você comer e teremos que visitar uma nutricionista para decidir uma boa dieta para que não falte nada para o bebê — falou dando uma garfada em sua massa.

— Você quer mesmo fazer isso, Justin? — perguntei sem mais delongas largando o garfo.

— Como assim, Barbara? Que pergunta idiota é essa? É o meu filho! — ficou irritado.

— Nós sabemos que não é o melhor momento e eu vou entender se você surtar — ele riu me deixando irritada.

— Barbara, nós fizemos isso juntos, eu amo você, por que não gostaria de ter um filho seu? — segurou minha mão sob a mesa e uma onda de alivio me atingiu.

— Talvez por você estar agindo como um filho da puta comigo, como se eu fosse um cachorro e até cachorros merecem ser melhores tratos do que isso — ele me olhou por um tempo e eu sustentei seu olhar.

— Essa é uma questão delicada para mim, você me magoou Barbara! Fugiu do nosso amor e ainda me fez acreditar que não me amava — meu coração se partiu por ter sido tão filha da puta.

— Justin, é obvio que eu te amo, porra, você ainda duvida disso? — ele riu desviando seu olhar do meu.

— Você feriu o meu ego, não podia deixar que saísse impune, você tinha que se sentir como eu me sentir para nunca mais agir assim comigo — fiquei brava.

— Você pensou como eu me senti por oito anos enquanto você não se decidia sobre querer ficar comigo, com Selena Gomez ou foder todas as mulheres do mundo? — falei perdendo a linha.

— Como eu senti todas as vezes que você voltava para ela depois de sair comigo e me humilhar na mídia? — continuei e ele me olhava chocado.

— Você acha que sabe o que é ego ferido, o que é amor ou rejeição, Justin, mas você não sabe nada sobre essas coisas, porque quem ama não se vinga, o amor é nobre e você agiu como um rato comigo! — me levantei pegando minha bolsa e voltando para o hospital.

Eu poderia matar Justin Bieber.
Meu rosto estava pegando fogo, minhas mãos tremiam e uma raiva incontrolável me dominava.
Como ele pode ser idiota ao ponto de me tratar assim por vingança, para massagear seu próprio ego, só para me ver sofrer.
O amor não fere intencionalmente e nem busca pelo próprio ego. O amor é bom e quer ser sempre melhor.
Eu nunca o feri com intenção, eu nunca agi como uma criança mimada, mesmo depois de todas as vezes que ele me magoou.
Eu sou uma otária!

Entrei no hospital seguindo para a área dos resultados, mesmo sem Justin ali, eu pegaria esse resultado.

— Boa tarde, gostaria de saber se o meu exame de sangue já está pronto — pedi.

— Seu nome completo, por favor.

— Barbara Palvin Bieber — assentiu digitando em seu computador.

— Já foi encaminhado para a sala do seu médico, só aguardar que ele vai te chamar pela mesma senha — assenti agradecendo e voltei para a porta do consultório.

Não demorou para Justin estar ao meu lado novamente segurando suas sacolas com as sobras do nosso almoço falho.
Ele se sentou colocando uma de suas mãos na minha coxa nua por conta do short e me fez olhá-lo nos olhos.
Eu comecei a chorar e ele me abraçou imediatamente.

— Me desculpe, amor, eu fui um idiota! — implorou.

— Você vai ter a vida toda para se redimir — riu assentindo.

Afastei nossos rostos e lhe dei um beijo inesperado.

— Ei, você não pode me beijar! — reclamou brincalhão.

— Quem manda agora sou eu, Justin Bieber!

Continua...