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História Reacender - Permitir-se


Escrita por: souhamucek

Notas do Autor


Hello, hello!
Quero pedir mil e uma desculpas pela demora, sei que atrasei muito com este capítulo, mas, apesar de todos os imprevistos, cá estou com um novo capítulo de Reacender!
► Preciso agradecer muito à Jéss (@jeleninhaz), quem me ajudou (e muito) com o capítulo;
► Além disso, dedicá-lo à Gabby (@Gabby_lopes).
► Quero agradecer a todos os comentários e aos favorito, sou muito grata pela presença de cada um;
► Pretendo não atrasar com a atualização, porque, em breve, postarei minha nova shortfic, Anarquia;
► Como de praxe, o tamanho do capítulo fugiu de meu alcance e ele não está revisado. Peço perdão.
Espero que gostem, não estou 100% segura com este capítulo, mas gostei de escrevê-lo.
Tenham uma boa leitura! Vejo vocês nas notas finais ♥

Capítulo 3 - Permitir-se


Fanfic / Fanfiction Reacender - Permitir-se

Segunda-feira.

Desço as escadas do edifício onde trabalho vagarosamente, ajeitando as pastas com os processos em meus braços. Não tenho o costume de levar trabalho extra para casa, entretanto, devido aos últimos acontecimentos, resolvi que, precisaria me distrair com alguma coisa produtiva, antes que acabasse enlouquecendo.

Pensar em cada segundo que passei na companhia de Shawn semana passada impediu que as lembranças dolorosas me atormentassem. Por outro lado, a ideia de reviver as sensações únicas que ele foi capaz de me proporcionar tem bloqueado por completa a entrada de concentração em minha mente para relatórios e dossiês.

Não conversamos mais sobre aquilo. Na verdade, não voltamos a nos encontrar. Talvez seja melhor assim. Ou não. Por algum motivo, silenciosamente meu corpo chama por aqueles toques. Após o fim daquela tarde, minha primeira ação foi evitar ir à casa de Cassie, como mecanismo de defesa. Sei que encarar com aqueles olhos castanhos me tiraria o chão.

Meus saltos causam um barulho contra os degraus. Atravesso a calçada, a olhar para os prédios à frente e a torcer para que um táxi esteja o mais rápido possível ao meu alcance. Todavia, quando coloco os pés na rua, o choque por ser descaradamente fitada pelo intenso par de olhos me atinge. Doutro lado do asfalto, com uma das pernas flexionadas e os braços cruzados, está o filho de minha amiga, sorridente. Não posso deixar de notar os cândidos dentes, porém, o que se nega a passar batido é a camiseta. Aquela maldita camiseta amarela que só lhe cai bem.

Sem se preocupar com o tráfego, Shawn cruza a rua em meio aos carros e estende a mão para me ajudar com os processos. Abobalhada com a surpresa, nego com a cabeça, enquanto as minhas bochechas coram. Pensei que ruborizar fosse o meu ápice, ouvir sua voz me prova o contrário, no entanto.

— Senti sua falta. — sussurra, fazendo, de forma involuntária, as minhas pernas tremerem.​​

 

Quinta-feira.

É loucura. Sei que sim. Tentei me convencer a não vir, mas meu interior urra por reencontrá-lo. É arriscado estar aqui, em plena faculdade, estou disposta a ver Shawn fazendo qualquer coisa. Por sorte, só o vi treinar basquete e fazer três cestas. Com o uniforme grudado em seu corpo sarado de suor, ele entrou no vestiário. E, há quatorze minutos, espero-o sair. Pelos meus cálculos, está com a companhia de só um garoto.

— Shawn, preciso ir... Bom jogo hoje! — ouço uma voz grossa vinda do basculante e encolho-me ainda mais próxima à porta.

— Valeu, cara. — um ruído de espalmada me alcança, seguido pelos de passos firmes. — Também já vou.

Respiro fundo, enquanto o enorme rapaz se retira do vestiário, e, antes que eu cogite desistir, corro para dentro. Deparando-me, de primeira, com aquele quem quis ver desde o início. O estômago dá seus primeiros sinais de que as borboletas chegaram, o que me arranca um sorriso.

Shawn está sem camisa, suado, espirrando o desodorante aerossol e a se encarar no espelho. Os shorts do time estão baixos, o que me permite ver o formato arredondado de seu traseiro e a barra da cueca. Como uma obra em mármore, seu corpo é esculpido. Ele continua a observar o reflexo de seu corpo exausto e corado do esforço, também é nesta imagem que me vê.

— Maggie? — franze uma das sobrancelhas, virando-se para mim.

— Senti sua falta. — as bochechas rosadas se esticam com um sorriso digno de minhas pernas bambas. — Ainda estou sentindo. — corro em direção a ele, quem abre os braços para me receber.

O choque de nossos corpos é alto, mas, antes que eu possa me dar conta do que estou fazendo, meu rosto se eleva e gruda nossos lábios. O filho de minha amiga não hesita em retribuir o beijo, espalhando seu gosto viciante em mim. Neste instante, como de costume, sinto o sangue formigar nas artérias e ditar o modo como quer nossos toques: intenso.

As mãos grandes e másculas de Shawn puxam os fios de meus cabelos com certa força, mas, estranhamente, essa dor é boa. Incentivada pela firmeza, aperto a cintura do filho de minha amiga, trazendo o corpo robusto ainda mais para mim. Minha investida abrupta é responsável pelo desequilíbrio repentino de nossos corpos, e, assim que o vejo cair sentado no banco próximo à parede, uma vontade inédita invade meu interior.

Aproveitando o breve rompimento de nossos lábios, trilho os meus pela pele macia de seu rosto e chego à curva de seu pescoço. Com cuidado, aqueço e umedeço as pintinhas li apresentes, a eriçar todos os poucos pelos de seu corpo. O suspiro seguido pela estremecida me motiva a sugar de leve a região e liberta-la, antes de mudar o destino.

Desenhando o trapézio definido com a língua, percorro clavícula a baixo, a alcançar o peitoral marcado. Deposito alguns beijos sobre o colo ainda suado e divirto-me com as reações sutis de constrangimento e redenção. Sem mais como postergar, encorajo-me para mostrar aonde quero chegar e, roçando a ponta de meu nariz pelo intervalo entre os gomos do abdômen, guio o rosto à altura do elástico do short. Os músculos destacados se contraem, junto a um suspirar alto.

— Quero descobrir um novo gosto. — digo, ao me ajoelhar de vez no chão frio do vestiário.

— Ma-Maggie, não precisa fazer isso. — por mais que os lábios me neguem, o volume exagerado no tactel me mostra o contrário. Afasto o tecido, somando-o ao da cueca para que, de uma só vez, despeça-me deles. Os olhos acastanhados se prendemo-nos meus. — Nada que eu diga lhe fará parar, não é? — nego com a cabeça. — Se é algo que realmente quer, saiba que sonho com este momento há alguns anos. — confessa, corando de imediato.

— Espero que a espera valha a pena.

Assim que abaixo as partes de baixo, o tamanho escondido salta em minha direção. Envolvo a ereção com ambas as mãos e faço movimentos contínuos, a encarar a glande rosada. Não mais tardando, desenho o formato lentamente com a língua e espio os efeitos causados nele. Desço, a umedecer, toda a extensão do membro e, por fim, cubro-a com a boca.

Movo minha cabeça para frente e para trás, sem ousar desviar meus olhos dos dele. Conforme aumento a velocidade de meus lábios contra a pele, percebo a respiração de Shawn falhar bem como os olhos semicerrarem. Uso uma das minhas mãos para me auxiliar na parte onde os lábios não alcançam.

O gosto do filho de minha melhor amiga é mais forte do que eu imaginava. Não sei o definir, não é doce nem salgado. É forte, assim como tudo nele. A cada sugada, sinto o sabor ainda mais evidente. Sem uma definição explícita, constato o que o óbvio: além de único, é viciante.

Quando meu maxilar apresenta seus primeiros sinais de cansaço, tomo a liberdade de manter a glande sob os cuidados de minha boca, sugando-o com certa força, no momento em que minhas mãos agilizam os movimentos e certificam-se de que nenhuma pausa será feita. Os suspiros frequentes se estendem a um suspiro baixo, o qual é seguido por mais alguns roucos.

Em forma de resposta à minha pressa, os dedos de Shawn invadem meus fios loiros e ditam a velocidade com a qual me deseja em si. Compreendendo seus limites, deixo que me guie um pouco e envolvo ainda mais o comprimento. Vaivém. Continuo. Ágil. As pupilas dilatadas e os lábios trêmulos me informam o adeus iminente às forças. Sorrio como posso e retomo as rédeas.

Ciente de que poucos movimentos o levarão ao ápice, embarco em seu clímax e mantenho o ritmo apresentado por ele. Minha mão acompanha os lábios, circundando toda extensão inalcançável. Ora o sugando, ora o contornando. Shawn se estremecendo, a cada indecisão. Uma investida a mais é suficiente para as mãos trepidas do garoto afrouxarem de meus cabelos e o gosto de sua satisfação preencher a minha boca.

Rapidamente, engulo-o e afasto meus lábios do membro enfraquecido. Completamente tomado pela vermelhidão, Shawn me sorri sem forças. Devolvo-lhe uma risada satisfeita, enquanto guardo a intimidade sob a cueca e short. Mordo meu lábio inferior, contendo brevemente a alegria dentro de mim. Neste instante, tenho a certeza de que adquiri uma nova obsessão.

 

Julho.

Escancaro a porta do novo apartamento, dando aval para Shawn entrar, antes de voltar a trancá-la. Algo em mim carrega um aspecto agitado, sinto como se pudesse explodir a qualquer momento. E, pela primeira vez em meses, tenho a certeza de que é uma explosão de alegria. Ao longo da vida, consegui diversas conquistas, tanto profissionais quanto pessoais, porém, desta vez, é diferente.

Não estou sendo pressionada, empurrada ou coagida; as coisas estão acontecendo no meu tempo, exatamente como eu as quero que aconteçam. Tudo meu para mim. Um acerto interno, diria até libertador.

Agora, posso montar cada pequeno detalhe da minha nova vida, da "nova Maggie". Não preciso me preocupar com o tom do marfim dos móveis ou se a escultura que escolhi destoa da demais decoração. Não há neurose com quanto tempo resta. Sou eu quem estou tomando as rédeas da minha vida; isso, ao meu ver, é valioso.

— É meio... — Shawn tenta avaliar, observando o imenso espaço sem mobília onde, em breve, será a sala de estar.

Seus olhos percorrem as paredes pintadas em cor clara, as quais ainda estão sem quadros ou porta-retratos para enfeitá-las.

— ... vazio?

— Ainda não está pronto, preciso comprar as coisas. — explico-me.

— Como assim? — dou com os ombros. — Você não trará nada da sua antiga casa?

— Nada além das minhas roupas. — o garoto arregala os olhos. — Não quero nada que me lembre da antiga vida. Se pretendo recomeçar, deve ser do zero. Para que funcione, levarei isto ao pé da letra. — Shawn parece gostar da resposta, desenhando um sorriso em seu rosto jovial.

De súbito, os braços quentes me envolvem num abraço dócil, todavia o gesto consegue que eu solte a bolsa, que antes repousava em um dos ombros, e use as mãos para rodeá-lo no pescoço.

— Sabe o que realmente está faltando? — os lábios rosados escorrem malícia.

— Uma cama?

— Não precisamos disso, mas, sim, de uma estreia! — sorrio em meio à provocação, considerando a hipótese imprudente de transar em qualquer centímetro do chão de madeira.

Gargalho, tomando impulso para enroscar as pernas na cintura do filho de minha amiga.

— Então, comecemos agora.

Tomando seus lábios com os meus, grudo nossas bocas de forma eufórica, enquanto nossos corações aceleram, transbordando o desejo que nos preenche. Se continuarmos neste ritmo, não haverá clínica de reabilitação que me salvará deste vício.

 

Agosto.

Deposito a travessa com a sobremesa próxima aos outros preparos do almoço. Satisfeita com a mesa da varanda totalmente arrumada, coloco as mãos na cintura e estampo meu melhor sorriso. Tudo está impecável.

Cassie concluiu que eu não estava saindo muito de casa nos últimos tempos e convidou-me para um almoço de domingo. Cômico pensar que, atualmente, tenho feito mais parte da família do que ela ousa imaginar. Confesso que um pouco de culpa acompanha este pensamento.

De primeira, hesitei. É estranho aceitar o convite sem a presença do George; afinal, ele sempre esteve junto em nossos almoços. Em seguida, o receio de demonstrar os efeitos causados pelo filho mais velho me atingiu. Fico muito vulnerável perto de Shawn. Bastou que eu botasse os pés na casa da amiga para ter a certeza de que nada me falta, no entanto.

Fiquei responsável pelo pavê que devoraremos na sobremesa. Apesar de não ser uma cozinheira de mão cheia, estou satisfeita com o resultado. Ao menos, a aparência é boa.

Enquanto ajudo Cassie com o restante, conversamos sobre inúmeros assuntos, do mesmo modo como nos velhos tempos, o que traz de volta a leveza que eu já não tinha. É bom retornar à minha vida, ou, quem sabe, "recomeçar" seja a palavra certa.

Assim que as últimas nozes picadas são derramadas sobre as folhas frescas de alface e a salada é dada como pronta, minha amiga se retira para lavar as mãos e chamar os caçulas no andar de cima. Aproveito o breve silêncio para refletir no quão prazeroso é me reconhecer depois de tanto tempo.

— Estava me perguntando quando ela lhe deixaria sozinha. — ouço um sussurro rente ao meu ouvido, e, em instantes, meu corpo é envolto pelo par de braços mais bonito que já vi.

— Shawn! — reprovo a atitude insana. — Alguém pode nos ver. Não sabia que almoçaria conosco. — confesso.

Espio rapidamente a porta da cozinha e desvio a atenção para seus lábios rosados, os quais posso jurar estarem chamando pelos meus. Percebo que não há ninguém no corredor.

Aparentemente, estamos seguros.

Pelo menos, por enquanto.

— Não quis deixar muito óbvia minha animação em saber que passaria a tarde toda aqui, mas é meio impossível ter você tão perto sem ficar prestes a enlouquecer.

— Shawn... — reprimo-o, como se podá-lo diminuísse os meus próprios desejos.

Seu nariz se infiltra em meu pescoço, arrastando-se lentamente pela pele. O calor da respiração estremece minha perna, e, em questão de segundos, vejo-me refém de seus toques. Viro-me abruptamente e alinho nossos olhos. Senti falta dos melhores tons de castanho.

— Prometo me comportar no almoço. — garante ele. — Eu só preciso de um beijo.

Completamente rendida à tentação, assinto, desorientada, usando o tecido da camisa para trazê-lo mais para perto. Nossos lábios se encostam ligeiramente, mas o curto momento nos é suficiente para entrar em erupção. Com seu gosto em mim, empurro-o para trás, afastando-nos, e solto um sorriso confidente. Estar com Shawn é tão errado, porém, dentro de mim, algo diz é muito certos.

Setembro.

Sentir falta dos toques de Shawn se tornou um vício, mesmo que há pouca horas tenhamos nos visto. Não é como se eu dependesse dele para me sentir bem, pelo contrário, eu me sinto bem e quero compartilhar essa sensação com ele. Em êxtase. Intenso. Como só ele consegue.

Não sei o que acontece, nunca me senti assim, mas, no instante em que estamos juntos, sinto que nada pode me atingir. É uma espécie de armadura invisível que me deixe cada vez mais forte. Embora, quando ele vá, eu consiga me sentir firme, parece que me algo está faltando. Provavelmente, ver seu sorriso.

Como um alcoólatra urrando por cada gole de álcool possível, meu interior grita por mais e mais momentos ao lado de Shawn. Obcecada não só pelas bochechas rosadas, os olhos cor de âmbar e as pintinhas refugiadas no pescoço; estou sedenta pelas sensações maravilhosas que ele consegue me proporcionar. É mais que um orgasmo. É mais que desejo. É único, certeiro.

Essa vontade inexplicável de vê-lo, mesmo depois de termos passado a tarde juntos ontem, trouxe meu corpo ansioso até aqui. Faltei o trabalho, dispensei a secretária e vim. Sei que estar na casa de Cassie em plena manhã é arriscado, contudo, estar com seu filho mais velho é o melhor dos meus riscos.

O hábito dos Mendes de não trancar a porta da frente facilitou a minha entrada. Trisha não me viu e os mais novos estão, como de praxe, no andar de cima. A porta do quarto de Shawn está entreaberta, bem como o cômodo está vazio. De pé em frente à porta trancada do banheiro, batuco contra a madeira à espera do garoto.

— Shawn, pelo amor de Deus, abra... — sussurro.

— Maggie? — ouço-o destravar o trinco. — Chegou antes do combinado. — a porta se abre. — Eu estava prestes a entrar no banho.

— Posso entrar aí com você? — ele ergue uma das sobrancelhas. — Shawn, já cansei de vê-lo pelado.

Ele ri, ao escancarar de vez a porta. Entro, fechando-a. Mordo a parte de dentro da bochecha e observo o corpo parcialmente despido com a toalha amarrada na cintura.

— Não é porque já me viu sem roupa que estou imune a timidez. — rebate, a corar de imediato. E, de forma involuntária, torturar-me com tamanha pureza.

— Você não existe.

As bochechas rosadas se esticam com o sorriso doce que desenha seu rosto. Não sei ao certo se é uma tentativa de disfarçar o constrangimento, entretanto, ele me puxa para um abraço e afunda-se na curva do meu pescoço.

— Por que veio mais cedo? Eu pretendia tomar banho, arrumar o quarto e preparar um lanche com tomates... — dou uma risada, interrompendo-o.

— O senhor confiança queria fazer coisinhas fora do costume para me impressionar? — ele assente. — Fico feliz por ter me antecipado, então, porque me sentiria culpada.

— Não seria um esforço tão grande assim. — defende-se, rindo.

— Então, tudo bem. — solto um suspiro, mordendo meu lábio inferior. — Que horas vai me convidar para tomar um banho com você?

Uma das coisas que mais tenho gostado em Shawn é o fato de ele potencializar tanto minha capacidade de persuasão. Consigo convencê-lo a fazer algo sem muitos esforços; ele se rende tão rápido e de uma forma tão intensa, quase sinto meus joelhos tremerem com as pequenas conquistas. Meu olhar, agora confiante, o convoca, posso notar o efeito nele com o sorriso danado que surge em seu rosto.

Rápidos e desesperados como se o mundo fosse acabar a qualquer momento, arrastamo-nos na direção do box às cegas, conforme nossas bocas se perdem uma na outra. A toalha, a qual antes o protegia, é arrancada no curto trajeto; pergunto-me quem a tirou, mas, sinceramente, essa resposta não é das mais relevantes agora.

Os dedos impacientes de Shawn dedilham meus braços, a alcançar as alças do vestido e abaixá-las de meus ombros afobadamente. Disposta a aproveitar o banho com todos os direitos possíveis, uso uma de minhas mãos para ligar o chuveiro. O choque nos surpreende com a temperatura gélida.

— Odeio água gelada. — resmungo com os lábios ainda rentes aos dele.

— Faz bem à pele. — debocha, arrancando uma bufada junto à risada breve. — Não se preocupe...

— Não acredito que estou tomando banho frio por sua causa. — confesso a ele, tomando fôlego, enquanto me privilegio com a ardente visão de suas pupilas dilatadas em desejo.

Sem hesitar muito, puxo-o para baixo d'água. Em seguida, minha boca traça um caminho por seu pescoço úmido, matando a saudade das pequeninas e graciosas pintinhas ali presentes. Acho fascinante como algo tão simples possui tanta significância para mim. Neste mesmo instante, percebo-o a forçar mais a cabeça para trás, ao ponto de deixá-la colada a parede; desta forma, há ainda mais espaço para prová-lo.

Preso entre mim e os azulejos, Shawn não tem escapatória ou intenção de arranjar alguma. Ele não faz outra coisa a não ser respirar de forma descompensada e sussurrar o meu nome, rouca e lentamente, completamente à mercê de minhas vontades. Nossa reciprocidade é óbvia e sem hora certa para chegar ao fim.

Como em um jogo confuso de quebra cabeça, encontrei meu encaixe perfeito para minha peça complexa: Shawn Mendes.

Minhas mãos passeiam pelo peitoral livre de qualquer imperfeição, fios ralos e escassos por nascer demonstram como o garoto está em desenvolvimento; exploro-o, então, com ainda mais avidez do que sempre faço. Nunca deixarei de enaltecer tamanha beleza. Muitas vezes penso que Shawn extrapola os limites entre o real e a ilusão. Parece, inclusive, fruto da minha melhor imaginação.

A pele pálida não tarda a se tornar minha completa refém, desde as pintinhas delicadas até o desenho perfeitamente simétrico de seu maxilar. Minha língua o instiga sem pressa, fazendo com que eu descubra outro lugar para me apegar: a covinha em seu queixo. Assim que a mordisco, Shawn liberta um suspiro e necessário, de forma que o restante do vestido precise ser retirado às pressas. 

Não uso nenhum sutiã, o que só facilita o trabalho na sua vez de retribuir meus toques. As mãos grandes rumam aos meus seios e aquecem-nos em meio à água gelada. Desorientada, com o frenesi proveniente da diferença de temperatura, escoro os dedos na parede, a buscar equilíbrio para que ele possa descontar sua fome em meus mamilos carentes. 

Sem se decidir em qual lado terá mais calma, ora ele ocupa os lábios em um dos seios, ora o polegar me circunda. Estremeço e fraquejo por completo a cada indecisão. Minhas pernas bambeiam. O estômago convida borboletas e obriga que me habitem. A pele se arrepia. 

Tão logo, a água fria não me incomoda mais; o único desconforto é a distância entre nossas intimidades. Sentimos necessidade de acabar com tamanha tortura. Tomando isso para si, os dedos sábios de Shawn afastam minha calcinha para o lado. A pressa é grande demais para perdemos tempo retirando uma peça tão pequena.

Uma de minhas pernas é erguida e guiada à sua cintura, a qual rodeio e equilibro-me. Sem mais tempo a perder, Shawn me preenche de uma só vez. Assim que posso sentir tocar meu fundo e meu interior se acomodar em seu formato, percebo que, em meses, esta é a primeira vez em que não usamos preservativo. Pele na pele. Quando eu pensei que nada superaria o fervor causado pelos seus encantos, senti-lo diretamente em mim ultrapassa qualquer expectativa ainda não criada.

Sob seus cuidados, levo meu rosto ao seu pescoço, sugando-o para abafar os resquícios de minha total entrega. O ritmo passa a ser lento para que possamos nos beijar sem pressa. Aparto meus lábios de seu colo e rumo aos dele, a devolver a sintonia de nossas estocadas.

Quando a nova velocidade ditada é ágil, esboço um sorriso entre o beijo. Posso perceber suas bochechas corarem ainda mais e os cabelos grudarem em seu rosto por conta da água. É impressionante como ele fica ainda mais bonito deste jeito. Tomo a liberdade de tomar a boca rosada para mim mais uma vez, de modo ainda mais voraz. A cada segundo estamos mais imersos no momento.

Como uma estrela prestes a explodir e tornar-se um buraco negro, meu interior reúne todas as minhas forças para me levar ao mais estrondoso estouro. As investidas firmes me guiam para o mais próximo possível do ápice. Nosso atrito direto é viciante; meu corpo grita por mais. Meus lábios entreabertos gemem sem medir a altura, apenas se misturam em todas as falhas da respiração de Shawn.

De repente, uma sequência de murros contra a porta se propaga pelo banheiro. Nossos movimentos cessam, bem como os lábios se silenciam.

— Shawn, pelo amor de Deus! Saia já desse banheiro. — engulo em seco, ao reconhecer a voz de Cassie.

— Eu me distraí, mãe. Só um instante.

— Agora. — esmurra outra vez. — Se está faltando água no mundo é por causa dos seus banhos.

Solto uma gargalhada e cubro meus lábios, a fim de me conter.

— Eu sei, desculpe.

Desligamos o chuveiro e separamos nossos corpos. Shawn se seca de não jeito e enrola a toalha na altura da cintura. Após vasculhar os armários embaixo da pia, ele pega uma toalha limpa para mim e entrega-me, a sair sem tardar.

Escuto uma discussão preenchida de deboche. Tento ao máximo enxugar o vestido e os cabelos. No fundo, sei que a culpa foi minha. Eu abri o chuveiro. Bufo, na tentativa nula de me acalmar.

No instante em que percebo a parte de fora quieta, abro devagar a porta e saio, tornando a fechá-la. Meus lábios desenham um sorriso vitorioso. Solto um suspiro e viro-me para partir. Todavia, no momento em que meus pés me colocam de frente com o corredor, o sorriso se quebra, como um copo de vidro a despencar, quando meus olhos estacionam nos castanhos parados com expressão de espanto.

Tamanha boca aberta de Cassie comprova a reprovação de descobrir que seu filho mais velho estava no banheiro acompanhado de sua amiga de anos: eu.


Notas Finais


Muito, muito obrigada por ler até aqui!
Vejo vocês logo, logo ♥
Com amor,
Lali

► Amputado • https://spiritfanfics.com/historia/amputado-7215366
► Disfarce Invisível • https://spiritfanfics.com/historia/disfarce-invisivel-9197476
► Ruídos de Saturno • https://spiritfanfics.com/historia/ruidos-de-saturno-8864832


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