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História Possibilità - Capítulo Único


Escrita por: souhamucek e boIo

Notas do Autor


Hello, hello!
Como vão vocês?
Eu sou a Lali e trago mais uma oneshot escrita com a Vivis. Ao contrário de Numbers, esta história demorou um pouco mais para sair. Porém, apesar do atraso básico, aqui estamos nós.

Aqueles avisos de sempre:
► Todas as personagens da história são originais, no entanto, Layla e Vittoria são inspiradas em nós mesmas;
► Esta fanfic é dedicada à Thay (@yezzx), senão fosse por ela, este enredo não existiria;
► A one aborda homossexualidade, feminismo, amor próprio e igualdade.

Também vale ressaltar alguns elementos que possam causar estranheza a vocês:
► Na Itália, "Andrea" é um nome do gênero masculino;
► "Gelato" é o tipo de sorvete italiano, o qual possui como base apenas: água, açúcar e leite.
Acho que é só.
Esperamos que gostem. Sem mais, boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Possibilità - Capítulo Único

Roma, Itália.

29 de Agosto de 2016. 

 

Após uma transa forçada, o corpo musculoso do homem cai ao lado de Layla. A moça dos olhos castanhos vira para o lado e encara a parede, ciente de essa relação não tem mais conserto. De repente, sente as mãos ásperas de seu marido tocarem os braços descobertos. O homem inclina-se e deposita um breve beijo em sua bochecha. Ela revira os olhos.

 

— Você gostou, amor? — a voz do homem soa em meio ao silêncio.

 

— Sim. — mente a mulher de cabelos acastanhados. Adrian sorri e abraça a morena, quem nem se quer desvia o olhar para ele.

 

Layla ergue-se para apagar a luz e retorna a posição que estava. Com os olhos ainda abertos, ela pensa que logo, logo estará divorciada do empresário. A mulher está farta deste casamento tolo e falso. Não vê mais esperança na relação com o homem deitado ao seu lado. 

 

 Já fazia mais de dois anos que não sentia tesão por ele, nem carinho e, muito menos, amor. Layla sente-se como um objeto sexual o qual, quando Adrian chega do trabalho, usa a fim de se sentir viril. A de olhos castanhos está cansada. Constata-se uma pessoa repugnante por deixar este homem tocá-la. Ele a usou e pagará caro por isso. Pois, em breve, Layla estará livre das correntes em que o marido que a prendia. Com um suspiro forte, a morena apaga a luz.

 

01 de Setembro de 2016.

 

 A advogada adentra seu escritório e joga as pastas na mesa. Senta-se em sua cadeira e olha o horário em seu relógio de pulso coberto por ouro que ganhou de aniversário da sua mãe. Ela suspira.

 

— Mais um dia! — grunhe a loira. Vittoria pega seu telefone e liga para a secretária na recepção, pedindo para chamar a primeira cliente. 

 

 E, assim, começa seu dia caótico. Depois de atender diversos clientes e já esgotada, sua secretária telefona, avisando-a que uma cliente chegou na hora em que trancava a porta. 

 

— Puta que pariu. — sussurrou cansada. — Mande-a entrar, espero que seja breve.

 

Leves toques na porta soam. Vittoria pede para que adentre e aparece na porta uma mulher de cabelos trançados e olhar tímido. Algo dentro da advogada a intriga ao ver a bela mulher parada. A advogada fica confusa, no entanto, concentra-se no trabalho e faz um gesto para Layla sentar-se de frente para ela.

 

— E então... — Vittoria varreu os olhos na pasta da mulher. — srta. Rizzo. 

 

— Soube por amigas minhas que a senhora... — a loira pigarreia, interrompendo-a. 

 

— Senhorita. — corrige. Vittoria, apesar de ter 31 anos, acha-se jovem, pois possuí um corpo bem conservado para a idade.

 

— Continuando... — disse a morena. — Elas disseram que você é uma excelente advogada...

 

— Muito obrigada. — o primeiro sorriso do dia marca presença em meio ao dia exaustivo.

 

— Eu sou casada há oito anos, a relação é infeliz desde o terceiro, quando tivemos nosso filho. Estou deprimida e sem ânimo pela vida. Quero pedir o divórcio.

 

Vittoria acena com a cabeça. Os olhos azuis encaram seu relógio e vêem que já está na hora de ir para casa.

 

— Srta. Rizzo, desculpe-me por interrompê-la, mas podemos continuar a conversa aqui perto, numa cafeteria? Já passou da hora de eu ir embora. Não se preocupe, eu pago.

 

— Se não for muito incomodo... —  Layla diz, um tanto envergonhada. Vittoria abre um sorriso, mais uma vez.

 

— Não será!

 

A loira pega sua bolsa e despede-se da secretaria. Sem mais tempo a perder, elas caminham até a porta e Vittoria abre espaço gentilmente para a morena sair. Elas caminham afora do estabelecimento.

 

— A cafeteria é aqui perto. Se quiser, iremos a pé. 

 

— Tudo bem, preciso andar um pouquinho. — comenta Layla, em tom risonho. 

 

 Assim que chegam ao destino, elas sentam-se em uma mesa de casal, ficando, assim, de frente uma para a outra. 

 

— Boa noite, madames. O que vão querer? — pergunta o garçom.

 

— Um cappuccino com espuma, por favor. — pede a loira de lindos olhos cor do mar.

 

— O mesmo que ela. — a morena pede, sem nem folhear o cardápio.

 

Os diálogos sobre o casamento infeliz desencadeiam em diversos outros assuntos. Umas risadas aqui, uns petiscos ali. As horas voam diante dos olhos. Depois de uma longa conversa, elas fecham o acordo. 

 

24 de Setembro de 2016.

 

Layla sai de sua casa com um sorriso nos lábios e olhar confiante. Depois de sua conversa com a advogada, tornaram-se grandes confidentes. Layla achou ótimo, porque não tinha muitas amigas para conversar sobre a vida. Desde que se mudou para Roma, suas amizades se resumiam a trocas de interesses. Com Vittoria tudo era diferente.

 

 Ao chegar ao apartamento da loira, dá batidas em sua porta e, logo, avista-a com apenas uma camisola de seda fina, mostrando suas coxas grossas e o contorno dos mamilos devido à transparência. Algo lhe percorre o interior. Layla sabe que tem intimidade com a advogada, mas não imaginava o tamanho. De repente, seu corpo ficou quente. Ela tenta desviar os olhos do formato redondo impecável que formava o seio da doutora.

 

— Oi, Layla. — recepciona Vittoria, com um sorriso inocente nos lábios.

 

Isso faz com que a dona de casa desperte do transe. 

 

— Hm... Oi. — retruca, na tentativa de evitar que as bochechas corem. 

 

— Não tenha mais cerimônia, querida. Entre. — a mais nova deu espaço para a morena entrar. 

 

— Com licença. — cumprimenta com a cabeça e adentra.

 

 Apesar de Layla ter entrado ali milhares de vezes, ainda admirava o pequeno apartamento. A decoração minimalista e clean a encanta. Considera Vittoria com um ótimo gosto.

 

— Sente-se. — pede a advogada. — Aceita um café, uma água, ...? 

 

— Não. — responde Layla. — Muito obrigada, estou bem. — contrariando o que diz, os olhos castanhos observam cada detalhe no mamilo em meio à seda branca. Parece-lhe rosado e grande. Sem entender o porquê, ela não consegue desviar o olhar.

 

— Eu nem mudei a roupa para lhe receber, desculpe. — dispara, notando as espiadas da amiga.

 

— De forma alguma. — desconversa a casada, ao migrar os olhos para o chão. — Você está em casa. Não quero atrapalhá-la, eu passei rápido só para saber como anda o processo.

 

Vittoria abre as pernas para cruzá-las e, pelo pequeno intervalo entre as coxas, a calcinha branca rendada aparece. Ela percebe que os movimentos dos membros instigam a amiga e, quase de propósito, repete-os, cruzando para o outro lado.

 

— Como anda o casamento? Adrian ainda lhe convoca para transar?

 

— Infelizmente, sim. — bufa a de cabelos trançados. — Esta noite, quando ele tocou a minha virilha, eu me levantei e dormi no dormi no sofá. — confidencia e liberta uma gargalhada vitoriosa. — Quero distância daqueles dedos ásperos.

 

A risada ruidosa da advogada é estridente. Enquanto ambas as mãos se elevam para cobrir a boca, o mamilo grande e rosado escapole da seda. Tirando completamente a atenção da morena.

 

— Ops! — solta ao tampar o seio de volta. — Bem... Acho melhor colocar outra roupa. — levanta-se. — Fique à vontade. Eu me trocarei rápido. — a loira avisa.

 

Layla assente e suspira, a fim de descartar todas as hipóteses absurdas em sua cabeça. Olha ao redor do apartamento e estaciona os orbes num porta retrato. Ela sente-se desnorteada perto de Vittoria. Com aquela imensidão azul, realmente era difícil se manter sã. Um calor sobe em seu couro cabeludo, junto a um frio na barriga. Não sentia isso há anos.

 

— Voltei. — aparece a loira com apenas um vestido preto.

 

Layla desperta-se dos múltiplos pensamentos sobre o que estava acontecendo com ela e dá total atenção para Vittoria. A de olhos azuis senta-se perto de Layla.

 

—  E então, onde estávamos? — indaga a advogada.

 

Como um ato desesperado, Layla avança nos lábios carnosos da advogada. A morena não tem mais o controle sobre si mesma. Vittoria surpreende-se, sem saber o que fazer. Apenas deixa-se levar pela emoção. Os corações desesperados pulsam na mesma velocidade eufórica.

 

A loira entreabre a boca para deixar que a língua de Layla passe. Dentro dos corpos das duas, tinha inúmeras emoções. Pareciam fogos de artifícios. Novamente, aquele calor sobe no corpo da morena, desta vez, transferindo-se ao da loira. Logo, o beijo cessa com leves mordidas. Os olhos se encontram mais uma vez.

 

 As duas mulheres sorriem e levantam-se com malícia no olhar. Elas sabem o querem. Desejam uma à outra. Layla agarra o corpo esbelto da advogada, e a mão alva empenha-se em apertar o traseiro avantajado da morena. Caminham até o quarto da loira. Adentrando o cômodo, a dona de casa empurra Vittoria sobre a cama e aproxima-se devagar do corpo estirado.

 

Movida a luxúria e prazer, senta-se no colo da advogada e ergue seu vestido. Um sorriso instala-se em seus lábios ao ver que o sutiã da loira tem o fecho na frente. Com o nariz, abre-o e depara-se com os seios pálidos da mais nova. Grandes, arredondados e com mamilos destacados. Não tarda a pegar um na mão enquanto os lábios ocupam o do lado.

 

Layla escuta os suspiros entregues de Vittoria e para, admirando a vista dos seios fartos umedecidos. Com um sorriso no rosto, migra para o qual outrora acariciava com os dedos. Seu coração quase pulava para fora. Escorrega a calcinha fio-dental para baixo, até encarar a intimidade rosada. Antes que pudesse levar a loira ao ápice, Vittoria trata de arrancar a roupa da morena uma a uma, com os olhos vidrados em seus castanhos.

Arduamente, as roupas de Layla são desvencilhadas uma a uma. A advogada surpreende-se com cada centímetro da pele acastanhada. Quando as mãos alvas desabotoam o sutiã, os olhos azuis observam os seios em formato de pera com mamilos pequenos e delicados. Um sorriso de satisfação surge no rosto da loira. Não feliz por ainda sentir uma peça entre elas, escorrega as mãos para a calça jeans. Com a ajuda da morena, a veste é arrastada para fora do corpo, levando consigo a calcinha verde.

 

Os lábios voltam a se encontrar. Desta vez, lenta e ansiosamente. Elas querem descobrir-se e redescobrir. É isto que elas fazem. Ambas as mãos rumam suas intimidades, dedilhando os formatos e entradas. Conforme os toques se tornam contínuos, as respirações falham. A boca de Vittoria abandona a da dona de casa e migra por todo colo até alcançar os seios. Sentindo o deslize calmo, Layla embrenha os dedos nos fios dourados. Os lábios evolvem o mamilo pequenino e suga-o levemente.

 

Empurrando a morena para o lado, ela toma a iniciativa e decide começar as reais investidas. O roçar dos lábios finos muda para baixo, trilhando até a parte despida. Selando os beiços na virilha, Vittoria revela aonde quer chegar. Rendida, Layla abre as pernas, apoiando-as nos ombros magros no instante em que os lábios aquecem a intimidade. Um gemido escapa a goela da morena. Assim que a língua fervida desliza até a entrada, as pernas se contraem. Ainda com a mão nos cabelos loiros, a de olhos escuros dita a velocidade.

 

Subindo a boca ligeiramente, os dedos abrem bem a região e a língua circunda o clitóris pulsante. Layla solta baixos gritos, pressentindo que não aguentaria muito àqueles estímulos. Vittoria percebe a baixa resistência, coloca um dedo na entrada e movimenta-o rapidamente. As pernas acastanhadas chacoalham, contraindo e relaxando todos os músculos num orgasmo nítido. A advogada cessa os gestos.

 

A respiração entrecortada da dona de casa expõe o êxtase que lhe percorre. Retomando as forças, ela convoca a loira com o dedo indicador. Confusa, Vittoria ergue a sobrancelha.

 

— Venha. — insiste em chamá-la. — Sente-se aqui. — tocou a própria bochecha.

 

Curiosa, a advogada obedece aos comandos, abancando-se sobre o rosto da morena. O calor da respiração da debaixo contra sua intimidade a instiga demasiadamente. Contudo, o percorrer da língua por toda extensão a faz estremecer. Layla segura as coxas a aquecerem suas orelhas e impulsiona o corpo sentado contra si. Vittoria libera uma forte urrada, segurando seus próprios cabelos.

 

A morena passeia com os lábios entre as duas entradas, desenhando a segunda vagarosamente. No momento em que dá uma sucção sábia na entrada e retorna à primeira, a loira geme alto. Afastando brevemente a intimidade dos lábios carnudos, a advogada interverte a posição de seu tronco, ficando de frente para o deitado. Sem pedir permissão, surpreende a de cabelos trançados ao alcançar a intimidade com a boca novamente.

 

Layla geme contra o clitóris, não tardando a contorná-lo de novo. Simultaneamente, ambas dão-se prazer. Ora sugando, ora lambendo. Na primeira entrada e na segunda. Com auxílio dos dedos ou não. As duas suam satisfeitas, sem a menor vontade de desvencilharem uma da outra. O gosto adocicado é viciante. Depois de inúmeros pequenos orgasmos, Vittoria entrega-se à convulsão. A intimidade exausta pulsa desesperadamente. Para sua surpresa, mesmo destruída, o corpo calma por mais estímulos.

 

O tronco úmido tomba para o lado, quase caindo da cama e, ao abrir as pernas, a morena sabe o que fazer. De frente para ela, as coxas acastanhadas encaixam nas pálidas, desta forma, aniquilando qualquer distância entre as intimidades. As fricções são ágeis, fortes e intensas. A advogada urra com a pouca força que ainda há no corpo. Layla, por sua vez, não aguenta nem mais gemer. A exaustão ganha as duas conectadas assim que, juntas, alcançam o último clímax do dia.

 

Extasiadas com o que aconteceu, elas olham-se e encontram os lábios mais uma vez. Num toque casto, abraçam-se e tentam acalmar os corações descontrolados. No instante em que recuperam-se, vestem-se e despendem-se. Elas sabem que aquele ato de euforia se repetirá. Estão entregues demais para cessarem forças, rederam-se.

 

02 de Outubro de 2016.

A manhã na casa dos Rizzo é tensa. Layla arruma as malas com seus pertences e apronta a mesa com café-da-manhã. O filho lancha calmamente, enquanto os pais fuzilam-se com os olhos. A dona dos cabelos trançados não aguentava mais as investidas noturnas do marido. Não havia eufemismo, era estupro. No momento em que dormia, ele contornava suas curvas. Apenas Vittoria tem permissão para tocá-la, e, sem dúvidas, ele não é a dra. Cirilo.

 

— Nada que eu diga lhe convencerá a ficar, não é? — quebra o silêncio com a pergunta retórica.

 

— Você sabe que não.

 

— Arrumou outro, está muito decidida de que não me quer mais. — Adrian constata. — Vagabunda!

 

— Não preciso de homem para me sentir bem. — dá um gole no café quente. — Graças a Deus, esta semana não estaremos mais juntos oficialmente. Eu não aguento mais olhar para você todas as manhãs, você me enoja.

 

O homem esmurra a mesa.

 

— Não fique com raiva de mim. Não temos culpa de não darmos certo, foi legal no começo, mas agora estamos infelizes. — os olhos marejam. — Nosso filho está infeliz.

 

— A única maneira de revertermos isso é não nos separarmos, Luigi precisa da gente. — o pequeno finge não ouvir a conversa e permanece comendo quieto.

 

— Não existe esta opção, Adrian. Aceite. Acabou. — as palavras saem pacíficas e com clareza. Layla não sacrificar-se-á mais por uma relação fraca.

 

— Pode estar com a melhor advogada da cidade, eu não deixarei se divorciar de mim. — levanta-se e chuta a mala com as roupas. — Você fica aqui.

 

Com feição serena, a dona de casa ergue-se, recolhe as trouxas nas mãos e sorri. Embora esteja brigando com o marido, ela está feliz. Sabe o que quer e aonde pretende chegar. Almeja a liberdade.

 

— Eu não tenho profissão nem emprego, porém posso arrumá-los. Conseguirei me virar. — suspira, puxando o filho pelo braço. — Posso passar por alguns perrengues, mas ao seu lado não ficarei. Nós não precisamos de você.

 

Aninha a criança no colo e retira-se. Ela não tem certeza para onde irá, ou como sobreviverá a partir deste dia. No entanto, a satisfação de ver as correntes imaginárias abandonarem-na os pulsos é seu maior prazer. Talvez procure Vittoria, ou, quem sabe, visite a mãe. O destino está à escolha dela. Como sempre deveria ter sido.

15 de Outubro de 2016.

Layla olha com os olhos brilhantes a cena que está acontecendo. A advogada renomada brincando com seu filho. Seu coração sorri ao ver isto.

 

— Se continuarem assim, acabarão se machucando! — alerta a morena, na tentativa de ser brava. 

 

A de olhos azulados como o céu olha para a de castanhos e sorri. 

 

— Relaxe, Layla. Eu tenho uma irmã menor, Peyton. Sei cuidar muito bem de crianças. 

 

O menor de cabelos cacheados sentou-se no sofá. 

 

— Tia Vittoria, ‘tô com fome. — avisa. As duas se entreolham e os lábios abrem-se num sorriso doce. 

 

— Vou trazer para você, querido. — diz e segue até a cozinha, onde está a amada virada de costas. 

 

Vittoria agarra-a por trás e beija seu pescoço, fazendo-a arrepiar-se. A morena gargalha. 

 

— Pare! Estou cozinhando. — repreende-a. A loira não dá ouvidos e continua a dar beijos em volta de seu pescoço. 

 

Layla vira-se, e o olhar das duas cruzam-se. Vittoria ri, mostrando sua falha entre os dentes e a morena encanta-se ainda mais por aquela alegria. Logo, os lábios das duas estão colados. Os corações de ambas palpitam pela emoção do momento e só querem aproveitar o momento. 

 

— Mamãe... — as duas assustam-se. Vittoria vira-se, bruscamente, para a criança a qual tinha seu urso de pelúcia em mãos. — Mamãe, você não namora o papai? 

 

Layla olha para a Vittoria e, depois, para o menino. Agacha-se perto do pequeno rapaz com cabelos cacheados.

 

— Meu anjo, eu e o papai não estamos mais juntos... agora namoro a tia Vittoria. — responde a pergunta, de maneira clara e sutil.

 

— E o papai? Nunca mais o verei? 

 

— Claro que sim, meu amor. Ele sempre será seu pai. — beija a testa lisa.

 

— Eu gosto da tia Vi, pode ficar com ela. — ambas as mulheres sorriem, entreolhando-se.

 

— Luigi, meu amor. Você quer ficar na casa da tia Eleanor para brincar com o Calvin e a Dana?

 

— Sim, sim! Quero muito brincar com eles. — retruca com fofura.

 

Layla levanta-se e encara sua amada. 

 

— Amor, levá-lo-ei à casa da irmã de Adrian, okay?

 

Vittoria apenas assente.

 
17 de Outubro de 2016. 

 

Entre carícias e beijos, lá estão Layla e Vittoria, deitadas na cama a assistir um filme qualquer. Contudo, não prestam a atenção na história e, sim, nos lábios uma da outra.

 

Vittoria vez ou outra, aperta as nádegas da morena. As duas sentem-se contentes por estarem juntas. Seus corações batem freneticamente e olham-se com paixão e luxúria.

 

A morena e a loira apenas querem aproveitar o momento. Layla nunca sentiu tanto desejo por alguém. Ela encontrou-a em um momento ruim, para logo o torná-lo bom. Sente-se renovada e apaixonada pela advogada. Nada, nem ninguém arruinará o fervor das duas.

 

A mulher forte está entregue aos toques da namorada, a qual, em breve, poderá tornar-se esposa. Em poucos meses, Vittoria fez seu mundo de ponta-cabeça. Todavia, a morena sabe que isso valeu a pena. Considera-se bem ao lado da advogada.

 

Vittoria deposita beijos trilhados no corpo castanho de Layla. A loira se delicia com o corpo da mais velha e também admira. Gemidos são ouvidos junto a satisfação no olhar de prazer das mesmas.

 

A loira ouve o som da porta se abrir e passos até o quarto. Vittoria arregala os olhos e cessa os movimentos dos lábios. 

 

— Mas o que... — Andrea diz ao ver a ex-namorada na cama com outra pessoa... Ainda por cima, uma mulher. — Que merda é esta, Vittoria? 

Vittoria levanta-se e encara os olhos verdes do ex-amado. 

 

— O que está fazendo aqui, Andrea? — pergunta a loira, com certa raiva na voz. — Esta casa não é mais sua.

 

— Diga-me você, quem está na cama com outra pessoa, sua vadia! Uma mulher! — grunhe o homem. 

 

— Vi, não me diga que este é seu... — Layla pronuncia-se, surpresa, entretanto é cortada pela advogada. 

 

— Infelizmente, sim, este é o meu ex-namorado, Lay. Não se preocupe. — explica a de olhos azuis. — Responda-me, Andrea! O que faz em minha casa? — indaga aos berros. 

 

— Vim buscar algumas coisas minhas que deixara aqui... E me deparei com esta cena horrorosa. — seu tom de nojo é nítido. — Deixou-me por uma mulher, Vittoria! — grita.

 

A advogada desfere um tapa no rosto de seu ex-namorado, deixando a pele esbranquiçada em tom vermelho. 

 

— Como ousa falar assim da minha namorada, seu canalha idiota? Se eu lhe deixei por uma mulher ou não, o problema é meu. Minha vida não é da sua conta. Layla é a melhor pessoa quem já conheci. Não te devo satisfações. Pegue suas coisas e saia dessa casa agora! — dá ênfase no “agora”. 

 

— Você é uma vadia mesmo, Vittoria. Cansou-se de pau, não é mesmo? Agora foi atrás de boceta. Que nojo de você... 

 

Vittoria ergue a mão para dar mais um tapa, no entanto Layla, quem até agora permanecia calada, segura o braço da amada e encara-a. 

 

— Não vale a pena, Vi. — afirma, em um tom manso. Layla está exausta de brigas de casal. O desgaste com Adrian a fez amadurecer muito. — Deixe-o ir. Ele não representa nada em nossas vidas.

 

O homem dos cabelos cor de mel ignora as duas no quarto e pega um jarro de porcelana sobre a mesa no corredor. Elas escutam os passos diminuírem-se até serem extinguidos junto ao bater da porta. A dona de casa pensa que a maneira como aniquilou a discussão fizesse a namorada feliz, no entanto os olhos azuis franzem-se.

— Nunca mais se meta onde não for chamada, Layla. — repreende-a. — Este problema não era seu.

 

— Mas ele estava falando de mim! Eu não me importo com aquelas ofensas. Estou acostumada a ser tratada como lixo, porém sei que não sou. — a moça da pele castanha ergue os olhos aos azulados. — Veja como você está feliz sem ele. Graças a mim, seu ex-namorado nunca mais voltará aqui.

 

Sem dizer nada, a loira retira-se. Os lábios da de cabelos trançados abrem-se num sorriso vitorioso, por outro lado, o sangue da de olhos azuis ferve nas artérias. Ela pediu para Layla não intrometer-se e, mesmo assim, ela o fez. Nada incomoda-a mais do que meterem-se na sua vida. Este foi um dos motivos do término com Andrea. Vittoria é dona de si. Só ela pode ser responsável por suas decisões.

 

02 de Novembro de 2016.

 

Como uma bela ironia do destino, em pleno dia de finados, Layla vê-se oficialmente livre de Adrian. O juiz bateu o martelo, decretando o divórcio concedido. A morena não deve mais nada ao homem que arruinou sua vida. A alegria deveria ser imensa, mas a frieza entre ela e Vittoria impede o largo sorriso no rosto.

 

Há alguns dias, a relação, antes fervorosa e incansável, das duas deu espaço às brigas e discussões por motivos banais. Tudo entre elas aconteceu rápido demais, talvez veloz em demasiado para conhecerem-se como imaginavam.

 

O carinho de Vittoria e Luigi é nítido, supõem-se que isto tenha aflorado ainda mais a vontade de casar-se com a loira. Todavia, a moça dos cabelos trançados está a se precipitar. Não há motivos para acelerar os passos ágeis já dados.

 

A advogada sabe disso. Layla não.

 

Parece que o tempo em desamor comprometeu a capacidade de viver a sós. A morena tornou-se dependente dos outros. As cobranças e pressão vindas dela incomodam, cada dia mais, a dona dos olhos azuis.

 

A de olhar negro começa a perceber o desconforto da loira a partir das cortadas, principalmente, depois de deixarem o tribunal. Os braços acastanhados rodeiam o pescoço alvo, enquanto os lábios carnudos tocam as bochechas rosadas.

 

— Onde comemoraremos minha liberdade? — indaga, contendo um pouco a tamanha animação.

 

— Pensei em ficarmos em casa mesmo.

 

— Vi, está tudo bem? — os fios dourados balançam com a assentida. — Estou lhe achando estranha... Um tanto fria.

 

— Layla, prezo muito pela sinceridade, então serei direta.

 

A morena engole em seco. Não capaz de evitar o espanto, os olhos negros arregalam-se.

— Adoro estar contigo. Você é uma pessoa carinhosa, divertida e inteligente. Acredito muito em ti, mas, o que você precisa, eu não posso te dar agora. — explica-se a loira.

 

— O que quer dizer com isto? — ela recolhe os braços.

 

— Estou dizendo que não podemos mais ficar juntas. — a morena para, incrédula com o que escuta. — Você está livre, Layla, não se prenda a mim. Somos ótimas amigas, não obstante como um casal somos um fracasso. A gente briga demais, isto nos afasta. — a loira suspira. — Acho melhor nós terminarmos aqui. Fique lá em casa até conseguir um apartamento novo.

 

23 de Dezembro de 2016.

 

Desde o divórcio, Layla e Vittoria encontraram-se vez ou outra para confidenciarem as saudades e novas experiências. Obviamente, beijaram-se algumas vezes, mas sem a cobrança de antes. As duas são boas amigas e divertem-se ao lado um da outra.

 

Luigi adora tomar um gelato, com a tia Vittoria quando volta da escola. Adrian busca o filho nos finais de semana. O apartamento onde a morena mora com o primogênito é modesto, porém com ótima localização. A advogada ajudou a decorá-lo e a dona dos cabelos trançados é muito grata por isso.

 

Nesta tarde, com o Natal por chegar, a dona de casa dá a si mesma o dia de folga. O filho está no quarto, jogando no computador. O corpo esbelto está estirado sobre o sofá. A cabeça está recostada no tecido cinza, com os olhos prestes a fechar.

 

A campainha toca.

 

Ela levanta-se cambaleante e caminha até a porta. Através do olho mágico, enxerga uma moça morena com os olhos esverdeados. Estranha a visita, entretanto abre para a mulher.

Como num filme clichê, uma xícara está em suas mãos delicadas.

 

— Com licença, sou Fany, a vizinha do andar debaixo. Você poderia emprestar-me um pouco de açúcar? — os lábios avermelhados são prensados pelos dentes grandes e alvos.

 

As íris verdes erguem-se em direção às negras e, consequentemente, ambos os lábios se entreabrem num sorriso malicioso.

 

Enquanto isso, ​sobre as ruínas coradas, está Vittoria com um cigarro repousado entre os dedos. Ela sabe que ali é proibido fumar, no entanto, estava imersa em sua própria felicidade demais para preocupar-se com regras. Fazia tempos que não ia até o local por causa de seu emprego, mas, então tirou um tempo para poder relaxar.

 

Os olhos azuis observam o entra e sai dos turistas. Um sorriso estica os lábios rosados, antes da próxima tragada.

 

A advogada nunca esteve tão feliz. Livre e dona de si mesma, preparada para todas as peripécias que a vida lhe traria. A loira pensa em Layla com carinho, ciente de que fez a escolha certa. Vittoria escolheu desprender-se dos laços que a sociedade impõe, optou pela própria felicidade.

 

Ela é feliz consigo mesma. Aprendeu a ter amor próprio desde cedo. A loira opta por seguir em frente sem ninguém ao seu lado, pois sabe que não precisa de alguém para ser feliz.


Notas Finais


Quem está se perguntando o porquê da Vittoria terminar sozinha, explico que um dos propósitos da história é demonstrar que ninguém precisa ter alguém para ser feliz e incentivar o amor próprio. Assim como não trouxemos nenhum desmerecimento quanto à cor de pele da Layla ou a falta de emprego dela. Nós discordarmos das histórias que abordem os temas desta forma, já que, na nossa opinião, isso incentiva muito mais o racismo e a política de classes que a igualdade.

Sem mais esclarecimentos, gostaria de dizer muito obrigada a todos que leram até aqui. Ficamos extremamente felizes em postar esta one. Com toda nossa sinceridade, esperamos que tenham gostado.
Todo amor,
Lali e Vivis

► Pra quem ainda não conhece Numbers, o link https://spiritfanfics.com/historia/numbers-6568362


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