História Pillowtalk - Ela não estava mais conosco.

Selena Gomez Point of view

Londres, Chertsey

06h50min - Julho, vinte e quatro de dois mil e treze

Minha cabeça cai para frente e deixei que meus olhos se fechasse, por alguns milésimos de segundos, antes de abri-los rapidamente, contendo-me de pegar no sono.

Eu havia passado toda a noite em claro, temendo que Clarie pudesse voltar enquanto dormíamos, e mais uma vez machucar Justin.

Justin.

Suspiro, e deixo que meu olhar cai sobre o corpo do loiro, jogando sobre minhas pernas, enquanto dormia tranquilamente. Eu havia observado-o a noite inteira, e me sentir a pior mulher do mundo, quando por alguns momentos, o loiro soltava alguns gemidos fracos, devido a dor que sentirá à virar ou retornar a alguma posição, para ficar mais confortável.

Ele tomou mais uma vez a minha punição para si, e mesmo querendo ter o impedido, eu sabia que bem lá no fundo quê ele não deixaria, fazer tal.

Eu não fazia ideia de que horas são agora, mas pelo pequeno feixe de luz, que adentra no local escuro pelo buraco da parede, e pude constatar que já era de manhã.

Meus dedos deslizavam entre os fios aloirados de Justin, quando o mesmo abriu seus olhos, entregando que havia despertado.

Seus olhos se erguem em minha direção, e um sorriso culpado é o qual foi capaz de lhe mandar, em troca do seu.

O rapaz passa ambas mãos sobre os olhos, expulsando qualquer resíduo de sono de seu corpo, antes de se levantar com cuidado de minhas pernas, ficando ajoelhado a minha frente. Eu o encarava em silêncio, avaliando  cada movimento meu, culpando-me silenciosamente.

_ Para, tá legal? - Ergo minhas sobrancelhas, o encarando confusa. - Não precisa se martirizar por toda essa situação, eu já lhe disse, melhor eu, do que você nesta situação. - Explicou, arrumando com os dedos os fios rebeldes de seu cabelo.

_ Mas, Justin a culpa de tudo isso foi m…

Interrompida por seus lábios macios, ainda de olhos abertos encarava os seus fechados. Isso ainda era novo para mim, cada toque de Justin, me traz sensações que antes não conhecia, e que ainda não conheço.

_ Pare. - Súplica, ao cortar nosso contato tão íntimo. - Não se culpe por tudo, morena.

Assenti, mordendo a carne interior de minha bochecha, segurando as palavras que queriam sair por meus lábios.

_ Vamos esquecer tudo isso. - Pediu manhoso, descansando sua cabeça em meu ombro, passando em volta de mim, seus braços, não tão fortes. - Não é algo, que acontecerá novamente. - Ele estava mentindo. Ele havia tido isso na última, e agora se repetiu pela terceira vez, mas ele queria me acalmar, algum que não aconteceu e não  aconteceria enquanto Clarie, ainda existisse. -  Como você está?

_ Bem. - Respondo-o baixinho, devido a nossa proximidade. - Quando iremos sair daqui? Eu estou com frio. - Repouso minhas mãos em sua perna, apertando levemente o pano rasgado de sua calça jeans.

_ Eu não sei. - Responde, apertando meu corpo contra o seu. - Que dia é hoje? Tipo, o dia da semana.

_ Quinta.

_ Hoje é o dia que Clarie sai. - Reflete.

Clarie tinha uma mania estranha, de sumir toda quinta feira logo na noitinha e só voltar no domingo à noite. Não que isso seja ruim, na verdade é ótimo, ficamos livres dela por três maravilhosos dias, até ela voltar, e fazer de nossas vidas seu inferno particular.

_ Então, o mais certo que sairemos daqui somente no domingo. - Respondi, desanimada.

_ Sim.

Encosto minha cabeça sobre o peito de Justin, o qual passa a acariciar meus fios de cabelo, em um carinho gostoso.

_ Que cena linda. - Uma terceira voz se fez presente, causadora do fim da nossa aproximação. - Deixarei que saiam agora. - Diz, escorando-se na porta. - Mas não quero que o acontecimento de ontem se repita, pois na próxima Justin não consiguirá livrá la Selena. - Essas foi suas últimas palavras, antes de virar seu corpo coberto por casaco preto e um maravilhoso, par de botas de cano alto marrom.

_ Estamos livres. - Justin brinca, a fim de terminação a situação, antes criada por Clarie. - Vamos logo, doux.

Sou puxada do chão, ergo meu corpo rapidamente e acompanho Justin, até parte de cima da casa, subindo todos os lances de escadas, antes de encontrarmos a porta, que daria a nossa liberdade, até a sala de estar.

Justin havia colocado sua blusa novamente, temendo que uma das crianças vissem os machucados, causados pelo chicote ontem a noite.

Ou temendo que eu me sentisse mais culpada ainda, ele me conhecia melhor do que ninguém, ás vezes eu acho que até melhor do que eu mesma.

Eu encarava meus pés, cobertos pelos sapatos surrados, deixando com que Justin me guiasse até sei lá aonde. Mas paro bruscamente, após o loira travar os pés no chão e meu corpo bater com tudo, nas costas de Justin.

Levantei meu olhar procurando uma explicação pelo loiro ter parado seus passos, e logo a sua frente, se encontrava Clarie, ela era o motivo.

A loira estava parada a frente de todos as poucas crianças, do local - tais enfileirados em uma perfeita fila indiana, um ao lado do outro- a trás de seu corpo havia uma pequena mala branca, a qual provavelmente ela levaria para suas saídas misteriosas, não que eu não goste que ela suma, pelo contrário.

Eu estava parada ao lado de Justin agora, e por uma decisão sua ainda estávamos com as mãos entrelaçadas.

_ Tudo bem. - Clarie protestou, acabando com os poucos murmúrios que havia no local. - Eu irei sair por cinco dias, e nesses dias uma amiga minha irá tomar conta do orfanato, vocês sabem como funcionam as coisas com ela. Por isso tomem cuidado com o que iram falar ou fazer, eu não quero ninguém, ninguém - reforçou. - do lado de fora do terreno do orfanato, se vier a acontecer o porão os espera. - Ela deu ênfase a última parte, encarando a mim e a Justin. - Boas férias órfãos.

Suas últimas palavras.

Eu havia ficado tão entendia com uma conversa infantil das trigêmeas, que nem reparei quando a outra presença demoníaca adentrou na sala.

Barbara.

A ruiva de olhos azuis, e um corpo escultural, era de longe a qual Clarie poderia chamar de amiga, apesar de ambas serem idênticas, quanto no caráter quando tais sentimentos, os quais são inexistentes.

_ Olá pirralhos. E Justin. - Posso não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas o sorriso que aquela vadia mandou para Justin, estava recheado de malícia. Vadia. - Selenita, quanto tempo. - Se aproximou de meu corpo, acabando com a aproximação com o loiro, quando suas unhas cravaram em meu braço, me puxando em sua direção. - Espero que tenha sentido minha falta. - sua palavras eram para minha pessoa, mas seu olhar estar parado em algum atrás de meu ombro. Justin.

_ Você não sabe o quanto. - Irônica, era o que descrevia cada palavra proferida de meus lábios.

_ Vejo que está mais bonito rapaz. - Suas palavras eram agora para Justin, virei um pouco meu rosto acertando em cheio na direção de Justin, o qual tinha um sorrisinho pretencio nos lábios. Cachorro.

_ Digo o mesmo, senhorita.

_ Nada disso garoto, apenas Barbara, sem essas formalidades toda. - A ruiva se aproxima ainda mais de meu melhor amigo, e um tempo depois os dois entram numa conversa animada, a qual eu não fui convidada. Bufo alto, virando meu corpo e saindo em direção à cozinha, batendo os pés sobre a madeira velha firmemente, proferido um barulho alto, que mesmo alto e irritante, não foi capaz de ter a atenção dos dois idiotas, na sala.

Largo meu corpo irritada sobre o estofado de uma das cadeira, da enorme mesa de jantar, cruzando meus braços a altura de meus seios, encarando o vácuo.

Quando foi que eu perdi meu melhor amigo?

Justin Bieber Point of view

Após a partida de Clarie, eu havia adentrado em uma animada conversa com Barbara, a jovem que cuidava das crianças quando Clarie dava suas fugidas.

Eu a adorava, ela era de perto a mais próxima de que eu e as crianças chegariam à uma imagem materna.

Não que ela seja uma idosa em seus sessenta anos, pelo contrário era uma linda mulher, com apenas vinte e três anos, e mesmo tão nova, possuía um coração enorme, cheio de carinho e amor para dividir.

Mas, por algum motivo, Selena à odiava. Eu não sabia o por que, de tudo que a mesma tem contra a ruiva a minha frente,ela sempre nos tratou tão bem.

Chegava até a assaltar a geladeira do quarto da “amiga” para que os pequenos não ficassem sem alimento.

A morena sempre opunha com argumento, palavras baixas e sujas quando era algum relacionado à ruiva. E quando defendia Barbara, ela fecha a cara e se privou de trocar qualquer palavra comigo, por longos dez minutos.

É sempre hilário.

_A sua namorada ainda me odeia? - Sai dos meus pensamentos, e encargo a ruiva.

_ Ela não te odeia, ela só tem algum contra você. O que eu realmente acho ser besteira, pois para mim você é uma mulher incrível.

_ Que isso Justin. - Disse com as bochechas coradas, rio fraco ao ver seu estado. - Ela deve ter ciúmes de você.

_ Ela não o por que disso, eu sempre vou ser o seu melhor amigo.

_ Talvez ela não queria apenas isso, rapaz. - Ditas essas palavras ela me dar um pequeno beijo na bochecha, e sai indo em direção à porta do local.

Suspiro, e olho pro teto.

Quando foi que eu passei a não ver o óbvio?

Algumas horas mais tarde.

20h00min -

_ Doux por favor. - Eu estava de joelhos, a frente da minha amiga, enquanto eu implorava para que a mesma falasse comigo. - Selena é sério? - Pergunto, me referindo a sua birra. Recebendo em troca, um aceno da garota. - Tudo bem, é uma pena que hoje vá dormir sozinha. - Desgrudo meu joelho do chão, e ergo meu corpo, preparando-me para sair do quarto, quando eu sinto um corpo sobre o meu. Selena.

Rio, e abraço sua cintura, a tirando do chão.

_ Me Desculpe. - Pede baixinho, forçando seus braços ao redor de meu pescoço.  

_ Está tudo bem. - Beijo-lhe a nuca, a colocando sobre a cama, sentando a seu lado . - Eu não gosto quando fica com ela. - Murmurou com a expressão fechada, o que me fez rir e abraçar seu corpo de lado, deixando com que o meu caia levemente sobre o seu, sobre a colchão duro.

_ Fico feliz que estamos bem, novamente. - Murmurei, passando meu nariz sobre seu pescoço sentindo seu cheiro adocicado, misturado com o sabonete de flores.  

_ Mas na próxima vez que me deixar de lado, para ficar de conversinha com aquela Ruiva desclassificada, não precisa nem olhar para meu rosto depois.

_ Des- o quê?

_ Desclassificada. - Repte, em-burrada.

_ Não entendi. - Minha atenção estava em seus fios escuros, mas saiu assim que senti uma ardência em meu braço,  causado por um tapa transferido por Selena. Rio ao perceber que a garota havia sacado minha brincadeira mental, com a mesma.

_ Idiota. - a garota me atacou, pairando seu corpo sobre o meu, enchendo meus braços de tapas.

Gargalhadas, era a única coisa que se ouvia por todo o quarto, enquanto Selena tentava me espancar, algo sem sucesso, ressalto.

Mas paramos, assim que a pequena Bella - uma das trigêmeas - entrou ao meio um choro desesperado.

Não entendemos muito bem tudo que a pequena garotinha falava, pois seu choro está atrapalhando sua fala, e quando conseguimos entender suas poucas palavras,  corremos em direção a pequena cozinha, onde duas crianças - duas garotinhas, das mais novas - estavam deitadas ao chão, enquanto agonizava dolorosamente.

Eu me apressei até elas, e ficando entre as duas pequenas crianças, que aparentavam estarem procurando por ar, eu repetir varias e varias vezes para que elas se acalmassem e tentasse respirar, juntamente a mi, que as ensinava como puxando todo ar que é preciso.

Mas quando repousei meus dois dedos sobre o pulso frio da criança, eu deixei que o choro tomasse conta de meu ser.

Ela não estava mais conosco.