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História Team Seven - Chuvas, bilhetes e medos...


Escrita por: AtiadasFic

Notas do Autor


Yooo Minna, olha quem veio trazer um presente de dia das crianças pra vocês??? Mentira hehehe Esse cap deu um suador danado pra escrever por isso toda a demora, mas eu gostei muito do resultado. E isso é tudo que falarei a respeito.
AAAAAAAAAAAAHHHH E é claro Ray-chan arigato por não querer me matar por falar dele com você 37 horas por dia ! hahahahaha
Minna eu sei que é chato mas farei duas propagandas. A primeira é sobre uma fanfic curtinha que eu postei recentemente chamanda For you, I must be strong, que conta a história das pessoas que foram deixadas para trás, Naruto era um garoto orfão, que aos poucos conseguiu bons amigos e um grande amor, e então ele adoeceu e a coisa toda desadou, mas não quero que pensem que a Fic conta a história do cancêr dele ou coisas assim, não ela conta sobre a amizade genuína dele com Hinata e Sakura e do seu amor desmedido por Sasuke, e bem são três caps, Um REC. - Hinata, o Dois é o REC. - Sakura e o próximo é o REC. - Sasuke, eu espero que vocês deem uma passadinha por lá, vou deixar o link lá embaixo para vocês.
A segunda propaganda é de um especial de Halloween que vou postar no 31 de outubro, hehehe e bem é a minha forma de descontar toda a fofura de Team Sevem e I must hahahaha porque é um conto de horror, e como todo conto de horror, é maldoso, perverso, sensual, sangrento e muito muito muito pecaminoso 66' <3 esperarei vocês por lá também.

Capítulo 10 - Chuvas, bilhetes e medos...


Fanfic / Fanfiction Team Seven - Chuvas, bilhetes e medos...


Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives
But love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again

Por que o quarto está tão frio?
Você se virou para o seu lado
Será que só chego na hora errada?
Nosso respeito se acaba rapidamente
Mas ainda há esta atração
Que mantivemos ao longo de nossas vidas
Mas o amor, o amor vai nos dilacerar, outra vez
O amor, o amor vai nos dilacerar, outra vez

Love, love will tear us apart

 

 

Dias chuvosos sempre pareceram o caos para Naruto. 

E levar uma criança sonolenta em um braço enquanto carregava uma bolsa no outro e um guarda-chuva por todo o trajeto sem duvida tornava as coisas ainda menos favoráveis para ele. Agradeceu a Hanabi por ficar com Himawari e pode ver uma surpresa genuína estampada no rosto da mulher, que só se intensificou quando falou que voltaria mais tarde para buscar a filha. 

A verdade é que precisava fazer algo que já deveria ter feito a muito tempo.

Vivera constantemente a margem da vila, mas quando chovia estava completamente isolado e ninguém queria saber se ele tinha medo de trovões, ou se havia alguma goteira que pudesse lhe prejudicar em sua casa. Quando chovia ele se sentia ainda mais sozinho. Foi assim quando criança. Foi assim quando Sasuke foi embora da vila. É assim agora que perdera Hinata. 

Era engraçado de uma maneira trágica pensar em como a sua vida sempre girou em torno das perdas. Quando bebê, só recebeu algum tipo de apoio e cuidado porque perdera seus pais que consequentemente eram a jinchuuriki e o Hokage... - havia um gosto amargo em sua boca, que mais tarde Naruto compreenderia como amargura, era algo que jamais havia experimentado, mas quando se perde tudo, uma gama de vezes tão grande, você não consegue se manter sempre sorrindo. - E quando enfim fez um amigo ele foi embora. Não era como se não valorizasse seus outros amigos. Ele valorizava e muito, não conseguia nem por em palavras o quanto amava loucamente Sakura e nem o quão grato era por Shikamaru, afinal não sabia ser Hokage se o amigo não estivesse com ele, também era grato a Kakashi e Iruka e os amava e respeitava como os exemplos que eram em sua vida, mas perder a amizade de Sasuke mesmo que por um espaço de tempo foi algo que o mudou, foi quando pela primeira vez se permitiu ser egoísta. As pessoas sempre culpavam Sakura por sua obsessão na busca de Sasuke, mas algo que Naruto nunca admitiu é que sim ele havia prometido para Sakura que o traria de volta e isso o motivara a sempre tentar. Mas o que nunca permitiu a possibilidade de pensar em desistir de Sasuke, foi por si mesmo. Porque nunca esteve pronto para abrir mão da única pessoa que realmente entendia a sua dor, a sua raiva... Gostava da companhia Sasuke porque  sabia que podia mostrar seu pior lado para o amigo que ele jamais o olharia com desdem. Esse entendimento mutuo de ambos os levava além de simplesmente serem bons amigos, Sasuke era um ponto a ser atingido e ao perdê-lo, perdeu também seu norte. E então precisava ser mais forte, alguém bom o suficiente para trazê-lo de volta, então Jiraya veio para sua vida, era o mais próximo de pai que ele conheceu e sabia que as pessoas achavam injusto com Kakashi e Iruka, afinal, eles sempre estiveram ali... Mas Jiraya era seu padrinho. Conheceu seus pais, e lhe ensinou tantas coisas, passou tanto com ele que simplesmente aconteceu, amava Jiraya como tinha certeza que amaria um pai. Como amou Minato. E então o perdeu. E foi quando movido se tornou mais forte.  - Naruto caminhava silenciosamente, com a cabeça latejando, havia um chiado em sua garganta cada vez que respirava mais profundamente, tentou tossir para ver se passava, mas ao seu entender apenas havia piorado o chiado insistente. "Droga!" pensou em silêncio afundando as mãos nos bolsos da jaqueta laranjada e apertou o passo quando percebeu que havia chuva ameaçando a cair. - Achou que perder Jiraya tinha sido traumático o suficiente para toda uma vida. Então perdeu Hinata. E foi como se seu chão fosse arrancado de seus pés. E não havia nada que ele pudesse fazer. Perdê-la, mostrou a Naruto um lado seu que ele não conhecia. Um lado  do qual ele se envergonhava fortemente. Ao perder Hinata percebeu que podia ser fraco. 

Então, ali estava ele, parado diante do monumento de mármore, tocou a pedra fria com a ponta dos dedos e foi como se sua própria alma congelasse. E como parte automática de si, os olhos azuis se encheram de lagrimas, mas elas não caíram. 

-Hey Hina, já faz algum tempo... - a voz embargada de emoções confusas, ele estava perdido e não sabia como lidar com metade de tudo aquilo que lhe enchia a mente e o coração. 

Seus dedos longos e enfaixados desceram pela lapide até tocarem as letras talhadas na pedra. 

 Hyuuga Hinata 
 27/12/1984 - 12/07/2016
"Amada mãe, esposa maravilhosa, amiga dedicada e irmã insubstituível."

 

Naruto pensou que daquela vez pararia de respirar, não conseguia juntar pensamentos coerentes o suficiente para fazer algo tão complexo, mas o fez, precisou de um tempo para tomar coragem e enquanto acariciava o nome dela, Naruto se sentou sobre o mármore sob o chão ficando de frente para a lápide que agora sentado era mais alta que ele, podia ver seu reflexo na pedra esbranquiçada mas não quis dar atenção ao rosto que lhe olhava de volta, refletido na pedra.

- Eu não fiz um discurso para você meu amor.... - um suspiro pesado e ele continuou. - Apesar de você merecer... Você deu sua vida por ela e eu a negligenciei, precisei do teme pra ver o que estava de baixo do meu nariz... - sua voz estava tão casual que qualquer um que estivesse ouvindo poderia dizer que a mulher provavelmente estava sentado ao seu lado, ouvindo os lamentos do homem. - Bolt tinha razão em jogar na minha cara que não falei em seu funeral. Porque eu não falei... - Naruto retirou do bolso, um papel dobrado, já amarelado e acabou se lembrando de todas as vezes que Hinata lhe falava para anotar as coisas importantes de seu dia para não esquecer, pois se não Shikamaru acabaria enlouquecendo e raras as vezes ele anotava, porém sempre encontrava um pedacinho de papel dobrado em seu bolso, um cuidado diário de Hinata para ajudá-lo em seu caótico e conturbado cargo. - O que ele não sabia, era que eu escrevi um! - ao falar aquilo, não houve como não deixar uma risada escapar, era praticamente  uma piada interna, entre eles. -  Então, com quase um ano de atraso, eu vou ler pra você. - a voz dele gradativamente tomou para si um tom mais coeso e sério. - Desculpe por não ter dito quando todos estavam aqui pra ouvir... - Ele ainda tocava o nome dela como se lhe acariciasse os cabelos, tornou a tossir para espantar o que quer que lhe tivesse arranhando a garganta e ignorou a dor constante em sua cabeça. - Mas acho que só você precisa saber disso meu amor. - Naruto,  pensou em se levantar para ler, mas não confiava em suas pernas o suficiente para isso, então apenas se aconchegou ao tumulo da esposa em uma especie de segurança fúnebre. - É muito difícil falar sobre Hinata, ainda mais falar dela no passado. - houve um pouco de silêncio, mas não foi um silêncio pesado, foi um momento para juntar a pouca coragem que lhe sobrava para continuar.-  Admitir que ela não está mais presente... Porque isso é admitir que o mundo se tornou um lugar menos bom. Que o mundo perdeu um pedaço de luz. Hinata era a pessoa mais bondosa e paciente que eu já conheci. - As lagrimas que agora caiam não eram como as lagrimas do dia em que a perdera, nem como as lagrimas da noite em que destruiu o campo de girassóis. Eram calmas e doloridas, foi quando percebeu que sua lagrimas agora eram de saudade. - E nunca vi alguém capaz de cuidar tanto das outras pessoas. E eu conheço uma sorte bem grande de médicas ninjas. - Naruto riu baixinho e fungou, esfregando os olhos com a mão livre. - Isso era pra ter sido uma piada para a Sakura-chan e pra Oba-chan... Se eu tivesse feito o discurso provavelmente teriam rido não é??- e aos poucos o sorriso foi se tornando menor, ele suspira um pouco mais. - Hinata era a mulher mais linda que eu já conheci, e eu não estou falando com modéstia, isso era uma qualidade dela, não minha, ela era linda, a mais linda que eu já vi, eu amava quando eu acordava todas as manhãs e a via penteando seus cabelos azulados enquanto o sol beijava a sua pele branca e eu admito que eu sentia um ciume terrível do sol por ser capaz de deixa-la ainda mais bela.  - O pequeno sorriso em seu rosto confidenciava que ele podia fechar os olhos e ver aquela cena com clareza em suas lembranças. - Sim amor, você é a mulher mais linda que eu já conheci. -Naruto coçou a cabeça, como um tic e suspirou. - E contra todas as possibilidades, ela se apaixonou por mim. - ele começa a rir de nervoso enquanto encarava o papel surrado, que parecia nunca abandona-lo. - Hinata possuía em si uma gana de mostrar a todos o quão capaz era, e de provar que ela podia ir além de todas as expectativas. Se ela possuía a vontade do fogo? - ele da um pequeno sorriso sincero. - Eu nunca vou esquecer a primeira vez que ela falou que me amava... -bateu amão na própria testa e deu um sorriso, um daqueles capaz de cegar qualquer um que o visse de perto. - Como eu era cego, naquele momento eu não entendi o que ela falou apesar de tudo gritar para mim... Naquela luta, Hinata provou não só seu amor, mas a sua capacidade de proteger o que lhe é mais precioso, se isso não é a vontade do fogo...  -  Naruto parou por um longo tempo, encarando o nada enquanto pensava em tudo que provava aquela sua afirmativa, só voltou a falara quando ouviu um trovão ecoar pelo céu acinzentado e armado. - Quando eu pedi ela em casamento. Hinata me disse. "Porque eu? Naruto eu nem ao menos sou especial." Acho que todos aqui descordamos... Você é especial Hinata, você era a mulher mais especial do meu mundo, e você me deu mais motivos para sorrir do que eu pensei ser digno.- Quando terminou de ler o papel, Naruto abaixou a cabeça e permaneceu assim durante algum tempo, depois metodicamente dobrou o papel e tornou a colocá-lo no bolso. Fechou os olhos e encostou a cabeça na lapide de Hinata e ficou assim até se sentir firme o suficiente para falar. -  E apesar de você ter sido a mulher mais importante da minha vida, eu preciso seguir em frente... Eu preciso ser forte, porque eu precisei que o meu melhor amigo me dissesse coisas que deveriam ser obvias, eu precisei que meu filho gritasse verdades na minha cara. - Suspirou mais uma vez e secou a lagrima que caia teimosa pela face do homem. - E eu sei que não vai ser facil concertar metade de todas as minhas burradas. Eu gostaria de tê-la aqui... Mas você não esta mais entre nós meu amor. Mas eu quero que Bolt e Himawari saibam assim como eu sei, que você nunca nos deixou, que vai sempre estar em nossos corações, só que pra ensinar isso a eles, eu preciso estar ao lado deles e pra isso, eu preciso deixar você ir. Pra não perder os meus filhos eu preciso deixar tudo isso ir... - Sorriu levemente, ele precisava sempre perder algo afinal.... Mas não perderia seus filhos para tomar alguma decisão, tomaria as decisões justamente para evitar perdê-los. -  Eu nunca amei nenhuma mulher como amei você. E por todo seu amor, eu serei eternamente grato. 

 

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- Você não irá. - Gaara foi sucinto. 

Sakura arqueou uma sobrancelha muito bem delineada em ironia e seu cenho se franziu em descrença, a jovem mulher passou seus dedos finos e elegantes em seus cabelos cor de rosa em um tentativa falha de não soar tão rude em sua resposta. 

- Não estou pedindo sua permissão. - O Kazekage precisou contar de um até dez e voltar em ordem decrescente para não gritar de frustração na frente de Sakura. 

- Não você não está... - Gaara passou ambas as mãos em seu rosto e pareceu cansado aos olhos da esposa que sentiu seu coração se apertar. - E nem minha opinião parece contar quando se trata de Sasuke. 

- Gaara... - A voz dela se tornou mais doce porém, o olhar de Gaara a fez ficar parada em seu próprio lugar enquanto o observava voltar para sua cadeira. 

- Porque ainda está aqui? - Ele começou a ajeitar os papéis em sua mesa mas a mulher não se moveu. - Já tomou sua decisão não é?  

- Não temos que ficar assim... - começou ela com uma voz mansa. 

- Não estamos de jeito nenhum Sakura, porque essa não foi uma decisão nossa. - Ele deu o seu melhor para direcionar um sorriso para esposa. - Foi sua decisão e somente sua. Então lide com ela

- Você precisa entender que ... - Ela começou a falar mas Gaara a cortou. 

- Preciso entender que minha esposa,  vai mais uma vez... Dentre as milhares de vezes que ela já fez isso, colocar a sua vida em risco por conta do seu primeiro amor... - Gaara coçou os cabelos ruivos e encarou Sakura. - Me desculpe Sakura, eu não consigo. 

- Eu não posso ser indiferente a isso Gaara... - a rosada sacudiu ambas as mãos no ar e quase bufou. - Pelo amor dos Kages! - Aos olhos do esposo Sakura parecia estar irritada e cansada, aos seus próprios olhos ela estava desesperada, não havia como ajudar seu melhor amigo sem magoar seu maior amor, nem como ficar do lado de seu grande amor sem trair seu melhor amigo. Sakura levantou as mãos para os céus e depois as abaixou rapidamente expondo sua confusão. - Quer me pedir para que eu fique aqui em segurança quando Deus sabe-se lá o que está acontecendo naquele covil???

- EXATAMENTE!!! - Gaara explodiu com raiva e logo recobrou seu tom de voz normal. - Eu estou pedindo para que fique em segurança porque nem sabemos se tudo isso é verdade! - Ele a encarou e em seguida suspirou. - Você poderia simplesmente parar de correr até ele toda a vez que ele precisa de você!

- Por favor Gaara, para que toda essa desconfiança? - ela perguntou, em um misto de raiva e preocupação, também se sentia ofendida e estava cansada de tudo aquilo.. - Eu preciso falar com a Karin, preciso saber dela se isso é verdade. Porque se for, não fazemos a menor ideia dos horrores que essa garota passou. 

- Então eu tenho um motivo para desconfiar?  - Ele falou e para Sakura foi exatamente como se Gaara tivesse ignorado cada palavra que ela havia dito e sinceramente ela nunca foi conhecida por ser uma pessoa paciente, então por mais que odiasse discutir com ele, foi exatamente o que fez. 

- Que droga Gaara! - sua voz saiu mais alterada que o preciso, estava com tanta raiva das acusações vazias de Gaara, ele precisava confiar mais nela, afinal, nunca havia dado a ele o menor motivo para toda aquela seninha. E porra, ciumes do Sasuke? De verdade? Aquilo não fazia o menor sentido na cabeça de Sakura.  - NÃO, NÃO TEM O MENOR MOTIVO PRA VOCÊ SENTIR CIUMES DO SASUKE!!! - a mulher gesticulava de forma irritada por toda a sala, estava quase arrancando seus cabelos quando desabafou aos berros. - SIMPLESMENTE PORQUE EU AMO VOCÊ E APENAS VOCÊ E O SASUKE É COMPLETAMENTE APAIXONADO PELO NARUTO! 

Tão logo as palavras saíram da boca de Sakura, a mulher levou ambas as mãos até a boca a tapando numa tentativa absurda de que aquilo fizesse com que talvez, quem sabe, por algum motivo divino com que o som de suas palavras não se propagassem mas a julgar pela expressão paralisada e boquiaberta de Gaara ele havia escutado e muito bem tudo o que ela havia dito. "Droga, droga, droga..." 

- Não... Não... Não... Não é com-mo .. - ela engoliu a seco, gaguejando enquanto tentava explicar aquilo, seus gaguejes eram a única coisa que quebravam o silêncio que se estendia pela sala.  Sakura levantou a mão como se pedisse permissão para falar, abriu a boca e tornou a fechar sem saber como continuar dali, mas o fez. - Eu nunca disse isso... 

Gaara acabou deixando um riso abafado escapar por seus lábios. Suspirou cansado em seguida, não iria pensar na declaração da esposa agora. Mas com toda certeza aquela frase o assombraria mais tarde. Por hora queria apenas que ela ouvisse a razão. 

- Sakura pode ser perigoso. - Ele argumentou. 

- Eu sei me defender! - Sakura alegou inutilmente, agradecendo a todos os deuses existentes pela folga que o marido havia lhe dado, em não lhe encher de perguntas sobre sua pequena confissão a cerca de Sasuke. Gaara sabia muito bem o quão forte a esposa era, mas não queria Sakura envolvida com aquele tipo de pessoa. 

- Eu não duvido de sua força Sakura... - Era difícil se explicar em palavras. Ainda mais quando ele mesmo não conseguia organizar seus pensamentos. - Só não vejo motivo pra se arriscar tanto assim por algo que pode ser mentira... 

- Porque é isso que amigos fazem... - Sakura se aproximou do esposo e tomou seu rosto em suas mãos. - Me desculpe não te ouvir dessa vez Gaara, me perdoe por tomar essa decisão sozinha depois de ter unido nossas vidas. - a mulher olhava em seus olhos e sorriu de leve acariciando o rosto do amado com os polegares. - Mas eu não vou voltar atrás da minha decisão, como você também não voltaria atrás se fosse um dos seus... 

Gaara a olhou durante algum tempo até se render ao carinho delicado dos dedos de Sakura em sua face, fechou os olhos e se permitiu senti-los por algum tempo e Sakura os continuou até levar as mãos para o pescoço de Gaara o fazendo sentir um arrepio gostoso que crescia de sua nuca e se espalhava por seu corpo. 

- Você vai se encontrar com ela em um lugar onde terá pessoas por perto... - Ele falou ainda de olhos fechados. - Isso não está aberto a objeções. - Gaara  abriu os olhos e encarou Sakura que assentiu com o rosto. - E vai voltar para mim em segurança.

Aquela pequena frase fez com que Sakura sorrisse de uma forma que fez o coração de Gaara se acelerar. "Como aquela mulher conseguia fazê-lo sentir tantas coisas ao mesmo tempo dessa forma?" 

- Esteja esperando por mim meu amor. - Falou a mulher carinhosamente enquanto se inclinava para selar os lábios do esposo, o toque rápido e leve dos lábios logo se tornou um beijo longo e profundo, as mãos de Gaara desceram pelas costas de Sakura e se alojaram em sua cintura. O toque fez com que o corpo da mulher respondesse por si só, bastou o calor das mãos de Gaara sobre sua pele para que ela envolvesse a cintura dele com as pernas o que acabou arrancando uma risada de ambos.

- Sakura... - A voz dele foi baixa e rouca. - Não vou conseguir me controlar desse jeito... 

A mulher deu um sorriso travesso e mordiscou o pescoço dele algumas vezes, depois subiu uma trilha de beijos no pescoço de Gaara até a pontinha da orelha de ela mordiscou. 

- Só vou te deixar em paz porque estamos na sua sala... - Quando Sakura falou Gaara achou que ia perder toda a sua sanidade mental, o que só piorou quando a esposa retirou as pernas de sua cintura, descendo o carinho de sua mão direita - que até então estava entranhada em seus cabelos - por seu peito, percorrendo o abdômen até chegar ao cós de sua calça, ela o puxou para mais perto e lhe deu um pequeno porém, maldoso sorriso.  Com aquilo Gaara arfou e encarou a esposa descrente enquanto ela caminhava em direção a porta. 
Segura do lado de fora Sakura escondeu metade do corpo atrás da porta e mantendo apenas uma parte do busto e o rosto no campo de Gaara falou risonha. 

- Você fica uma gracinha quando está com ciumes, amor!  - Fechou a porta rapidamente após falar e enquanto ria podia ouvir uma pequena corrente de xingamentos vindos do lado de dentro da sala. 

 

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A cabeça de Sasuke estava doendo desde a tarde passada, quando saiu da casa de Ino. Estava doendo de tanto pensar. E precisava admitir que isso não era uma coisa que lhe parecia provável de acontecer. Deitado em sua cama o Uchiha suspirou encarando o teto de seu quarto. Desde que voltara não havia feito muita coisa além de ficar na casa de Naruto e ir até a colina. E para ser honesto, ir para lá não tinha a mesma graça se Sakura não estivesse lá para lhe torrar a paciência.  Aquilo acabou fazendo com que o homem desse um pequeno sorriso. Percebendo quanta saudades sentia da amiga. Em momentos como esse ele poderia ter chamado Sakura para tomar um chá e conversado a respeito de toda a confusão que lhe tirava o folego. 

Decidiu então, que não iria passar o dia inteiro na cama. E isso já era um bom começo em sua opinião. Depois de se levantar, arrumou sua cama como sempre fazia categoricamente, fez sua higiene matinal e se viu de pé em sua cozinha, sem saber exatamente o que fazer. E antes mesmo que pudesse se controlar seus pensamentos já estavam em Naruto e na manhã que passaram cozinhando juntos e por algum motivo - no qual ele não queria pensar a respeito. -  se via sorrindo feito um completo idiota. 

Tratou logo de sacudir a cabeça para esvazia-la, preparou um café forte e sem açúcar para que pudesse despertar por completo e foi direto para o dojo, onde parou respeitosamente na entrada e se curvou em reverencia antes de continuar seu caminhar. Um costume que havia aprendido a muito tempo com seu pai e agora que se via em casa, parecia-lhe mais do que sensato fazê-lo. Passou mais da metade de seu dia ali, treinando até que seu corpo estivesse completamente exausto e suado. 

Mas sua cabeça continuava a mil, por algum motivo a maldita conversa com Ino não lhe saia da cabeça e tão recorrente quanto as palavras da amiga, eram as memórias de Naruto. E ele não queria pensar em Naruto. Isso era um desejo tão forte que invariavelmente ele acabava pensando em Naruto. 

Tomou uma ducha gelada para limpar o suor e também para lhe acalmar os nervos. Quando saiu de casa, saiu decidido a ir para um bar e comprar bebidas o suficiente para que em casa  pudesse encher a cara até que não lhe restasse sobriedade nenhuma. Por esta razão, por mais que tentasse, não conseguia de maneira nenhuma explicar o motivo de estar sentado em uma das cadeiras de Dangoya enquanto esperava seu pedido chegar. Nem ao menos gostava de doces para começar. 

Mas devia admitir que aquele lugar era agradável, não precisava ficar exposto ali e ninguém lhe incomodava, pediu ao rapaz do balcão que lhe arrumasse um exemplar semanal do jornal o que foi atendido com prontidão, então enquanto estava esperando ele passava os olhos distraidamente pelas noticias, estava tão absorto que se surpreendeu com a rapidez com que seu pedido chegou, havia pedido chá de lotus e uma porção de biscoitos de ameixa.

- Se Naruto visse esse meu pedido estaria me chamando de velho neste exato momento. - sussurrou o mais baixo que conseguiu e suspirou em seguida. 

- Estaria mesmo! - concordou Kakashi enquanto se aproximava do antigo pupilo. 

- Kakashi-sensei! Já faz algum tempo... - Sasuke falou educadamente e Kakashi se senta na cadeira a frente dele. - Como as coisas tem estado? 

- Tenho cuidado das burradas que seu amigo, idiota e cabeça oca tem feito! - Declarou o albino enquanto chamava o garçom para pedir um chá de menta e dangos. - É bom que você esteja de volta para colocar juízo na cabeça daquele bobalhão! 

Era sempre isso. - Pensou irritado com toda aquela situação. - Parecia certo para todos que Sasuke seria capaz de colocar a vida de Naruto no lugar. Como se ele tivesse algum poder sobre o amigo. E tudo isso... Era culpa dessas expectativas, se eles não estivessem tão certos de que ele podia fazer algo a respeito ele não estaria pensando em Naruto a todos os momentos de seu dia. Sasuke abaixou a cabeça, e entranhou seus dedos entre seus cabelos e coçou seu couro cabeludo enquanto tentava não surtar. 

Kakashi seria capaz de apostar que Sasuke estava começando a perceber que algumas coisas haviam mudado. E talvez só talvez, não devesse fazer o que iria fazer. Mas não iria deixar que aquilo se repetisse. Não havia a menor chance de permitir que aqueles dois imbecis se mantivessem avulsos um ao outro. 

- Você acha que conseguiria tirar o Naruto de casa e levá-lo no casamento de Ino e Sai? - O albino perguntou para Sasuke que o olhou desconfiado. 

- Ino me pediu para tentar. - Começou sendo logo interrompido por Kakashi. 

- Ah então você já tá sabendo... - o homem agradeceu ao rapaz que lhe serviu o chá, Sasuke o olhou com uma curiosidade que não sabia exatamente de onde vinha, bebericou de seu chá para que engolisse junto com eles suas perguntas e toda aquele esforço exagerado só fez com que Kakashi se sentisse mais determinado. - Shion deve chegar no sábado.  

- Shion? - Sasuke sentiu seu coração se apertar e a raiva crescer em seu intimo. - Do que está falando Kakashi? 

Kakashi viu durante anos, Naruto correr atrás de Sasuke e viu o Uchiha dobrar seu ódio por conta de Naruto. Não estava no seus planos ver aqueles dois fazerem besteira novamente, então mesmo que isso fosse um pouco errado decidiu mentir um pouco. Shion realmente viria ao casamente, mas porque Ino era sua amiga. E nem ao menos haviam considerado a possibilidade de que ela se aproximasse de Naruto. Até porque Shion agora vivia sua vocação com total apego, era um Sacerdotisa de um templo e por este motivo firmará votos que compeliam ideias contrárias as que Kakashi dera a entender. Ele sabia disso mas Sasuke não. 

- Achei que Ino houvesse lhe explicado... - coçou o rosto sobre a máscara fingindo estar incomodado, Sasuke não conseguia explicar a raiva crescente que sentia, mas o fato de Kakashi enrolar o irritava cada vez mais. - Naruto salvou a vida de Shion uma vez, e bem, ela sempre foi muito grata... Se é que você me entende... 

- Ahhh e é claro que jogar uma puta barata nas mãos de Naruto o fará esquecer a dor de perder Hinata! - Sasuke explodiu educadamente sem alterar seu tom de voz. - Muito sensato, posso apostar que Shikamaru não faz ideia deste plano tão bem elaborado, ele sentiria até inveja de não ter calculado tal estratégia de recuperação... 

A voz dele respingava de sarcasmo e o mais velho precisou se conter com todas as suas forças para não rir. Seu coração batia tão rápido que Sasuke achou que a qualquer momento ele iria parar. Não havia a menor chance dele levar Naruto até o casamento de Ino se fosse para que uma qualquer ficar se esfregando nele. Era a última coisa que precisava. 

- Não queremos que ele se case com ela nem nada.. Mas aliviar um pouco a tensão... - Não devia, mas estaria mentindo se dissesse que não estava se divertindo com aquilo. Sasuke sempre fora um exemplo a ser seguido quando se tratava de esconder suas emoções, mas era difícil não notar os punhos cerrados e os biscoitos intocados. - Naruto precisa se divertir um pouco. 

O Uchiha engoliu a seco, não queria chamar seu antigo sensei de imbecil na cara dele, apenas iria embora e se livraria daquilo. E dai se queriam que Naruto transasse com a garota para se distrair um pouco dos problemas? Ele mesmo havia feito isso algumas vezes. Mas porque isso o incomodava tanto? Porque simplesmente não concordava com Kakashi e acabava com isso logo? Porque não tinha tentado pensar em levar o amigo para sair para que pudesse conhecer outras garotas? Porque não suportava a ideia de ter outra pessoa tocando Naruto? 

E assim que o pensamento se formou percebeu o quão ferrado estava.

- Kakashi eu preciso ir... - Antes que o homem tivesse alguma chance por menor que fosse de falar alguma coisa, Sasuke já havia deixado duas notas sobre a mesa e saído da doceria. 

Precisava de ar. Precisava de espaço. Precisava de liberdade. Quando colocou seus pés do lado de fora se sentiu incrivelmente grato pelas gotas de chuva que lhe molhavam o rosto. Eram frias e benéficas, e principalmente eram calmas. Permitiam a Sasuke que pensasse com clareza a respeito de todos os pensamentos que lhe assombravam. Não abriu o guarda-chuva que carregava na bolsa de lado pendurada em torno de si que sempre carregava. 

Em passos largos e apressados logo Sasuke se dirigiu até a floricultura, desde que retornara não havia ido visitar o tumulo de Hinata e isso o incomodava bastante, mas depois da conversa com Ino se sentiu ainda mais incomodado e breve encontro com Kakashi só serviu para agravar ainda mais sua inquietação. 

Ficou extremamente agradecido quando Sai o atendeu na floricultura, educadamente perguntou por Ino e descobriu que a amiga estava ocupada com as obrigações do casamento, conversou com Sai por mais ou menos quinze minutos antes de deixar o lugar e rumar para o cemitério da vila com um pequeno buque feito de algumas flores sortidas, Ervilha de cheiro que são pequenas flores coloridas que Sai lhe disse significar agradecimento por um tempo adorável, estavam espalhadas alegremente entre belas Callas brancas que o homem veio a lhe explicar que significavam inocência. 

Não demorou muito para chegar ao cemitério e o sentimento fúnebre lhe atingiu com força. Apertou as flores em sua mão e suprimiu com exito um suspiro que ameaçava a sair. 

Achar o cemitério foi bastante fácil, achar onde Hinata estava é que era a parte dificil, afinal, para Sasuke o lugar todo era completamente igual, com sua grama verde e bem cuidada, aparada a altura do mármore rente ao chão, algumas lápides se destoavam por conta de esculturas que as famílias faziam, e era um lugar extenso - e como não seria? Depois de todas as guerras? - Já estava na quarta areá do cemitério quando foi atingido por uma visão a qual não estava preparado para ver. 

Naruto estava entrecostado na lapide que Sasuke julgou  ser de Hinata, e parecia ter pego no sono. Se a cena não fosse tão terrivelmente triste, o Uchiha poderia ter rido da situação do amigo, afinal que tipo de pessoa consegue dormir na chuva, porém, aquele sentimento inicial de piadas mórbidas fora substituído por completo quando Sasuke cutucou Naruto com o pé e o amigo nem se moveu. Primeiro o panico o tomou e ele abandonou as flores no mármore frio para se certificar que o Hokage respirava, constatado o fato de que sem duvida ele respirava e que tinha pulso, Sasuke percebeu com certo horror que a pele de Naruto estava quente, e não era o quente habitual do chakra da raposa de nove caldas, era um quente que fazia a própria pele de Sasuke ficar febril.

Depois de encontrar o amigo naquela situação deprimente, Sasuke tomou decisões importantes rapidamente. Tomou Naruto em seu braço com certa dificuldade - e com um Naruto resmungante semi-consciente.- e o levou para o complexo dos Uchiha. Se conhecia Naruto tão bem quanto julgava conhecer, sabia que ele ficaria extremamente bravo se fosse levada para um hospital, pois outras pessoas poderiam ver suas fraquezas. Não tardaram a chegar na casa do moreno e assim que fizeram - em baixo de uma chuva torrencial que decidira despencar do nada. - Sasuke tratou de dar um banho quente em Naruto, para espantar qualquer resquício de friagem, e por mais que não fosse da maneira correta, aquela chuva havia servido para diminuir a temperatura do loiro, e que mesmo assim continuava gritantemente alta. 

Quando o amigo já estava seco, confortável e aquecido em um futon e cheio de cobertores dormindo em segurança Sasuke ainda ensopado saiu correndo debaixo de toda aquela chuva para buscar Tsunade. 

Encontrou a mulher no hospital de Konoha. E pode ver a curiosidade estampada em seu rosto ao vê-lo ali. Tsunade na verdade estava espantada, achou que jamais veria Sasuke em uma situação semelhante, o homem estava completamente molhado, e olhava a sua volta esperando para atacar qualquer um que se aproximasse sem sua autorização, como um gato escaldado acuado demais para que qualquer um pudesse ajudá-lo. E isso apenas a alarmava, pois se tinha certeza de alguma coisa em relação a Sasuke, era de que se havia alguém que o pudesse fazer agir daquela forma, esse alguém era Naruto. 

Precisou de alguns minutos para explicar tudo o que acontecera e de como havia encontrado o amigo, Tsunade o escutou pacientemente e sentiu seu coração apertar-se dolorosamente quando ouviu a história que trouxera ao Uchiha até o hospital. Não demoraram muito ali, foi só o tempo da ninja médica se arrumar para saírem, levaram menos tempo ainda para chegar a casa do Uchiha, e Naruto estava na mesma posição que Sasuke o havia deixado. 

- Sasuke, pode me arrumar uma toalha? - perguntou Tsunade claramente para fazer com que o homem a deixasse fazer seu trabalho, e ele era suficientemente esperto para saber quando sair. 

Sozinha no quarto a ninja médica foi até o homem que dormia agora aquecido e seguro, encostou a mão no rosto para lhe acariciar a face e sentiu o calor exagerado que tomava sua pele. 

- Você não deveria estar com febre... - sussurrou ela olhando Naruto. - É fisicamente impossível que você esteja gripado, ainda mais com a cooperação e amizade da Kyuubi. - alisou os cabelos loiros com carinho. - Ah meu menino, quantas vezes eu falei para você... 

Depois daquele breve momento Tsunade se pôs a trabalhar, examinou Naruto minunciosamente, tratando de muitas maneiras, excluir todas e quaisquer possibilidades de morbidades. Demorou uns trinta minutos para se livrar de todas as suas duvidas, o fato é que examiná-lo consumiu mais chackra do que o esperado e mo fim o resultado fora exatamente o esperado. Não havia absolutamente nada errado com ele... Não fisicamente ao menos. 

Quando saiu do quarto não se surpreendeu em nada em ver Sasuke parado pacientemente no corredor da casa, por quanto tempo o rapaz estivera ali ela não saberia dizer, mas ao jugar as roupas secas e quentes poderia dizer que não fazia muito tempo, percebeu que ele perguntaria as coisas então apenas fez um gesto para que se mantivesse em silencio e começou a caminhar pelo corredor, sendo prontamente seguida pelo homem. 

Já estavam na sala, acomodados no grande sofá e cada um com uma caneca de chá verde bem quente quando enfim Tsunade falou a respeito de Naruto.

- Ele está bem. - Falou de forma simplória recebendo de resposta um olhar acusador do Uchiha. 

- Ele não me pareceu nada bem lá. - devolveu o homem com seu timbre desprovido de grandes emoções, mas Tsunade o conhecia bem o suficiente para perceber a veia de irritação crescente em seu tom. 

- Se acalme Sasuke. - a mulher deu um pequeno sorriso bebericando o chá em seguida, só continuou quando teve certeza de ver o Uchiha se afundar um pouco mais no sofá. - Ele só desabou... - Sasuke nem ao menos se deu ao trabalho de tocar no chá, estava cansado, preocupado e Tsunade ficava falando coisas sem sentido. A loira podia perceber a frustração de Sasuke ao pensar no assunto. Após tomar mais um gole de chá continuou. - Não é nem tão surpreendente assim... Naruto tem estado no limite a muito tempo... A perda de Hinata o abalou de um jeito.... - Tsunade sorriu levemente e deu alguns leves tapinhas na perna do moreno. - Ele apenas não suportou e acabou apagando... - percebeu que logo viria a pergunta sobre a febre então se adiantou. - A febre apenas indica que seu corpo reagiu tentando defendê-lo... - pensou um pouco mais em como continuar e então prosseguiu. - Como Naruto vinha se alimentando muito mal, dormindo muito mal, seu corpo já estava em seu limite, e as vezes quando o corpo percebe que ... Como posso dizer... Seu dono não vai parar e fazer algo a respeito de seu estado... Ele mesmo da seu jeito... No caso de Naruto foi uma febre forte o suficiente para desmaiá-lo. 

-  Então ele vai ficar bem? - perguntou o Uchiha de forma cuidadosa. 

- Claro que vai, estamos falando do Naruto! - ambos deram uma pequena risada e Sasuke suspirou. 

- Ele me deu um susto enorme. - o homem deixou escapar, havia em Tsunade algo que fazia com que Sasuke confiasse nela, que se sentisse seguro o suficiente para poder fazer pequenas confissões como essa, que ele raramente se atrevia a fazer. 

- Eu prometo que ele está bem! - direcionou para Sasuke um sorriso doce, pensando sinceramente quando eles começariam a notar tudo o que acontece em torno dessa amizade. E ao contrario de sua grande vontade de fazer o homem perceber isso, apenas continuou no assunto.- Ele só precisa dormir para recarregar suas energias. - tornou a fazer um carinho na perna esquerda de Sasuke. - Vai ficar tudo bem, é provável que amanhã você acorde com ele gritando por estar em uma casa que não é a dele. 

E aquilo fez Sasuke rir, apesar de saber que Naruto reconheceria seu quarto, após a histeria inicial. 

- Obrigado por vir Tsunade-sama... - sorriu de lado. - Se não estivesse escutando isso diretamente de você ou Sakura, eu não teria acreditado. 

- Isso porque nos tem em alta conta. - brincou sorridente, e eles conversaram mais um pouco sobre varias coisas, falaram sobre como estava seu braço amputado e ela novamente se ofereceu para fazer-lhe algumas checagens e quem sabe com ajuda dos protótipos de Sakura, mas Sasuke sorriu e negou veemente, estava bem da forma que estava, aquilo era uma cicatriz de uma velha guerra, da qual tem orgulho de ter participado, aquilo era fruto de todo o esforço dele e de Naruto, e uma parte de si sabia muito bem, que um braço era um preço pequeno diante de tudo que fizera os amigos passarem por conta de seu egoísmo idiota. Falaram mais um pouco sobre Naruto e todas as besteiras que ele aprontara na ausência de Sasuke e também todos os seus acertos, o quem sem duvida pegou o Uchiha de surpresa. Porém, o fato de Naruto ter feito um almoço para o filho na tarde anterior a ser encontrado desmaiado em baixo de chuva com uma febre alta o suficiente para fazer Uchiha Sasuke pedir ajuda não passou despercebido a nenhum dos dois. Mas foram elegantes o suficiente para não adentrarem nas possibilidades que isso oferecia. Conversaram a respeito de Sakura e isso descontraiu um pouco a atmosfera tensa, riram bastante se lembrando de histórias a respeito a mulher e Sasuke - para a surpresa de ambos - se viu admitindo sentir saudades da amiga. Já passavam das dez da noite quando Tsunade foi embora, deixando instruções claras a Sasuke para que não permitisse que o loiro tentasse trabalhar amanhã. 

O Uchiha mais novo, após de levar a ninja médica até o portão e se despedir adequadamente voltou para casa e se sentou no sofá, sozinho, encarando um ponto qualquer da parede por longos instantes percebendo a maré confusa de sentimentos que apenas Naruto conseguia lhe despertar. 

Sacudiu a cabeça e se apressou para tomar um banho quente e vestir roupas bem folgadas, - antes havia apenas trocado suas roupas encharcadas. - quando terminou se deu ao trabalho de passar um café fresco e sentou-se em seu sofá embrulhado em uma espessa manta de lã azul escura, de onde tinha uma vista bem ampla da janela, acompanhou o cair da chuva deixando que ela lhe conferisse alguma paz de espirito. Mais tarde em uma atitude que lhe pareceu bastante boa decidiu ler. A biblioteca apesar do pouco espaço era bastante grandiosa, tinha grandes nomes, de antigos escritores a modernos roteiristas. Era bastante organizada. Os livros estavam dispostos  por autor e ano de publicação.  Havia uma mesa de carvalho bem ao centro da saleta, era bonita, muito bem talhada, Sasuke tinha algumas lembranças de seu pai sentado ali, naquela cadeira que parecia ser confortável, com seu estofado em veludo negro e apoios para os braços, suspirou pesadamente quando notou a pequena caixa sobre a mesa. E por um tempo, que lhe pareceu uma longa eternidade, ficou encarando a caixa de madeira, sem nenhum pensamento de abri-la, um suspiro escapou por seus lábios e Sasuke acabou se sentando na cadeira que se provou realmente confortável. As pontas de seus dedos finos e elegantes, percorreram toda a caixa, em um tortuoso processo de aceitação, já tinha perdido total noção da hora quando abriu  a pequena trinca. Fotos, cartas, tudo guardado  cuidadosamente. O presente de Sakura em seu primeiro aniversário depois que voltara para Konoha, eles apelidaram a caixa de "Caixa de Pandora" Sasuke havia guardado ali algumas coisas que eram verdadeiramente importantes, na muito fotos com Sakura e Naruto, algumas com Hinata, havia uma com Boruto, a foto do time sete. O cordão de Itachi também estava ali, sua antiga bandana, havia uma foto com os antigos membros da Taka. Haviam tantas fotos dele com Naruto que acabou sorrindo. Não havia uma única foto em que Naruto não estivesse sorrindo. Era como se nada o afetasse. Com aquele sorriso estampado em seu rosto Sasuke era capaz de acreditar que Naruto conseguiria o que quisesse e isso não era nem de longe uma mentira. Naruto era desafiador e confiante, ele conseguia instigar o melhor das pessoas e com isso dar o seu melhor. Ele tinha conquistado tanto e Sasuke ainda conseguia ver para Naruto um futuro maravilhoso e isso o deslumbrava. A verdade era que Naruto o deslumbrava, com sua incrível capacidade de continuar sempre, mesmo quando todos os outros já não eram mais tão capazes assim. E lhe emprestar sua força, isso era algo que Sasuke não fazia ideia de como fazer, mas sempre era contagiado por essa capacidade de Naruto. Eram boas lembranças. Os olhos dele vaguearam por todos os objetos sem foco, era como se de repente o fio que o mantinha ligado a terra, tivesse sido cortado, tudo o que tinha lutado tão cuidadosamente para manter trancado, havia acabado de ser exposto diante de sí. 

Remexeu nos envelopes e fotos durante o que lhe pareceram horas. Quando notou um pequeno papel que não fora colocado ali por ele. Era um cartão azulado que lhe lembrava a cor dos cabelos de Hinata, escrito em tinta prateada e a certeza que possuía é que a letra era da Hyuuga. 

 

"Quando me perdoar, procure por Sakura."

 

Fechou a caixa instintivamente. 

Não. Definitivamente não pensaria naquilo agora. 

- Não sem chance! - Sasuke se afastou da caixa e saiu da sala rumando em direção ao seu quarto enquanto resmungava pelos corredores. - Não posso encontrar meu melhor amigo desmaiado por ai e na mesma noite encontrar um cartão misterioso da esposa falecida dele

Era cético demais para isso, e quando percebeu que havia apenas surtado com um velho cartão que Hinata havia lhe dado em seu aniversário pois ela tinha lhe pregado uma peça, e que seu real presente estava com Sakura, Sasuke se sentiu um completo idiota. 
Retornou a biblioteca , escolheu calmamente um pergaminho para ler e decidiu que olharia Naruto. Entrou no quarto silenciosamente, para não acordar o amigo que dormia um sono pacifico. Aferiu a temperatura que agora havia cedido consideravelmente, porém, continuava preocupantemente alta. E bastou tocar a pele do rosto dele para que se sentisse quente também, seu coração tamborilou nervoso em seu peito e o Uchiha não soube bem como reagir. Engoliu a seco se afastando de forma tão brusca que Naruto se revirou na cama, fazendo o rosto de Sasuke queimar. 

Quando estava calmo o suficiente se sentou na beirada da cama e colocou o pergaminho sobre seu colo, sua ideia  inicial era ler durante um tempo enquanto fazia companhia para Naruto, porém, tudo fora por água abaixo quando Naruto se remexeu e gemeu baixinho tomando sua mão e a apertando firme, os olhos poderosos do homem focaram Naruto que apesar de ter seus olhos azuis entreabertos não parecia estar consciente. O mundo pareceu girar mais vagarosamente. Sasuke prendeu sua respiração e ao contrario do esperado que era puxar a mão rapidamente, ele permitiu que o amigo a segurasse , no inicio o aperto era firme e febril, com o tempo foi se afrouxando, depois de algum tempo Naruto simplesmente soltou a mão de Sasuke e se virou para o canto, agora roncando sonoramente. 

Porém, não havia nada no mundo que fizesse o coração de Sasuke parar de bater de forma tão acelerada. Ficou um tempo que jamais saberia precisar, encarando o nada, esperando que por algum milagre seu coração desacelerasse, mas a simples respiração mais forte de Naruto o fazia disparar ainda mais. Temendo por sua sanidade Sasuke se levantou e caminhou tropego até o corredor. 

A salvo, do lado de fora do quarto, conseguia respirar com mais calma, e pensar com mais clareza já estava começando a descer as escadas quando se deu conta. 

-Eu o amo. - Precisou apoiar todo o peso de seu corpo no corrimão da escada pois simplesmente não confiava em suas pernas, seus joelhos falharam, e foi obrigado a se sentar em um degrau da escada, puxou o ar para dentro de seus pulmões e o soltou vagarosamente. Seu coração batia de forma irregular, enquanto um bilhão de pensamentos explodiam em sua cabeça. De tanta coisa que pensou em sua vida, de tanta coisa que passou, aquela era uma das que não sabia como lidar. Como encararia Naruto agora? - Eu não posso estar... - Sasuke se sentiu a beira da histeria. Não podia amar Naruto. Naruto era de Hinata... E não importava o fato dela não estar ali, como poderia amá-lo? - Isso é errado, não é? - riu sem o menor humor. - Ah, ótimo agora eu falo sozinho... - levou sua mão até a testa e fungou. Foi quando percebeu as lagrimas quentes que caiam de seus olhos.- Muito bom, além de falar sozinho, eu estou chorando... Isso realmente fica melhor a cada instante. - tornou a rir sem o menor humor, sendo muito honesto, Sasuke riu um pouco por medo e um pouco por desespero.  - Sou praticamente uma mocinha agora. - cuspiu as palavras enquanto se levantava da escada tentando recompor o minimo de dignidade que lhe coubesse. - Sou um homem... - Sacudiu a cabeça de um lado ao outro implorando que aqueles pensamentos fossem embora, porém sabia que não seria tão fácil assim, seu coração apertado e batendo de forma tão descontrolada lhe gritava isso. - Droga Naruto eu não posso amar você... - Isso era realmente muito pouco característico dele. Mas estar apaixonado por Naruto mudava tudo não é? Como encararia Bolt sendo apaixonado pelo pai dele? A simples ideação de como Bolt olharia para ele se sonhasse que seu idolatrado Tio nutria aquele tipo de sentimento por seu pai, fazia com que seu corpo todo se arrepiasse, é claro que Boruto o odiaria, como poderia não fazê-lo. - Que merda! - já estava no Hall de entrada quando socou a parede com força, mas sem chakra algum, sua cabeça dava voltas enormes e Sasuke lutava para ao menos respirar da forma correta. - Nem mesmo você pode ser tão gentil assim Naruto... Então se eu amar você... - Sasuke levou a mão até seus cabelos e entranhou os dedos neles nervosamente. - Se... Se eu  continuar com isso vai poder me manter afastado... - E a pequena ideia de ficar longe dele lhe rasgava o peito. Amá-lo significava não poder estar ao seu lado. E essa sem duvida era uma das coisas com as quais Sasuke não poderia lidar. Isso lhe tirava o direito de ficar perto do afilhado. Porque isso lhe tiraria do convívio de Himawari também.... Mas como poderia cuidar de Himawari sendo o idiota que se apaixonou pelo melhor amigo. Bufou sentindo raiva de si mesmo. Bufou porque era estúpido. Bufou porque se sentia frustrado e estava perdido. Bufou porque amava a única pessoa que nunca poderia ter. - Isso ferra tudo não é, Usuratonkashi? 
 


Notas Finais




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