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História Seis horas: a sala trancada - Capítulo oito: faca


Escrita por: MidoriShinji

Capítulo 8 - Capítulo oito: faca


— Aconteceu alguma coisa, Shizune? — Temari indagou, parecendo preocupada.

Ela não respondeu. Sentia alguma coisa no fundo de sua mochila, sim... Quando pegou e tirou de dentro da mochila, pôde finalmente ver o que estivera segurando. Nesse momento, o grito de puro pavor de Shizune fez com que todos os olhos se voltassem para ela, enquanto deixava uma faca ensanguentada cair no chão. Por alguns segundos, o som do metal chocando-se contra o chão ecoou indefinidamente por todo o anfiteatro.

Era a arma do crime que ela acabara de tirar da mochila.

Pain olhou para a namorada, e em seu olhar, havia um misto de admiração e medo: ela estava mesmo certa sobre a arma estar ali, nas coisas de um deles até. Um palpite impressionante, tinha que admitir. — Parece que você acertou. Quem diria...

— Acertei em parte. — ela respondeu, com modéstia — Não podemos afirmar com certeza que ela é inocente. Todos são culpados até que se prove o contrário...

Antes mesmo que alguém pudesse resolver a situação, Ino se pronunciou. Sua postura acusadora, no entanto, não iria resolver nada, mas por ela, que se explodisse a resolução do caso, que para ela estava bem óbvia: Shizune era culpada e não havia discussão sobre isso. — Estão vendo? — ela gritou, ensandecida — Não disse que ela era culpada? É claro que é. A faca estava na mochila, ela foi a última a ver a Anko-sensei... Deve ter seguido a professora no corredor e a matado na sala de audiovisual, e depois teve a audácia de ir até a nossa sala e transmitir o recado... Foi ela, foi ela, é óbvio que foi!

Ela estava tão furiosa que podia ter ido até Shizune e arrumado outra confusão, mas foi segurada por Kiba e Sai. Shizune, no entanto, estava em um estado de choque tão grande que parecia estar em outro mundo, e sequer se preocupava em responder às acusações. Era hora de botar ordem em tudo aquilo. Konan se levantou, e tentou acalmar os ânimos. — Não podemos acusar as pessoas assim, não podemos tomar medidas precipitadas e punir alguém com as nossas próprias mãos, porque isso não é justiça, é vingança. É bastante provável que a faca não seja dela, na verdade.

Sai não estava entendendo aquilo. — Se a faca estava na mochila dela, como não seria dela?

— Se você fosse um assassino e estivesse numa sala trancada com tantas pessoas e precisasse se livrar da arma com a qual cometera o crime, você colocaria na sua mochila, ou de outra pessoa que poderia ser considerada suspeita e que não estava prestando atenção nas suas coisas? — a garota de cabelos azuis disse. A lógica fazia bastante sentido — Agora precisamos falar com os policiais do lado de fora, eles precisam abrir a porta, não tem jeito!

Assim que ela terminou de falar, Shizune simplesmente caiu desfalecida no chão, e o espaço de tempo entre o presságio de mal súbito e o desmaio foi curto demais, apenas o suficiente para que Temari conseguisse evitar que ela batesse a cabeça no chão.

(...)

Sexta-feira, meio-dia e quinze.

Depois de baterem na porta pedindo ajuda, os policiais que estavam guardando o anfiteatro abriram as portas para que pudessem saber o que estava acontecendo: a explicação de que tinham achado a arma do crime entre eles era certamente uma grande prova de que o assassino pertencia à classe 3-1, mas ainda sim, mesmo sob o risco de ser um deles ali, os oficiais se recusaram a liberá-los. Toda a escola ainda estava presa nas salas, enquanto a situação não era resolvida. Pais desesperados ligavam para os filhos e para o colégio, mas nem isso era suficiente. Tudo o que foi feito foi a retirada da evidência dali, para um exame de DNA e digitais (com a devida ressalva de que Shizune havia tocado na arma).

Mais uma vez, a tensão ali apenas crescia. Shizune ainda estava inconsciente, deitada sobre o palco. A polícia também se recusou a levá-la dali para que recebesse atendimento médico, o que fez com que os alunos se revoltassem e um grande debate tomasse lugar: isso não era sobre um método investigativo pouco ortodoxo mais, era sobre alguém que havia desmaiado por causa do susto e do choque e que poderia estar realmente passando mal. Era a saúde de alguém em jogo, e isso não era uma brincadeira. Nem assim o pedido deles foi considerado, e foram deixados à própria sorte naquela sala gelada e sem qualquer preparo para atender alguém que estivesse se sentindo mal. Tentaram gritar, bater nas portas, e nada disso adiantou.

Estavam exaustos, é claro, e ainda faltavam três horas para o fim das aulas. A partir daí, não poderiam mais mantê-los ali, ou imaginavam que não poderiam, pelo menos. Se pudessem descobrir o assassino o quanto antes, seria muito mais eficiente. Por causa disso, a investigação do assassinato prosseguiu, alimentada pela fúria dos estudantes.

— Foi um de nós. Nós já sabemos isso, e não tem mais como negar, não com a faca aqui dentro na mochila de alguém. Agora só precisamos saber quem. — Itachi disse, para todos eles. O silêncio que veio em seguida foi sepulcral, e ele viu nisso um sinal para continuar a falar de uma maneira que era bastante calma, mas continha um ar filosófico e quase dramático nas palavras — Seria ótimo ter uma confissão, mas se isso não vai vir do jeito fácil... Então vamos fazer do jeito difícil.


Notas Finais


Não relacionado com a fic, mas terça-feira morreu um rapaz aqui em Goiânia, assassinado pelo próprio pai (!!!) porque ele participava dos movimentos estudantis de ocupação das escolas e universidades. Não vou me prolongar aqui, porque escrevi um jornal sobre, eu tinha coisas demais a dizer.

Quero ver até quando esses moderados covardes vão fechar os olhos e dizer que "fascismo é uma palavra forte" quando um garoto de vinte anos foi morto pelo próprio pai porque era um jovem de esquerda num movimento social, e o pai "discordava" disso.

https://spiritfanfics.com/perfil/midorishinji/jornal/sobre-o-fascismo-esta-morto-7040931


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